Fenatran 2017 abre espaço para os clássicos
Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas, que aconteceu em São Paulo, exibe veículos que fazem lembrar tempos idos
Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas, que aconteceu em São Paulo, exibe veículos que fazem lembrar tempos idos
O Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas (Fenatran) exibe, a cada dois anos, as últimas novidades em caminhões, vans, furgões e outros comerciais. No entanto, expositores não abrem mão do clássico e apresentam alguns modelos que fazem lembrar tempos idos. Scania, Volvo e Mercedes-Benz levaram um pedaço da história para o evento, que acaba amanhã (20). A reportagem deste AutoPapo ficou maravilhada com os antigos. Por isso, resolvemos separar alguns exemplares que nos deixaram boquiabertos.
A Volvo exibiu, em seu estande, um Série 2 de 1928. A fabricante sueca iniciou a produção de automóveis em 1927. Um ano depois lançava também seu primeiro caminhão. O Série 1 era totalmente projetado pela Volvo e dividia a linha de produção com os automóveis. ao contrário destes, o caminhão foi um sucesso de vendas, logo exigindo a reposição do estoque de 500 unidades.
Assim, seis meses mais tarde, o Série 2 saía da linha de montagem em Gothenburg. O segundo modelo produzido pela Volvo era mais largo que o antecessor, para que as rodas se encaixassem nas trilhas deixadas na terra por carroças. Essas eram as estradas do país na época. A distância entre as rodas é de 1,46 m ante 1,3 m do Série 1, que tinha o mesmo entre-eixos dos automóveis produzidos na fábrica.
O motor, no entanto, permaneceu o mesmo devido ao curto período para reabastecimento do estoque. Era um quatro cilindros com 28 cv de potência e capacidade de carga de 1,5 tonelada. A transmissão era de três marchas e a velocidade máxima, sem carga, de 45 km/h. No Série 2, a velocidade máxima era ainda menor, pois a Volvo preferiu investir em dirigibilidade.
A unidade exposta tem rodas de madeira, originais do modelo, e cabine de acabamento frugal. O isolamento no habitáculo, oferecido pelos vidros, era fundamental para os habitantes da região gélida. O aquecimento era feito apenas com o calor do motor, que passava para a cabine através de uma folha de metal. Nas portas, o logotipo de uma empresa de Malmö, importante cidade sueca.
A Scania começou suas operações em 1891, na cidade de Södertälje, em uma parceria com a Vabis. Em 1900, foi fundada a primeira fábrica, em Malmö, e em 1911 as duas empresas se fundiram para formar a Scania-Vabis. A fabricante chegou ao Brasil em 1957 e completa este ano seis décadas de atuação no país. Para celebrar a data, recheou seu estande na Fenatran com diversos modelos icônicos comercializados por aqui.
O L71 foi um dos primeiros caminhões da Scania a aparecerem no Brasil, ainda no ano de sua chegada. O clássico veio importado e contava com um motor D642 de 9,3 litros, seis cilindros e 150 cv de potência. A capacidade máxima de tração era de 35 toneladas. A cor alaranjada da carroceria era padrão da marca à época. Mais tarde viria o L76, lançado em 1963, com motor D11 de 198 cv.
Já em 1973, a fabricante lançou o L110S, com um D11 superalimentado que entregava 289 cv de potência. Este foi o terceiro modelo da era dos “Jacarés”, apelido para as carrocerias com o compartimento do motor protuberante. Um ano depois, em 1974, foi lançado o LK140, equipado com motor V8 que gerava 350 cv.
A nova cabine era sobreposta ao compartimento do motor, criando uma figura “achatada”, especialmente se comparada aos Jacarés. Estes, no entanto, permaneceram em produção – como o 111S de 1979. Os clássicos “bicudos” estão expostos na Fenatran com o visual característico de várias fases. O T112HW de 1991, já com os ângulos retos que se tornaram um clássico da década, por exemplo.
A Mercedes-Benz é outra fabricante a saudar o passado na Fenatran, com a exibição de um L-1111 de 1964, ano de lançamento. O caminhão se distinguiu por sua cabine semi-avançada de ângulos arredondados. Sua linha continuou em produção até a década de 1970. O motor tinha 110 cv de potência. O modelo era oferecido com diferentes opções de distância entre eixos: 3,6 m, 4,2 m e 4,8 m.
De acordo com a marca, o L-1111 – e seu irmão mais potente, o L-1113 – tiveram 240 mil unidades comercializadas no Brasil, sendo um dos caminhões mais populares da história do país. Para homenagear o clássico, a Mercedes-Benz lança o Actros Série Especial. A edição limitada do extrapesado ganhou pintura em verde “retrô”, incluindo a grade dianteira com detalhes em branco. O chassi tem a cor vermelha, característica dos modelos mais antigos da Mercedes-Benz.
A cabine também recebeu tratamento “vintage”, com estofamento xadrez nos bancos, cobertura em couro no painel, tapetes e revestimentos das portas em bege, e volante com aplicação de couro perfurado em preto e bege. As cortinas do tipo blackout são verdes no lado externo, cor que também aparece no fundo do painel de instrumentos. Um adesivo da Série Especial aparece nas portas, entre outros detalhes. O Actros Série Especial será oferecido em 21 unidades, sendo 15 cavalos 6×4 e seis na configuração 6×2.
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