Mesmo nome, carros diferentes; veja 10 casos de carros xarás
Batizar um carro é um trabalho árduo do time de marketing, as vezes os carros recebem nomes que já existiam em modelos de outras partes do mundo
Batizar um carro é um trabalho árduo do time de marketing, as vezes os carros recebem nomes que já existiam em modelos de outras partes do mundo
O nome é algo importante para os carros. Ele pode dizer algo sobre o modelo, se consolidar no mercado ou pode até ajudar a encerrar a carreira de um veículo antes da hora. Mas graças às grandes diferenças entre os mercados, o mesmo nome pode acabar sendo usado por carros completamente diferentes.
Esses casos raramente acontecem no mesmo mercado, devido a leis de propriedade intelectual. Quando acontece, é após muitos anos e em segmentos diferentes. O AutoPapo separou alguns desses carros sem nenhuma relação além do nome.
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Quando a Renault lançou o SUV Duster, os fãs de muscle cars acharam o nome familiar. A Plymouth, antiga marca de entrada do grupo Chrysler, havia fabricado, entre 1969 e 1976, um cupê de estilo esportivo com esse nome na mesma plataforma do nosso Dodge Dart.
Ambos trazem em comum o fato de terem duas personalidades. O Duster franco-romeno é um SUV familiar espaçoso, e na versão de tração integral traz uma valentia acima da média para a categoria.
Já o Plymouth Duster servia como um cupê estiloso para o uso diário nas versões de seis cilindros e com os V8 mais mansos, mas virava um esportivo de baixo custo quando equipado com o V8 de 340 pol³ derivado das pistas de corrida.
O Ford Fiesta é um dos carros compactos mais bem-sucedidos do mundo, sendo hoje o carro mais vendido do Reino Unido de todos os tempos. A trajetória do compacto fez seu nome mundialmente reconhecido, mas ele não foi o primeiro carro com esse batismo.
A Oldsmobile, finada divisão intermediária da General Motors, utilizou o nome Fiesta para designar as suas peruas grandes de 1957 a 1964. A primeira Fiesta trazia estilo hardtop e não possuía a coluna B nas janelas. Partindo da linha 1959, a perua passou a utilizar portas e janelas convencionais; em 1965 a marca deixou de oferecer peruas grandes para focar na média Vista Cruiser.
Você se lembra do Mahindra Scorpio? O fabricante indiano esteve presente no Brasil por pouco tempo com o SUV Scorpio e uma caminhonete chamada apenas de Pick-Up. A simplicidade rústica desses modelos acabou não caindo nas graças do consumidor, mas a marca continua até hoje firme no mercado de tratores.
O Scorpio da Ford é mais antigo que o SUV da Mahindra, porém ele foi conhecido por ser sofisticado. Ele foi o topo de linha da Ford Europeia, vendido nas carrocerias sedã, liftback e perua. O seu principal concorrente nós conhecemos bem: era o Opel Omega. O Ford Scorpio tinha tração traseira, motores de quatro cilindros ou V6 e servia como uma opção de carro executivo.
Na segunda geração do Ford Scorpio, ele ganhou uma semelhança com o seu xará indiano: o design ficou controverso – para não ter que chamar de feio. A perua manteve a traseira antiga, mas a dianteira com faróis e grades ovalados aceleraram aposentadoria do carro. Nem o motor V6 Cosworth e o interior luxuoso salvaram o veículo. Já o Mahindra Scorpio continua em produção com alguns face-lifts.
O primeiro SUV nacional da Fiat teve o seu nome escolhido por meio de uma votação na internet. As opções foram Tuo, Domo e Pulse, a escolha do público foi pela última. Que por coincidência, viria a ser o mesmo nome utilizado pelo Nissan March vendido pela Renault na Índia.
A Renault e a Nissan possuem alguns intercâmbios curiosos na Índia, o March foi vendido pela marca francesa enquanto o Duster recebeu mudanças na dianteira e foi rebatizado como Nissan Terrano. Hoje essa salada dimuiu, a Renault encontrou seu espaço na Índia com o Kwid enquanto a Nissan vende um Kicks crescido feito na plataforma do Duster, e o suvinho Magnite.
Quem é fã de drift certamente conhece o Toyota Sprinter Trueno AE86, que estrelou o mangá Initial D e é a escolha do “rei do drift” Keiichi Tsuchiya. Essa é apenas uma dos vários Sprinter da gigante japonesa, que nada mais é o Corolla com outro nome.
A Toyota vende seus carros no Japão por meio de quatro redes de concessionárias e cada uma possuía uma gama específica de modelos. Muitos deles eram carros gêmeos com leve mudanças visuais, como é a relação do Sprinter com o Corolla. O AE86 foi a última geração dele com tração traseira, virou um ícone do drift por ser leve, acessível e fácil de preparar.
A van Sprinter da Mercedes-Benz faz parte de uma linhagem menos confusa. Apareceu em 1995 para suceder o antigo furgão TN, que datava de 1977, e reforçar o braço comercial da marca. Hoje a van é considerada como referência na categoria.
Não basta o nome Maverick ter sido usado pela Ford em quatro veículos completamente diferentes, sendo dois deles feitos pela Nissan, ele também é usado pelo UTV da canadense Can-Am. O Maverick canadense é um veículo off-road dedicado e não pode ser emplacado.
Ele é figurinha carimbada nos ralis e competições, muitas vezes correndo em categorias específicas. O Can-Am Maverick usa motor Rotax aliado a uma caixa CVT. A tração pode ser traseira ou 4×4.
A Dodge demorou a apresentar a sua resposta ao Ford Mustang, mas chegou em grande estilo ao segmento em 1970 com o Challenger. O muscle car compacto durou pouco tempo no mercado, saiu de linha em 1974. Ele ganhou uma segunda geração entre 1978 e 1983, que, coincidentemente, era um Mitsubishi com emblemas trocados, e desde 2009 está na bem sucedida terceira geração.
A Mitsubishi lançou em 1996 um SUV derivado da picape L200, e seu nome no Japão e em alguns mercados asiáticos e na Oceania era Challenger. Nos outros mercados ele pegava carona no sucesso do Pajero (também chamado de Montero e Shogun) e foi batizado como Pajero Sport. O nome Challenger durou até a segunda geração, na atual terceira geração ele se chama apenas Pajero Sport .
A BMW ainda não mostrou a versão final do seu XM, mas já confirmou que o primeiro carro exclusivo da divisão Motorsport compartilhará o nome com o antigo topo de linha da Citroën. Para poder usar esse nome sem ter problemas legais, os alemães firmaram um acordo com os franceses.
São carros bem difíceis de confundir: o da BMW é um SUV esportivo grandalhão. Já o da Citroën é um liftfback grande com estilo aerodinâmico bem noventista. O Citroën XM é herdeiro da linhagem do inovador DS.
Antes de existir o Yaris e o Aygo, o menor carro da Toyota globalmente era o Tercel. Mas em seu país de origem, o Japão, esse carro se chamava Corsa. Lançado em 1978, ele foi o primeiro carro de motor transversal e tração dianteira da marca.
O Toyota Corsa antecedeu o Corsa da General Motors, que foi lançado pela Opel em 1982. Os japoneses usaram o nome Corsa até 1999, quando lançaram o primeiro Yaris. Nessa época, a Opel vendia os seus carros oficialmente no Japão, o que obrigou a rebatizar o seu Corsa como Vita.
A Autolatina sempre rendeu modelos e histórias curiosas. O Volkswagen Apollo era apenas uma versão com outro nome do Ford Verona e teve uma vida curta no mercado. Seu nome veio do deus grego do sol.
Muitos carros usaram esse nome. O primeiro foi um esportivo independente feito na Califórnia entre 1962 e 1965, unindo uma carroceria italiana com o motor V8 Buick. Esse carro foi usado pelo vilão do filme Se Meu Fusca Falasse, de 1968.
Entre 1973 e 1975, a Buick, divisão de semiluxo da General Motors, fez um Apollo. O dela era uma versão mais bem equipada do Chevrolet Nova, para a marca possuir um modelo mais acessível durante a crise do petróleo. Outra divisão da GM a ter um Apollo foi a Holden, o seu foi um Toyota Camry com o logo do leão na grade.
O Apollo mais bem sucedido foi o feito pela alemã Gumpert. Esse superesportivo de desenho agressivo foi lançado em 2005 e se parece mais com um carro de corrida do que com um de rua. Seu chassi é tubular, feito de aço cromo, e a carroceria é de fibra de vidro com fibra de carbono. Um motor V8 4.2 biturbo da Audi está montado em posição central. O consumidor pode escolher opções de potência entre 650 e 800 cv.
Se for para incluir carros e motos com o mesmo nome a lista seria enorme, mas escolhemos uma dupla para representar essa relação a título de curiosidade. No Brasil, quando se fala em Hornet a primeira coisa que vem a mente é a motor naked de 600 cm³ da Honda, que ganhou uma segunda fama nas letras de funk ostentação.
O Hudson Hornet também é famoso, mas por outros motivos. Graças ao seu chassi perimetral que permitia uma carroceria mais baixa e ao potente motor de seis cilindros em linha, ele dominou a Nascar nos anos 50, ganhando o apelido de “O Fabuloso Hudson Hornet”. Essas conquistas foram homenageadas no filme Carros (2006), com o personagem Doc Hudson.
Fotos: Divulgação
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A idéia deste post foi muito boa. Gostaria de sugerir que fizessem o contrário: Um mesmo veículo ser feito por várias empresas e ter nomes diferentes para cada uma. Por exemplo, temos o FORD VERONA e o VW APOLLO; FIAT DUCATO, PPEUGEOT BOXER e CITROËN BOXER, entre outros. Será que tem mais?
Nissan e Chevrolet Caravan
O bom Apollo foi usado pela primeira vez no Brasil no início dos anos 70 pela Eliziário em um ônibus rodoviário.
O nome Apollo foi usado pela primeira vez no Brasil no início dos anos 70 em um ônibus rodoviário produzido pela extinta Eliziário.
Falta de criatividade da modernidade tanto nos nomes quanto nos designers hoje em dia. Usam nomes de antepassados e agora copiam entre si, misturam mecânicas. Perdeu se a essência, virou pouro e comerce