Jaguar F-Type leva ‘surra’ quando comparado ao antecessor
Esportivo faz analogia ao E-Type tanto no nome quanto no visual, mas não consegue superá-lo em determinados aspectos
Esportivo faz analogia ao E-Type tanto no nome quanto no visual, mas não consegue superá-lo em determinados aspectos
O automóvel mais icônico que a Jaguar já produziu é o E-Type. Fabricado entre 1961 e 1975, ele redefiniu os parâmetros de carro esportivo e entrou para a história devido ao desempenho descomunal (no contexto da época em que esteve no mercado), à sofisticação do acabamento e, principalmente, à beleza do design. Em 2013, a Jaguar lançou o F-Type, que como o próprio nome sugere, evoca o antecessor. Neste ano, o modelo passou por uma reestilização. A questão é: estaria o contemporâneo à altura do clássico?
Boris Feldman apresenta um Jaguar E-Type 1971: assista ao vídeo!
Para responder a essa pergunta, o AutoPapo decidiu comparar as duas gerações de esportivos da Jaguar, E-Type e F-Type. Como, aqui, a questão envolve um modelo antigo, com quase 60 anos de idade, sem a tecnologia de um similar atual, os critérios de julgamentos são, digamos, mais emocionais… Confira!
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Particularmente, nós, aqui do AutoPapo, achávamos o F-Type mais bonito antes da reestilização que acabou de sofrer. As mudanças concentraram-se na dianteira, que ganhou faróis mais afilados e para-choques com enormes tomadas de ar. Antes, os faróis mais arredondados e a grade central em destaque remetiam justamente ao E-Type, assim como as proporções da carroceria (que não foram alteradas com as últimas intervenções de estilo).
O novo esportivo é feio? De modo algum! Mas, mesmo antes da reestilização, ele já não estava à altura do E-Type. O modelo clássico é tão belo, mas tão belo, que uma unidade está exposta no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). O motivo, claro, é o design irretocável e atemporal.
A beleza do E-Type encantou até mesmo a concorrência! Em 1961, quando o esportivo foi apresentado ao público no Salão do Automóvel de Genebra, ninguém menos que Enzo Ferrari ficou impressionado com suas linhas. Consta que o comendador italiano parabenizou pessoalmente Sir William Lyons, proprietário da Jaguar, por ter construído o carro mais belo do mundo.
Aqui, mais uma vez, o novo não está à altura do clássico! O Jaguar F-Type é, sim, muito bem acabado, ostentando materiais de qualidade no interior e na parte externa. Mas é difícil concorrer com o E-Type, cujo padrão de construção era, em alguns aspectos, artesanal.
O interior do antigo esportivo era um verdadeiro suprassumo para os padrões dos anos 60; aliás, ainda é, mesmo no contexto atual. Afinal, há uma verdadeira abundância de couro Connolly, que forra os bancos e os painéis de porta. Material emborrachado no volante? Que nada: ali, o que predomina é madeira de lei. Pensando bem, nem chega a ser vergonhoso ficar atrás do clássico nesse quesito…
Quando o assunto é glamour, um automóvel antigo sempre levará vantagem em relação a um novo, certo? Sim, verdade, mas a vantagem para o E-Type aqui é tão grande que toma dimensões desproporcionais. Afinal, o modelo é um verdadeiro ícone pop, uma representação perfeita da década de 60 sobre quatro rodas.
Se o E-Type fosse de carne e osso, teria um currículo de fazer inveja às grandes estrelas de cinema, com aparições em centenas de filmes. Na vida real, ele também conviveu de perto com os astros: celebridades como Steve McQueen, Brigitte Bardot, Tony Curtis e até o ex-Beatle George Harrison estão entre os ex-proprietários do modelo.
Outra vitória acachapante para o clássico! Basta fazer uma pesquisa de preços para constatar: o Jaguar F-Type custa de R$ 404.166 a R$ 551.250, dependendo da versão e do tipo de motorização. Os valores de E-Type em boas condições começam na mesma faixa, por cerca de R$ 500 mil, mas podem chegar facilmente a R$ 1 milhão, dependendo da versão e do estado de conservação.
Além do mais, os preços de veículos com determinadas especificações podem subir ainda mais. Em 2017, uma unidade fabricada em 1963 e utilizada em corridas foi vendida por nada menos que US$ 7,37 milhões (R$ 39,4 milhões).
Outro ponto é que, enquanto um F-Type zero-quilômetro perderá boa parte do próprio valor ao longo dos próximos anos, um E-Type tende a sofrer o efeito contrário e valorizar. Sim, isso sempre tende a ocorrer quando se compara um veículo novo a um antigo, mas… Essas são as leis do mercado, certo?
Antes que você ache que a equipe AutoPapo ficou louca, fica o esclarecimento: em uma comparação direta, o F-Type é, sim, mais rápido que o antecessor. Natural, uma vez que o esportivo atual é equipado com motores 2.0 turbo de 300 cv, 3.0 V6 de 380 cv e 5.0 V8 de 575 cv. Por sua vez, o antigo Jaguar dispunha de unidades de seis cilindros 3.8 e 4.2, substituídas em 1971 por um V12 5.3, com potências entre 265 cv e 276 cv.
A questão é que esse tipo de comparação não é justa, uma vez que um projeto quase 60 anos mais novo, logicamente, terá mecânica mais eficiente. Então, a análise aqui deve ser feita dentro do contexto da época. E em 1961, quando foi lançado, o E-Type imediatamente tornou-se o automóvel mais veloz do mundo, com máxima de 241 km/h! Era um número espantoso naquele momento. Além do mais, o modelo era um dos esportivos mais potentes do planeta, rivalizando diretamente com marcas como Ferrari e Aston Martin (e ainda custando bem menos).
Já o Jaguar F-Type, quando comparado aos superesportivos atuais, está em um patamar secundário. Afinal, o modelo mais potente da Jaguar atualmente não é páreo para concorrentes de Ferrari e Aston Martin, que produzem bólidos com mais de 700 cv.
Nós adoramos o Jaguar E-Type? Sim! Isso pesou no nosso comparativo? Bem, talvez… Mas, polêmicas à parte, preferimos permanecer fiéis à Lei Jardel: clássico é clássico!
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