Douglas Mendonça 5.0: os piores carros que já testei, parte 2
Douglas Mendonça recorda de alguns dos piores carros que testou em sua carreira e relembra da engenharia de fundo de quintal de algumas marcas
Douglas Mendonça recorda de alguns dos piores carros que testou em sua carreira e relembra da engenharia de fundo de quintal de algumas marcas
Já testei muita coisa ruim nesses meus 50 anos como jornalista automotivo, seja no Brasil ou fora dele. Infelizmente, a vida não é só feita de carros legais, esportivos e com projetos interessantes, e essas “tranqueiras” me motivaram a criar a lista dos piores carros que já guiei, como contraponto a série dos melhores. Algumas das marcas citadas nem vendem mais seus carros no Brasil, pois não conquistaram nosso público. Outras ainda estão ativas e são reconhecidas. Por isso, delas, vou me limitar a contar o caso, sem especificar fabricante ou modelo. Para bom entendedor, meia palavra basta.
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Dando continuidade a essa sequência, que começou aqui, agora falo de um carro ruim, que me deixou lembranças tenebrosas, mas não falarei sua marca ou modelo. Primeiro porque a fabricante ainda está entre nós, inclusive fazendo bastante sucesso e lançando novidades, e outra porque o veículo em questão é bastante cultuado entre os autoentusiastas. A única coisa que posso adiantar é que se trata de um dos primeiros carros 1.0 brasileiros, lá do comecinho dos anos 1990. Mais uma vez, para bom entendedor, meia palavra basta.
A tal marca pegou seu menor carro e reduziu a capacidade cúbica do seu motor para 999 cm³, tudo para que ele entrasse na nova onda dos 1.0. Na época do seu lançamento, fiz a cobertura da novidade, e, curioso, logo fui falar com a engenharia de motores: queria saber como eles chegaram naquela nova relação curso/diâmetro para transformar o motor 1.4 de origem em um 1.0.
Lembro-me que fiquei horrorizado com o relato dos engenheiros, que chegaram nessas novas medidas simplesmente pensando na linha de produção: criaram um diâmetro que permitisse que o pé da biela passasse pelo interior do cilindro. O novo curso foi decorrente do tal diâmetro que eles já sabiam. Só isso, o que, para mim, foi um balde de água fria. Na época, imaginei que o time de engenharia da fabricante tinha quebrado a cabeça pensando no melhor fluxo de gases, no menor atrito de pistão com cilindro, em tempos melhores de abertura e fechamento das válvulas de admissão pelo comando…que nada! Desenvolveram o menor cilindro para caber o pé da biela e estava pronto o motor.
O tal “novo 1.0” era uma catástrofe, sem força alguma em baixas, médias ou altas rotações. Nem a relação do diferencial bastante encurtada ajudava, e o carro se arrastava até em pistas planas. Em subidas, com motorista e mais um passageiro, já era difícil. Com mais gente a bordo, ele simplesmente não saía do lugar: berrava, queimava embreagem, sem sucesso algum. Tranqueira! Em testes com o “veículo” (se é que podemos chamá-lo assim), tendo peso a bordo, lembro-me de ter que voltar ao início de uma ladeira, pegar embalo em 1ª marcha, acelerar forte e torcer para que ele chegasse ao final da subida.
Já imaginaram? Um carro sem força para sair numa ladeira? Você e sua família a bordo dele, com malas, sogra, cachorro, enfrentando esse tipo de perrengue. Pegar estrada? Nem pensar. Para a alegria de alguns, esse modelo durou pouco: mal completou um ano de mercado, levando junto “para a cova” seu motor 1.0. Virou motivo de chacota e piadas e, mesmo depois de mais de 30 anos fora de linha, ainda é lembrado com risadas.
Fechando a lista, outro importado, dessa vez sul coreano, e não russo. Falo do Asia Towner, vanzinha de carroceria visivelmente frágil, pequena e estreita, com um seríssimo problema de projeto: seu motor 0.8 ficava logo abaixo do banco do passageiro dianteiro, e, também na frente, ia a transmissão. Ou seja, todo o peso da mecânica ficava concentrado na dianteira, deixando a traseira livre, leve e solta. Péssima distribuição.
O carrinho era muito perigoso em algumas situações: numa descida muito íngreme, como essas que encontramos em garagens de prédios ou de estacionamentos de subsolo, caso o motorista viesse muito rápido e freasse de última hora, era arriscado capotar de frente! Assim como uma barata morta, de pernas para o ar, o Towner ficava com as quatro rodas para cima. Presenciei um caso desses em São Paulo, numa rampa de estacionamento subsolo.
Em meados dos anos 1990, cheguei a ver outro acidente com que me chamou a atenção: uma batidinha leve, daquelas de semáforo, onde um Towner tinha batido de leve na traseira de algum outro veículo. Coisa corriqueira no trânsito de qualquer cidade grande. Depois do acidente, o motorista da vanzinha não descia do carro, e só descobri o motivo quando, sem nada ter a ver com o acidente, fui ver o que tinha acontecido: naquela pancadinha de leve, a frente do carrinho coreano tinha sido danificada a ponto de a pedaleira entortar e prender os pés do motorista. Bizarro…
Digamos que, estruturalmente…ele devia muito. Não tinha distribuição correta de peso, não era construído prevendo a segurança dos ocupantes nos menores impactos, mas, mesmo assim, fez sucesso no Brasil por ser barato e carregar bastante carga (teve versões picape e furgão) ou gente (até sete passageiros). O desempenho era bem limitado pelo seu motor de 40 cv, compensando com uma baita economia de gasolina.
Tiveram outros carros marcantes que não deixaram boas lembranças, mas com problemas pontuais e bem mais toleráveis: um SUV coreano turbodiesel que era extremamente lerdo, um sedan francês que tinha dificuldade no contorno de curvas, um SUV nacional que ousava com motor superalimentado, mas não andava nada, entre outros que nem lembro mais: de tão ruins, apaguei da memória.
Na próxima semana, vou começar a contar sobre algumas falcatruas que as fábricas faziam nos carros de testes para encantar, e enganar, jornalistas desavisados. Não perca!
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Eu sempre me perguntei por que a grande maioria desses motores 1000 antigos eram umas merdas, aí eu lembrei que realmente era muita gambiarra. O motor 1000 do Fiat Uno Mille foi um dos que funcionou pois o Fiasa eram 1050 então quase não foi preciso mudar muita coisa, inclusive, na Itália ele surgiu no 127 com 903 vc então transformar para 1000 vc era moleza e era algo que estava mais que condizente com o projeto dessa família de motores. Agora pegar um motor 1400 e querer transformar em 1000 é sacanagem né GM?! Eu aposto 1000 paus que o cara tá falando do horroroso Chevette Júnior.
Agora, falando da Asia Towner, eu vou ter que discordar, não que ela tem essas falhas, pois realmente, ela tem, mas que é um carro ruim, pois ela é longe disso, cumpre seu papel muito bem e é isso que importa.
Pensei que era o Gol CHT 1.0 , mais o Chevette Junior era triste mesmo !
Pelas características do primeiro motor, tem toda cara de ser a porcaria do Chevette Júnior.
Bom dia, vc como jornalista e com medo de falar mau de um automóvel apenas porque o fabricante ainda está entre nós, por favor colega seja mais corajoso, outra coisa falar mau de automóveis ruins qualquer um fala, mas antes de falar besteira sobre um carro que vc apenas testou, é melhor ficar quieto!!!
Já tive várias Towners, inclusive estou reformando uma por inteiro, eu sim posso falar sobre essa pequena valente, ela é muito melhor e mais confiável do que muita porcaria nacional, então testar é uma coisa, outra e ter o carro por anos e não se incomodar!!
Nunca fiquei empenhado na estrada com ela, agora com marcas famosas com GM, VW , FORD, MERCEDES, BMW , já fiquei e te digo eram carros do ano, novos porém muito cheios de tecnologia e só a concessionária que poderia mexer, a Towner mais simples e bem menos problemática, viu como é fácil falar marcas de carro que dão problemas, então quando for falar de algum carro ou montadora seja objetivo e não tenha medo, fica mais bonito dar nome aos bois…
OBS. Seja mais corajoso!!!
Sou um pouco mais novo que os carros citados. O pior que já andei foi um Logus 1.6 cht. Manco, pesado, ruim de curva, era a versão pé-de-boi, não tinha ar quente nem desembaçador traseiro.
Eu pessoalmente não concordo… Tive quatro Towners e prestei serviço de entrega em uma rede de supermercados e não houve um carro tão perfeito quanto a Tower.. porta nas duas laterais, feixe de molas e embuchamentos excelentes, muito econômico e praticidade em entregar nas áreas urbanas, principalmente em becos e ruas apertadas…. Já a Ducato com manutenção absurda de cara e Kombi com um consumo extremamente alto e Sprinter valendo ouro… melhor opção até hoje pra mim era a Towner
Tem algum motor 1.0 que pode ser adaptado na Towner?
Tô começando a banalizar o termo “para entendedor, meia palavra basta” … por favor, já pesquisei esse tal motor de 1.4 convertido pra 999cc pois não sou entendedor! O único motor que conheço convertido pra 1000 cilindradas nos anos 90 foi o Fiat fiasa 1050.
Amigo. Ele tá falando do GM Chevette junior
@daniel Obrigado cara! Refrescou minha memória, o Chevette Júnior realmente era uma tristeza e nessa época salvo engano, o kit 1.7 que a GM disponibilizava pros 1.4 da década de 70 não estavam mais no mercado pra tentar salvar esse motor!
Infelizmente o sujeito parece não conhecer sobre o carro que está escrevendo, tive duas delas, eu usava para carregar peças e ferramentas realmente bastante peso sempre foram ótimos veículos resistentes e confiáveis
Eu tive 8 delas e gostaria d ter dinovo multo boa d vdd pra quem gosta um excelente carro
Não entendo nada de carros,mas colocar a sogra como peso morto, foi demais!!!!
Primeiro, começa falando de um carro, mas não diz qual é. Deve ser para não magoar o anunciante. Depois, fala mal da Towner, carro que fui o primeiro no Brasil a testar, viajando pelo litoral da Bahia e do Espírito Santo. O carro era ótimo para o que se propunha e muito barato (na Coreia era mais, aqui o governo fica com quase 2/3 do carro). Agora, não recomendo frear bruscamente uma Towner em uma descida íngreme. Desça devagar, engrenado na marcha que subiria. Só um complemento: isso vale para QUALQUER carro.
Faltou muito carro aí ! Gol com motor de fusca, so fazia barulho, estepe em pé dentro do porta malas. A Kombi que vc bateu morreu. S10 cabine dupla com o primeiro motor a diesel Maxion de 95cv só gritava e não andava ! Fiat Tipo que pegava fogo. Fiat 147 que só Deus não arranha marcha naquilo !
Tive uma Towner dessa por 13 anos.
Era bem lerdo, mas muito resistente.
O SUV coreano acho que é o Sportage com motor Mazda de 87 cv, porém o que sei desse motor que é extremamente confiável
O famoso pao de forma. Ahh sem esquecer que o moderno Argo 2024 levou nota zero no Latin Ncapp
A Towner “nova” de 2009, não é fabricada pela Ásia Motors e sim pela Hafei. Tem um motor indestrutível e é difícil de quebrar. Acredito por ser um carro completamente diferente utilizando apenas o Nome Towner.
Uma ressalva para o Towner era o seu conceito de minivan, com o motor posicionado na parte inferior do veiculo, e uma boa capacidade volumétrica de transporte.
De resto a segurança e a confiabilidade deixavam mesmo a desejar, e haveriam de exigir uma alta dose de engenharia pra que o modelo tivesse uma qualidade mais aceitável. Diante disso, a montadora optou em descontinua-lo.
Chevette Jr. é o nome da emoção! O SUV coreano turbodiesel tem vários candidatos, mas arrisco se tratar daquele primeiro Kia Sportage de sete lugares. O tal SUV nacional é o Ecosport 1.0 Supercharger. Fiquei na dúvida quanto ao sedan francês, mas por experiência própria arrisco ser o Renault 19.
Victor, tbm fiquei em dúvida quanto ao sedan francês. Eu tive um Renault 19, mas a versão Hatch e não lembro de ele ser tão ruim de curva kkk. Os demais modelos com certeza são os que vc sitou. Não lembrava que esse Sportage teve versão de 7 lugares, lembrava somente da versão normal de 5
Oraram fala que townwr pior carro em segurança, esquece que kombi matou muita gente em acidentesnao tinha direcao, pegava fogo etc além de custa mais caro. Tornerò era vendido com 3 anos de garantia e foi testadas pela quatro rodas sem esses xomentarios desse fazedor se conteúdo
O Chwette Jwnyor realmente foi o pior 1.0 da historia. Tem gente que diz que nao era 1.0. Era 0.1.