Meia-volta: 10 marcas de carros que abandonaram o Brasil
Algumas são tradicionais, como a Alfa Romeo, e outras são mais recentes, entre as quais a Geely; todas, porém, deixaram o país
Algumas são tradicionais, como a Alfa Romeo, e outras são mais recentes, entre as quais a Geely; todas, porém, deixaram o país
O mercado nacional está longe de ser desprezível para a indústria automobilística. Atualmente, o país é o nono maior consumidor de veículos do planeta; vale lembrar que, oito anos atrás, chegou a ocupar a quarta posição no ranking global. Isso, porém, não parece ser o bastante para algumas marcas de carros, que até chegaram a atuar no Brasil, mas acabaram indo embora e nunca mais voltaram.
E não são poucas as empresas que vieram tentar a sorte no país, mas se deram mal: o AutoPapo listou nada menos que 10 delas! Algumas marcas operaram no Brasil apenas como importadoras, mas outras chegaram ao ponto de fabricar carros por aqui. Confira o listão!
A marca soviética Lada foi uma das primeiras estrangeiras a chegarem ao Brasil depois da reabertura do mercado às importações, em 1990. Apareceram por aqui modelos como o sedã Laika, o hatch Samara e o valente jipe 4×4 Niva. Após apenas cinco anos, entretanto, a Lada deixou o país. Uma das razões é que os motores soviéticos não se adaptaram à gasolina brasileira, com muito álcool.
Apenas nos últimos anos, tem-se ouvido rumores de que a marca pode retornar ao Brasil, trazendo um Niva totalmente atualizado, produzido através da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, que hoje controla a fabricante russa. O jipinho, inclusive, foi sondado para ser fabricado no Paraná.
A chinesa Geely é uma marca controlada pelo todo poderoso Grupo Geely, hoje dono da Volvo, Lotus, e do qual o CEO, Li Shufu, é o maior acionista da Daimler. Apesar disso, a fabricante não teve sorte no Brasil, e suas importações foram interrompidas em março de 2018. A Geely começou a ser importada para o Brasil em 2014 pelo Grupo Gandini, o mesmo que traz a Kia para cá.
Em abril de 2016, entretanto, as operações foram suspensas após apenas 1.282 unidades vendidas, e, por fim, foram finalizadas oficialmente. Segundo a Geely do Brasil, a marca se tornou uma “operação deficitária” devido ao programa Inovar-Auto. Ainda há chances, entretanto, de que a chinesa retorne ao país com vendas diretas.
A Alfa Romeo carrega uma história centenária: participou até mesmo do nascimento da Ferrari, na década de 1920. Muito depois disso, a empresa chegou ao Brasil. Tudo começou em 1960, quando a FNM (sigla da extinta estatal Fábrica Nacional de Motores) começou a produzir, sob licença, o sedã JK, que nada mais era senão um Alfa Romeo 2000 Berlina. Em 1974, o modelo foi substituído pelo modelo 2.300, que enfim adotou o símbolo da marca italiana.
Todavia, em 1986, a produção do sedã nacional chegou ao fim. Naquele ano, a empresa deixou o Brasil pela primeira vez, mas não tardou a regressar. Em 1991, durante a abertura das importações, passou a trazer seus produtos da Europa. Compuseram a gama os modelos 164, 145, 147, 155 e 156. Em 2006, entretanto, a Alfa Romeo finalizou novamente suas operações no país e não voltou mais.
Essa tradicional fabricante japonesa nunca teve sorte no Brasil, onde ficou por 10 anos. A chegada ao país aconteceu em 1990, com a reabertura dos portos. Naquela época, trouxe os modelos MX-3, MX-5 e 626 por meio da Mesbla, gigante do varejo brasileiro que fechou as portas em 1999. Com a falência, foi embora também a marca nipônica, que não voltou mais.
Em 2017, o presidente e CEO da Mazda na América do Norte, Masahiro Moro, garantiu que não tem planos de retornar ao Brasil. “Primeiro, pelos altos impostos cobrados pelo governo brasileiro. Segundo, pelas dificuldades para estabelecermos uma fábrica no país”, detalhou ele em entrevista exclusiva ao AutoPapo.
Um dos casos mais curiosos entre as marcas de carros que deixaram o Brasil é o da Seat. Assim como várias outras, a fabricante espanhola chegou ao país após a abertura dos portos, iniciando suas operações em 1995. A diferença é que, em vez de ser trazida por algum importador local, a empresa foi representada pelo próprio Grupo Volkswagen, que a controla mundialmente.
O primeiro carro da Seat a desembarcar no Brasil foi o sedã Córdoba. Depois, vieram o hatch Ibiza e até o furgão Inca e a perua Córdoba Vario. Mas nem mesmo o know-how da Volkswagen no mercado brasileiro foi capaz de garantir o sucesso desses veículos. Em 2002, após sucessivos revezes, a marca espanhola fez as malas e partiu.
Nem mesmo a icônica Aston Martin ficou de fora. Ou melhor, dentro do Brasil, pois está entre as marcas de carros que encerraram suas operações locais. Desde 2017, o fabricante não tem representação no país. Naquele ano, o grupo SHC, do empresário Sergio Habib, fechou a única concessionária dos superesportivos ingleses em solo nacional e parou de importá-los oficialmente.
Àquela altura, o grupo SHC representava a Aston Martin havia quase sete anos. Desde então, a marca segue sem operar no Brasil: não há nem mesmo um site oficial hospedado no país. Desse modo, atualmente, quem quer um modelo do fabricante inglês deve recorrer à importação independente.
A Changan foi a primeira marca chinesa a vir para o Brasil, em 2006, quando ainda se chamava Chana. Sobre a chegada ao país, o presidente da importadora Districar, Abdual Ibraimo, acreditava no sucesso no país. “Ao contrário dos comentários iniciais sobre o nome, à época de sua apresentação no Salão do Automóvel de 2006, entendemos que o consumidor brasileiro aceitou muito bem os veículos do Chana”, disse ele à revista AutoEsporte, em 2011, quando mudou de nome.
A sorte, entretanto, durou pouco. Ao contrário de outras marcas chinesas de carros, que conseguiram se manter no mercado, a Changan não está mais presente no Brasil.
A japonesa Daihatsu foi outra que chegou com a reabertura das importações, trazendo Cuore, Applause e Terios em 1994. Mas as operações duraram pouco: uma alta do dólar, em 1999, fez com que ela se tornasse mais uma das marcas de carros que deixaram o Brasil.
Vale destacar que, enquanto por aqui a história da Daihatsu foi encerrada. na Ásia ela segue firme. A fabricante é especialista em carros compactos e subcompactos. Atualmente, a empresa é controlada pela Toyota, que detém 51% de suas ações.
A Mahindra é a maior fabricante de automóveis da Índia. No Brasil, ela chegou pelas mãos da importadora Bramont em 2007 e chegou até mesmo a ter seus carros produzidos em Manaus. Entre eles, estava a Pik-Up e o M.O.V. (que antes se chamava Scorpio), mas o volume de vendas foi muito baixo e a indiana decidiu voltar para casa em 2015.
Curiosamente, no exterior, a Mahindra parece estar com boa saúde. Tanto que, também em 2015, a empresa indiana adquiriu o famoso estúdio italiano de design Pininfarina, por US$ 28 milhões.
Eis outro fabricante com muita tradição. De origem inglesa, a MG (sigla para Morris Garage) foi comprada pelo grupo chinês Saic Motors em 2005. Pouco depois, em 2011, a importadora Forest Trade trouxe a marca ao Brasil. Todavia, a empreitada fracassou: com poucos pontos de vendas espalhados pelo país e poucas ações publicitárias, muita gente sequer soube das operações da empresa no país.
Após vender pouquíssimos veículos, a MG deixou o mercado nacional já em 2013. Na Ásia e em alguns países europeus, a empresa ainda sobrevive. Porém, no Brasil, está entre as marcas de carros que debandaram após enfrentarem dificuldades.
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Esqueceram da Suzuki, que já abandonou o país 2 vezes?
Onde esta a Firazza concessionaria,que cuidava da marca MG,MG550.
Soube que na época em que a LADA operava no Brasil, a fabricante Russa exportava ao Brasil, veículos usados como se fossem novos! Tudo por cauda da lei vigente ate hoje de importação de apenas veículos novos…
Tambem pudera, eles acham que aqui e a india pra usarem esses carros que mais parece um ovni, tiram o brasil pra pé de chinelo , fabricam essas bosta e depois se dao mal. Eles pensam la fora que o Brasileiro precisa desses carros de levar gente pelo lado de fora pendurados no teto e tudo mais. Brasileiro não é tudo chinelão como eles pensam. Ate pobre aqui no Brasil quer ter coisa boa, entao nao me venha com essas porcarias, até logo, até mais ver, bon voyage, arrivederci, até mais, adeus, boa viagem, va em paz, que a porta bata onde o sol nao bate , não volte mais aqui , hasta la vista baby, escafeda-se, e saia logo daqui
pena estes carros não se aguentar,também impostos caro,os carros deveria agir mais no mundo carros com peças a vista que funcionam através de engrenagem e mecânica,este monte de elétricos e eletrônico é que faz os carros ficar caro e sem confiança.
Correção: o Daihatsu da foto é um Terios, não um Cuore
Olá, Wendell. Tudo bem?
Você tem razão e já corrigimos.
Obrigado pela colaboração.
Depois das ultimas Macro n patadas no povo brasileiro, as próximas a caírem fora devem ser 2 francesas que vendem muito pouco aqui dentro. Acho que só ficará mais uns dias a Renô. As japonesas e chinesas agradecem.
No mundo das duas rodas também tivemos algumas perdas. A Indian no ano passado deixa saudades, principalmente por ter bons resultados nos EUA.
De todas a que mais faz falta é a Mazda, revolucionária e com pensamento fora da caixa. A Alfa também marcou.
Os Carros Até Que Eram Bons. Mas Alfa Romeo E Mazda Deixam Saudades.
Só duas eu gostaria que voltassem. Alfa Romeo e Mazda.
Nos livramos de um monte de fábricas de lixo.
Tem umas marcas de carros q vieram pro Brasil só pra fracassar!!!
Porque a seat não vingou no Brasil? Aqui na Europa é sinónimo de prestígio assim como tudo que é grupo vw (audi, seat, vw, skoda, Porsche…)