Quando um modesto Gol 1000 se impõe sobre BMW e Mercedes
Sabe a história do Davi e Golias? Pois bem, nesse dia o valente Gol 1000 teve o seu dia de Davi e em um único golpe não derrubou um, mas dois gigantes
Sabe a história do Davi e Golias? Pois bem, nesse dia o valente Gol 1000 teve o seu dia de Davi e em um único golpe não derrubou um, mas dois gigantes
Esse é um daqueles causos de deixar de cabelos em pé e incrédulos todos aqueles que gostam e conhecem carros. Os protagonistas dessa história, que aconteceu realmente lá pelos idos de 1995 ou 1996, foram eu, outro jornalista, Eduardo Pincigher, e como carros, feras da época, os esportivos BMW M3 e o Mercedes C36 AMG. Como coadjuvante, um surpreendente Gol 1000 branco, daqueles básicos e bem chinfrim. Esse caso intrigante, mostrou um resultado final absolutamente surpreendente até mesmo para quem não conhece o mundo dos carros.
Eu conto. Na época, eu e Eduardo, trabalhávamos em mais uma edição da revista Motor Show, que estava na época do primeiro para o segundo ano de vida. Naquele período comentava-se muito mundialmente que a Mercedes-Benz em conjunto com a AMG, sua divisão de veículos esportivos, estavam lançando em produção em série um novo esportivo derivado do Classe C.
Aqui no Brasil, nos apressamos em comparar o novo esportivo da Mercedes com o consagrado esportivo da BMW, batizado de M3. Seria um supercomparativo, no qual confrontaríamos duas potências da indústria automobilística alemã, consagrados mundialmente. Um trabalho de peso e responsabilidade.
No novo Mercedes AMG da época, um motor de seis cilindros em linha, 3.6 litros, que depois de passar pela mão da AMG, ficou com 280 cv e um torque máximo espetacular, na casa dos 38 kgfm. O novo sedã da Mercedes era uma fera que acelerava de 0 a 100 km/h em pouco mais de 6 segundos e chegava aos 250 km/h de velocidade máxima.
O BMW M3 não ficava atrás. Já consagrado mundialmente, o cupê alemão também tinha um motor de seis cilindros em linha , mas com 3 litros e que desenvolvia 286 cv a saudáveis 7.400 rpm. Ambos considerados como feras internacionais e respeitados mundialmente.
Para um teste tão especial, eu e Eduardo resolvemos levar as feras alemãs a uma fazenda no interior de São Paulo, nas imediações da cidade de Tatuí a cerca de 100 km da capital paulista, pela rodovia Castelo Branco.
Apesar de o tempo não estar muito firme, partimos em nossa missão até a fazenda que pertencia a um conhecido piloto brasileiro e que, graças as suas polpudas finanças, tinha construído um pequeno autódromo dentro das dependências da tal fazenda. Nessa pista particular, faríamos com exclusividade o tira-teima de qual seria o melhor esportivo alemão.
Partimos pela famosa rodovia paulista que, nos primeiros 80 km, dispõe de pista dupla com três faixas de rolamento cada uma. Uma estrada para quem gosta de acelerar, ainda mais em esportivos do naipe de BMW e Mercedes.
Mas, neste dia, as condições do tempo nos pregaram uma peça: chovia torrencialmente desde a partida de São Paulo. Mas nós insistimos, na esperança de que para o interior a chuva parasse e o tempo abrisse. Mas isso não aconteceu. A impressão que tínhamos era a de que, quanto mais caminhávamos para o interior, mais a chuva engrossava.
Com a chuva forte, o suficiente para criar uma boa lâmina de água na pista, descobrimos da maneira mais desconfortável possível que aquelas condições climáticas, não serviam para as superferas. A medida que a chuva aumentava, os carros iam ficando cada vez mais difíceis de dirigir: queriam ir para todos os lados, menos para onde os motoristas os dirigiam.
Explico: os carros alemães de alta performance tinham pneus muito largos, ótimos para pista seca, onde proporcionavam boa aderência. No molhado os enormes pneus não conseguiam dar vazão ao grande volume de água pela qual passavam por cima e, por isso, começavam a dançar sobre a pista molhada. Difíceis de dirigir!
Naquela chuvarada toda e no sufoco para manter os carros em linha reta, não conseguíamos andar a mais de 100 km/h: supercarros com muita potência sob o capo e vencidos pela chuva.
Inacreditavelmente, vejo pelo retrovisor um carro piscando os faróis e pedindo passagem, apesar de não crer, liguei o pisca para a direita imaginando, qual carro seria aquele que me ultrapassaria em uma imbatível BMW M3? E a próxima vitima, eu sabia, seria a novíssima Mercedes C36 AMG, que trafegava a minha frente, dirigida pelo meu amigo Eduardo.
Pois bem, a fera me passou a uns 120 km/h, jogando água para todo lado, mas firme em sua trajetória reta, passou pelo BMW e em um único bote também pelo Mercedes com uma facilidade incrível.
Vocês devem estar me perguntando: que fera é essa que subjugou em uma única manobra os esportivos da BMW e da Mercedes? Acreditem!!! Era um Gol 1000 branco, daqueles velhos quadrados, que passou por um, por outro e foi embora como se a estrada estivesse seca. Eu e o Eduardo não acreditamos na cena que vimos e se alguém nos contasse, certamente não acreditaríamos e daríamos risada do mentiroso, tamanho era o descalabro daquela cena que acabávamos de presenciar.
Tecnicamente falando, o fato é perfeitamente explicável: Enquanto Mercedes e BMW eram calçados com pneus de 225 mm de largura na dianteira e 245 mm de largura na traseira, o paupérrimo Gol 1000 tinha de série, estreitos pneus “corta bosta” de 145 mm de largura.
Para andar a 120 km/h, o pequeno motor 1000 do Gol, dava conta do recado e seu destemido motorista não temia chuva e mandava ver embaixo do aguaceiro. Os pneus finos, estreitos, se comportam muito melhor na água, pois cortam a lâmina de água da pista com muito mais facilidade, além de contar com a ajuda dos sucos originais do pneu.
E nós, com aquelas maravilhas alemãs, não conseguíamos andar a mais de 100 km/h, pois a largura excessiva dos pneus não conseguiam dar vazão ao excesso de água da pista. E os carros ameaçavam rodar em plena reta a todo momento.
Sabe a história do Davi e Golias? Pois bem, nesse dia o valente Gol 1000 teve o seu dia de Davi e em um único golpe não derrubou um, mas dois gigantes em uma única tacada: o Gol 1000 bateu BMW M3 e Mercedes Bens C36 AMG.
Golpe de ousadia e muita sorte!
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Valeu pessoal
Tenho um gol quadrado ano 95 motor cht 1000 há 10 anos e estou satisfeito. Nesses anos de uso só troquei o diafragma
Davi (Hebreu-Israel) X Golias o filisteu (Filistéia – Palestina). Golias afrontou o Deus criador, não tinha como vencer. Douglas se possível leia a passagem desta luta, irá enriquecer a sua vida. 1Samuel cap.17
Tem razão, Roberto. Corrigimos!
Obrigado!
Correr na chuva era tarefa par o Ayrton Senna… o Rei da Chuva. Não arrisco em correr na chuva e até prefiro não andar na chuva pra não sujar o carro kkkkkkkkkkkkkkkk
O correto seria Davi e Golias
Acabei de comprar um gol quadrado 95 motor 1.0 CHT.carro muito bom
Eu tenhoje um gol 1000 faz 16 km por litro na velocidadé média de 120 kmphr
Estou vendendo sou segundo dono manual e nf de fabrica licenciado valor 13.000
00 não aceito contra oferta 11 993 262 349
Hahahahahahahahahahhhahahahahaha hj sbahajsbwhwjajajahaab Sansão já trocou a Dalila pelo Golias????
Tempos modernos!!!
Tem razão, Fernando. Corrigimos!
Obrigado!
Davi e Golias meu caro… Davi e golias!
Corrigido, meu caro!
Obrigado
Sansao e Golias, essa foi boa.
kkkk
O correto seria Davi e Golias,muita atenção nas matérias.
Tem razão, Caick. Corrigimos!
Obrigado!