Suzuki Jimny Desert poderia ter outro nome: ‘Takaro’

Suzuki Jimny é um dos jipinhos mais acertados hoje no mercado, mas série especial Desert tem preço exagerado: R$ 86 mil

suzuki jimny desert
Por Roberto Nasser
Publicado em 10/08/2018 às 20h16

Suzuki criou série especial do seu jipinho Jimny. Chama-a Desert e não é identificada por adesivos, rodas coloridas, bobagens afins, usuais características de fugazes edições. Aumento em 68 mm da altura livre do solo, pneus maiores, 215x75x15, chapas protetoras para a mecânica inferior – caixa de transferência, braços da suspensão, amortecedores, além de equipamento com mais função visual e menos prática, o snorkel.

Leitor deve saber, uma trapizonga nascendo ao nível do teto, descendo, e trepanando o cofre do motor, como se o motorista fosse circular submerso a 2 metros. Coisa para enganar mãe de moça mas, sem trocadilho, neste deserto de veículos sem habilidades extras e apenas penduricalhos em hatches metidos a SAVs e estes querendo ser vistos como SUVs, fará a maior presença.

O Jimny Desert é pintado em Bege Jizan, é dita como inspirada nas areias do deserto, mas Jizan é cidade à beira-mar, próxima ao Yemen -, grade e faróis com acabamento cor grafite. Sua ótima capacidade off-road – para a Coluna é a melhor equação na proposta – foi implementada. Apenas 100 unidades.

Porém, visto o preço, R$ 86 mil, mereceria denominação japonesa: “Takaro”.

Jimny Desert é série limitada em 100 unidades
Suzuki especial Desert. Deveria ter outro nome... (Foto Tom Papp | Fotovelocidade)

Roda-a-Roda

Referência  – Herbert Diess, presidente da marca Volkswagen, na apresentação dos resultados financeiros da espanhola Seat, sua controlada, saiu-se com comparativo curioso: com a entrada no mercado chinês, quer vê-la como a Alfa Romeo, começando por elevar preços. Alfa hoje é comparável às versões S da linha Audi, os mais caros dos sedãs VW.

? – Diess nominou as características da Alfa, e disse que o crescimento e margem econômica da Seat superam a marca italiana.

Pretensão – Nenhuma outra marca tem tanta história e tradição no emblema como a Alfa, e a comparação parece graça sem graça. Há quem lembre, Luca De Meo, presidente da Seat, era Menino de Ouro na então Fiat, e de lá foi saído por Sergio Marchionne, capo de tutti capi é à época número 1 da marca. Comparação presunçosa parece provocação póstuma.

Mais um – Chevrolet apresentou versão automática de seu sedã Cobalt. Tracionada pelo motor 1,8 L4, completa-o com direção eletricamente assistida e o multimídia MyLink. Foca clientes dentre os submetidos às agruras do trânsito brasileiro e PcD, Pessoas com Deficiência, contempladas com desconto no IPI.

Caminho – Poderia ter lançado antes, mas optou adotar a Teoria da Manada, aguardando outros fabricantes tomar a iniciativa para, então, segui-los.

Retorno – Fim das cotas de importação baixadas pela legislação do programa Inovar Auto acelera negócios dos importadores. Kia, maior deles, cresceu 46,3% relativamente ao primeiro semestre de 2017. Na prática licenciou 6.899 unidades, entre SUV Sportage e sedã Cerato. Média do mercado foi 14,1%.

Traço – Agregação à Aliança Renault-Nissan dá impulso à divisão automobilística da Mitsubishi. Empresa cooptou Alessandro Dambrosio, ex-designer chefe da Alfa Romeo. Quer dar traço, vigor, identidade visual a uma das marcas mais mal identificadas no setor.

Pré – Dambrosio participou dos projetos Alfa 159, Giulietta, Mito. Após, na Volkswagen, chamado pelo seu ex-chefe Walter “156” De Silva, trabalhou nos recentes Audi A4/A5; TT Sportback Concept e no SUV Bentley Bentaiga.

Situação – Designer-chefe é oportunidade de ouro a profissional do lápis deixar a marca de seu talento. Não são empregos efêmeros. Normalmente o escolhido cria as formas e personaliza os produtos por, pelo menos, duas gerações de veículos.

Opção – Aparentemente, a parte nipônica da Aliança necessita socorro e apoio em estilo.  Nissan foi buscá-los na Casa Pininfarina para acertar seu performático 370 Z, e  precisa fazer trabalho em todos os seus produtos -, indistintamente ruins em estilo. Mitsubishi acertou-se com o italiano ex-Alfa.

Confiança – Longo e cheio de percalços em seu curso no âmbito dos ministérios da Indústria e Comércio, Planejamento e Fazenda, projeto Rota 2030 foi enviado ao Congresso para apreciação. Traça a regra de incentivos para a indústria de veículos e autopeças.

Correções – No Legislativo, esperadas intervenções das fabricantes, montadoras e importadoras relativamente ao percentual de compensações nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, aparentemente terá curso curto.

Vaticínio – Raciocínio está em declaração do presidente Michel Temer, no congresso da Fenabrave,  entidade dos revendedores de veículos, terça-feira passada. Lá, turbinado por surpreendentes aplausos, declarou assinará a Lei à abertura do Salão do Automóvel, novembro. Aparentemente combinou com os russos legisladores.

Ar – Fábricas de automóveis buscam independer de energia elétrica cara, produzido por hidroelétricas ou termogeradores. No Brasil Volkswagen tem duas represas gerando energia; Honda um parque de geradores eólicos. Toyota Argentina vai pelo mesmo caminho: acertou com a petroleira estatal YPF geração de energia elétrica produzida por geradores eólicos.

Mit 20 – De uma aposta no futuro, em município distante do centro produtor de auto peças, mas próximo ao mercado de seu produto, os picapes 4×4, em 20 anos a Mitsubishi marcou sua história em Catalão (GO).

Vai – Nasceu com 14 mil m² de área coberta e, em 20 anos, chegou a  quase 20 vezes mais. Registro insólito, no meio de Goiás a empresa tem uma das três mais modernas instalações de pintura no Brasil.

Gabarito – Das muitas conquistas, o transformar o picape diesel em objeto-ícone de consumo; de ter sido pioneira no uso de turbo nos Mitsubishi; de dar morfologia aos picapes: diesel, cabine dupla, tração nas 4 rodas.

Saída – Para enfrentar o tabelamento dos fretes – e a impossibilidade de negociar -, a GM pensa em ter frota própria de caminhões, tanto para recolher autopeças quanto para transportar carros 0 km. A greve dos caminhoneiros e a incapacidade do governo em peitar e resolver, ficando refém da categoria, dá em excrescências como esta.

Respeito – Governo inglês quer incrementar o uso de combustível E10 – gasolina com 10% de etanol. Mas em respeito ao 1,8M de veículos pré 1970 existente no país, e para os quais considera a mistura incompatível, mante-la-á disponível até 2020.

Aqui – Ao contrário da respeitosa elegância inglesa, aqui, reflexo da maneira impositiva dos governos militares e seus sucessores, somada à leniência brasileira, a gasolina vem misturada com tão elevada quanto desconhecida quantidade de álcool, e o governo nada pergunta sobre adequabilidade ou fazer danos nos veículos, novos ou antigos.

Imprensa  – Jeremy Clarkson, polêmico jornalista, brilhante em comparações, hábil utilizador de adjetivos, em sua coluna mensal na revista Quatro Rodas carrega de elogios a caçamba do picape Toyota, mas critica a substituição de um comando mecânico por botões e eletrônica para acionar tração nas 4 rodas e reduzida.

Também – Coluna tem criticado os fabricantes por isto. Serviço duro não permite as dúvidas do uso de complicações elétricas e eletrônicas. Botãozinho não é coisa séria ou confiável.

Utilidade – Mesma revista porta pequeno encarte patrocinado pela Fiat, o Guia do Test-Drive Perfeito, aulas sobre como avaliar veículos. Didático, interessante, sem indicar seus carros, mas demonstrando claramente as novas qualidades dos novos Fiat.

Araxá – Renault confirmou e avisa de seu patrocínio ao Brazil Classics Renault Show 2018, mais conhecido como Encontro de Araxá, onde realizado. Mais elegante dentre os pululantes e descoordenados eventos antigomobilísticos no Brasil, ocorrerá entre os dias  05 a 09, setembro, feriado. Patrocínio faz parte das comemorações dos 120 anos da marca. Gracioso.

Autoclasica – Sequência de qualidade, depois do mais elegante evento antigomobilístico brasileiro, será a vez dos argentinos com o Autoclasica. É o maior dentre os da América Latina, ocorrendo entre 12 e 15 de outubro em San Isidro, vizinha a Buenos Aires.

Lá – Brasileiros não expõem, mas comparecem aos milhares. Entrada a 300 pesos – uns R$ 41. Para o dia 12, promoção: dois tíquetes por 350 pesos – cerca de R$ 47,85.

Cartaz da Autoclasica

Gente – Fernão Silveira, comunicólogo, deixou a Ford após um ano de serviço. OOOO Jornalistas do setor, incontidos em rótulos e carimbos, dizem-no o fugaz. OOOO

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3 Comentários
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Tarcisio Rocha da Silva 4 de dezembro de 2020

O snorkel do Jimny não serve pra nada?!?!?!
https://www.youtube.com/watch?v=04LzsEhYPq0&t=2s

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Daniel 12 de agosto de 2018

Meus deus que lixo de reportagem, o 4×4 mais barato e mais valente do Brasil e reconhecidissomo mundo a fora, um carro que NUNCA vai te deixar na mao, pronto pra qualquer terreno, mecanica simples e confiavel… a suzuki proporciona diversos eventos e passeios que fazem com que vc nao tenha somente um carro e sim um novo membro da familia que te leva pra lugares incríveis.
Snorkel se usa para travessia de rios e lagos onde a agua passa dos faróis, onde qualquer carro sem esse acessorio teria um calço hidraulico … reporter por favor volte para seu “jeep” renegade e seja feliz indo de um shopping ao outro dentro de um FIAT

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Lúcio Monteiro 12 de agosto de 2018

A completa falta de conhecimento prático do Suzuki Jimny fica evidente na reportagem que chama de trapizonga ou enganação o snorkel. Típico de piloto de shopping. Convido a vir a Aracaju dar um passeio em meu Jimny e aprender do que esse jipe é capaz. Compre um Renegade e bata o motor com 80cm de água…. Pagando bem mais, claro.

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