Dia do Futebol: relembre as parcerias entre times e montadoras
Futebol e carro são consideradas duas das grandes paixões nacionais: diferentes fabricantes já estamparam suas marcas nos principais clubes brasileiros
Futebol e carro são consideradas duas das grandes paixões nacionais: diferentes fabricantes já estamparam suas marcas nos principais clubes brasileiros
Neste 19 de julho comemora-se o Dia Nacional do Futebol, uma paixão tão forte para o brasileiro como o automóvel. Obviamente, carro e o esporte bretão caminham juntos com o lançamento de séries especiais, mas também por meio de patrocínios,
Diferentes marcas já patrocinaram clubes de vários cantos do Brasil. Em muitas ocasiões, as parcerias foram pé-quentes. Em outras, nem tanto. Alguns patrocínios, inclusive, foram interrompidos por vexames, seja no campo ou na arquibancada. Confira.
VEJA TAMBÉM:
A marca italiana foi a que mais investiu em clubes de futebol e sempre tentou fazer a política da boa vizinhança. Para começar, fez o dever de casa ao patrocinar os três principais clubes de Minas Gerais em diferentes ocasiões – a fábrica mais antiga da marca por aqui fica em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte.
Entre 2000 e 2003, América, Atlético e Cruzeiro estamparam a marca Fiat e também modelos como Doblò, Mares, Palio e Stilo. A marca italiana estava presente na camisa da Raposa quando o clube conquistou a Tríplice Coroa: no mesmo ano de 2003 conquistou os campeonatos Mineiro e Brasileiro, além da Copa do Brasil.
Em 2008, a Fiat voltou a investir nos times mineiros. A última investida do fabricante no trio ocorreu em 2018, com ações promocionais e sorteios de carros feitos pelos clubes, e se estendeu até o fim de 2019, com a exposição da marca em partes da camisa e do nome do sedã Cronos em determinadas partidas. Naquele ano o Cruzeiro foi rebaixado para a Série B do Brasileiro.
Patrocinar mais de um clube em estados mais polarizado em termos de rivalidade futebolística é uma estratégia válida para evitar refeições por parte da torcida adversária, que foi seguida por outras marcas e repetida pela própria Fiat. Em 2006, o fabricante fechou patrocínio com os dois principais times baianos: Bahia e Vitória.
Mas também teve apoio a apenas clubes de um estado. Foi o caso do Goiás. E, para honrar as origens italianas, a Fiat ainda colocou o seu nome na camisa do Palmeiras em duas ocasiões: em 2008, quando o time conquistou o Campeonato Paulista, e em 2010. Atualmente, o fabricante é patrocinador da Seleção Brasileira, algo que Volkswagen e Chevrolet já haviam sido anteriormente.
Mais um exemplo de diplomacia em patrocínios no futebol. No Rio Grande do Sul, apoiar um clube da dupla Gre-Nal e não apoiar o outro é quase como abrir mão de metade das suas vendas. Para marcar a inauguração da fábrica de Gravataí (RS) para produção do Celta, a General Motors tratou de patrocinar Grêmio e Internacional ao mesmo tempo.
A estratégia foi parecida com a da Fiat. No fim dos anos 1990, além da gravatinha da Chevrolet, as camisas dos dois times gaúchos também trouxeram o nome de carros do fabricante: Astra, Corsa e Vectra. Atualmente, o Banrisul faz a mesma coisa e patrocina os dois times simultaneamente.
Muito antes do Grupo Caoa assumir as importações da marca sul-coreana e investir pesado em marketing e propaganda, a Hyundai já fazia patrocínio no futebol. A montadora estampou sua marca pela primeira vez na camisa do Fluminense, em 1995.
A Hyundai estava no uniforme tricolor no inesquecível gol de barriga de Renato Gaúcho no Fla-Flu da final do Carioca daquele ano, que deu o título ao Fluminense no ano do centenário de seu rival. Só que apenas nas costas e por um fato curioso. A Hyundai passou a patrocinar o clube no decorrer do campeonato, e os jogadores pediram à marca para manter o “Ame o Rio” na parte da frente da camisa só até a decisão do estadual. Deu sorte.
Alguns anos depois a Hyundai voltou a patrocinar um clube de futebol. Desta vez o Bahia, em 1997, com um investimento mais de 10 vezes superior ao antigo patrocinador do clube na época (tintas Renner) e com o fornecimento de carros para sorteios durante as partidas da equipe baiana.
Em 2015, a Jeep tinha acabado de inaugurar a linha de montagem do Renegade em Goiana (PE) na nova fábrica da FCA – Fiat Chrysler Automóveis. Para embalar o novo SUV compacto, o fabricante passou a estampar sua marca nas costas da camisa do Flamengo.
Foram apenas oito meses de contrato, mas a investida rendeu R$ 4,5 milhões aos cofres rubro-negros. Ao mesmo tempo, o Renegade já figurava entre os SUVs mais vendidos do mercado.
O fabricante de veículos comerciais fez um investimento pontual no futebol, mas que ficou famoso justamente pela fama de pé quente. Em 2012, a Iveco estampou a marca na camisa do Corinthians durante a Taça Libertadores da América. Justamente naquele ano, o Timão conquistou o título inédito em uma final contra o Boca Juniors.
Antes da Jeep, o Flamengo teve outro patrocínio do universo automotivo. Em 2013, para marcar o aporte na produção do novo 208 em Porto Real (RJ), a Peugeot passou a colocar seu nome nas costas do uniforme rubro-negro.
Naquele ano, o clube foi campeão da Copa do Brasil. A parceria se manteve no futebol até o ano seguinte, quando a montadora diminuiu a grana investida. Depois disso, a Peugeot ainda patrocinou a equipe de basquete do Fla por algum tempo.
Mais um patrocínio de boa vizinhança para celebrar uma nova fábrica. Em julho de 2013, a Nissan havia acabado de inaugurar a unidade de Resende (RJ) para produção de March e Versa, e assinou contrato com o Vasco para exibir o nome na camisa e no calção do time.
Dizem nos bastidores que a montadora pensou em patrocinar Botafogo ou Fluminense anteriormente, mas que, por lobby do então governador do Rio, Sérgio Cabral, vascaíno declarado, acabou assinando com o cruz-maltino.
O patrocínio foi marcado por controvérsias. A Nissan reclamava que o clube não fornecia camisas para ações da marca japonesa previstas em contrato. Mas o que culminou para o fim da parceria foi um dos episódios mais lamentáveis do futebol.
No Brasileirão daquele ano o Vasco acabou rebaixado após ser derrotado pelo Atlético-PR em uma partida em Joinville (SC) marcada por cenas de selvageria. Nas arquibancadas, torcedores dos dois clubes se engalfinharam em uma briga violenta que paralisou o jogo por mais de uma hora e deixou um saldo de quatro feridos.
Foi o pretexto para a Nissan romper o contrato com o clube menos de seis meses depois. A marca afirmou, na época, que abriu mão da multa e das pendências que o Vasco tinha no acordo.
O Palmeiras também teve dois patrocinadores ligados ao mundo dos carros. Em 2012, a Kia Motors assumiu como apoiadora master do Verdão em um período de extremos para o clube paulista. Naquele ano, o time se sagrou campeão da Copa do Brasil e garantiu vaga na Libertadores do ano seguinte.
Porém, meses depois, o Palmeiras teve de amargar o segundo rebaixamento no Brasileirão de sua história. A Kia não continuou no ano seguinte, quando o clube teve de disputar a maior competição do continente no mesmo período em que encarava a Série B.
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |