[Avaliação] Chevrolet Cruze hatch: no conjunto, Sport6 vai bem
O visual agrada muito e vem recheado de itens de conforto e conveniência: o conteúdo é muito rico, mas o Cruze derrapa nos detalhes
O visual agrada muito e vem recheado de itens de conforto e conveniência: o conteúdo é muito rico, mas o Cruze derrapa nos detalhes
O Chevrolet Cruze Sport6 foi o hatch médio mais vendido em 2017 no país com 7.828 unidades comercializadas e participação de 36,2% no segmento, desbancando Ford Focus, VW Golf e Peugeot 308. O carro da Chevrolet acaba de receber do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi) a certificação de modelo com maior número de itens de segurança do país. Porém, a segurança da carroceria ainda não foi comprovada por meio do teste de impacto do Latin NCAP.
Os destaques entre os muitos itens de segurança são o assistente de permanência na faixa, indicador de ponto cego, alerta de colisão e monitoramento de distância do carro da frente, controles de tração e estabilidade, airbags laterais e de cortina, e farol alto que desvia o foco para não ofuscar quem vem em sentido contrário.
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O Cruze Sport6 vem equipado com sistema de estacionamento semiautomático. São muitos os itens de conforto e conveniência, com carregador de celular sem fio, ar-condicionado automático, tela multimídia de oito polegadas e partida por comando no painel, entre muitos outros. O conteúdo é muito rico, mas o Cruze derrapa nos detalhes.
Um dos atrativos da marca é o sistema On Star. Trata-se de um sistema de telemática com mais de 20 serviços de emergência, segurança, navegação e conectividade. Por meio de comando no retrovisor interno, conecta-se a uma central que oferece informações diversas, incluindo assistência médica em emergência. A comunicação se dá por linha celular exclusiva do carro.
Emite aviso em caso de furto e permite comandar funções do veículo por aplicativo para smartphone. Pode-se saber, por exemplo, se a velocidade pré-determinada foi ultrapassada quando o filho dirige o carro. O OnStar é cedido como cortesia durante algum tempo e, posteriormente, pago.
O Cruze Sport6 é o hatch de maior comprimento no mercado nacional, com 4,45 metros. O porta-malas de 290 litros deveria ser maior para levar bagagem de quatro pessoas sem arrumação. O visual agrada muito, apesar do exagero dos cromados em toda a extensão da carroceria. A versão LT, de entrada, dispensa os cromados e o visual fica melhor. A frente baixa esbarra em saída de rampa, exigindo cuidado para não danificar a parte inferior do para-choque.
Acesso ao banco traseiro requer atenção para não bater a cabeça na carroceria. A caída brusca do teto na traseira limita o espaço para cabeça atrás. Ocupantes com altura a partir de 1,80 m esbarram no teto. Assento traseiro curto não apoia devidamente as pernas. E não há saída de ar condicionado para quem senta ali. Na frente, motorista e passageiro desfrutam de conforto. Banco do motorista tem regulagens elétricas de encosto e longitudinal e de altura do assento. Fabricante fica devendo a lombar, que deveria ser de série em carro que custa quase R$ 120 mil.
Volante de boa pega é revestido com material liso, que provoca deslizamento acidental das mãos. Há muitos comandos nele: telefone, som, controle de velocidade e permanência na faixa. Coluna de direção tem regulagens de altura e distância. Os comandos de retrovisores e som estão localizados ao alcance das mãos. Os dos vidros ficam um pouco recuados. O interior tem bom acabamento com encaixes benfeitos.
O plástico do painel central e de forrações de porta são duros, mas de aparência convincente. Há apenas um aplique de couro no painel central. Nessa categoria, plásticos deveriam ser emborrachados. Interior todo claro, inclusive a forração dos bancos, torna o ambiente mais arejado e de melhor aparência. Plástico na cor bege clara combina bem com a cinza claro. O conjunto fica agradável nessa tonalidade.
Quadro de instrumentos traz o importante indicador de temperatura do líquido de arrefecimento do motor. Na maioria dos modelos é substituído por uma simples luz espia, que, quando acende, o estrago já está feito. E o grafismo proporciona leitura imediata.
O motorista fica bem acomodado, com assento mais comprido nos bancos dianteiros. Visibilidade traseira é limitada pela largura da coluna C, enquanto a coluna A (dianteira) muito inclinada prejudica a visão do motorista em algumas situações. Incomoda ainda no interior o ofuscamento provocado pelos cromados em torno das saídas de ar e contornando a alavanca de marchas, dependendo da incidência solar.
Em movimento, o Cruze hatch convence pela facilidade de contornar curvas de alta e baixa. Entretanto, a direção não comunica ao motorista que o carro está sob controle. Diâmetro de giro grande complica manobras em espaço reduzido. E carros da Chevrolet, em outras épocas, tinham diâmetro de giro pequeno. A boa calibragem da suspensão fica comprometida pelos pneus de perfil baixo (50) montados em rodas aro 17. Esses transferem as imperfeições para o interior, que é silencioso. Em piso ondulado, sacoleja os ocupantes. O eixo traseiro do Cruze Sport6 é 10% mais rígido do que o sedã.
Desempenho muito bom até nas retomadas de velocidade, sem empolgar. Impressiona a suavidade de funcionamento do motor e as trocas também suaves do câmbio automático de seis marchas. Deveriam ser um pouco mais rápidas. Trocas manuais são feitas movimentando-se a alavanca. Falta a tecla S (esportiva) para incrementar o desempenho, quando as marchas são trocadas em rotações mais elevadas. Freios são excelentes e praticamente não há desvio de trajetória em frenagem de emergência.
O Cruze não é o hatch médio mais vendido do país por acaso. O carro tem muita qualidade, é rico em tecnologia e itens de segurança. Um pouco mais de esmero nos detalhes seria fundamental para harmonizar o conjunto. O Cruze Sport6 LTZ 2, versão topo de linha, tem preço sugerido de R$ 118.690 sem pintura metálica.
Ficha técnica | Chevrolet Cruze Sport6 (hatch) LTZ |
---|---|
Motor | quatro cilindros em linha, 1.4 turbo, flex, de 153cv (álcool) de potência máxima a |
5.200 rpm e 150 cv (gasolina) a 5.600 rpm e torques máximos de 24,5 kgfm (a) a 2.000 rpm e | |
24 kgfm (g) a 2.100 rpm | |
Transmissão | tração dianteira e câmbio automático de seis marchas |
Direção | tipo pinhão e cremalheira com assistência elétrica |
Freios | disco ventilado na dianteira e disco sólido na traseira |
Suspensão | dianteira, independente, do tipo McPherson, com barra estabilizadora; traseira, |
eixo de torção | |
Rodas/pneus | 7×17”de liga leve /215/50R17 |
Peso | 1.336 kg |
Carga útil (passageiros+ bagagem) | Não divulgado |
Dimensões | comprimento, 4,45 m; largura, 1,80 m; altura, 1,48 m; distância entre-eixos, 2,70 m |
Capacidades | porta-malas, 290 litros; tanque, 52 litros |
Desempenho | velocidade máxima, não divulgada; aceleração até 100km/h, 9 segundos |
(etanol) | |
Consumo (km/l) | urbano, 7,6 (e) e 11,3 (g); estrada, 9,3 (e) e 13,6 (g) |
Fotos: Felipe Boutros e Chevrolet/Divulgação
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Não vi na ficha técnica a presença de controles de estabilidade e tração favor confirmar.belo carro mas preços muito salgados chegando perto de alguns importados de entrada.
Pra mim, o melhor dos Hatch médios, só falta colocar o 1.5t pra matar a pau os outros!!