Novidades na retomada do mercado

Virtus Highline 200 TSI
Por Roberto Nasser
Publicado em 05/01/2018 às 09h46
Atualizado em 12/03/2018 às 22h53
Roberto Nasser novidades mercado

Bem-vindo ao novo ano, apreciador de novidades automobilísticas. Serão muitas, em período movimentado, com o fim da queda das vendas, a estabilização e a retomada do crescimento no setor. O último ano, relativamente a 2016, apesar de números ainda não consolidados, mostrou resultado positivo – aumento de 25% nas exportações; e vendas internas crescendo a grosso modo em 10%. Melhores expectativas para 2018: 15%.
Nada é unanimidade. Assim, apesar das projeções otimistas, dado importante a considerar é o número de dias úteis para venda dos veículos novos. E o exercício de 2018, aos descompromissados com o trabalho, é um porto de ociosidade num oceano de maré mansa. Serão 12 feriados federais, quatro deles em datas separadas do fim de semana, induzindo uma ponte de ausências. Fora outros, inexplicáveis, criados pelas igualmente sem explicação Assembleias Legislativas estaduais.

Também, eventos importantes, subtraindo atenções, como a Copa do Mundo de futebol e as eleições.

O que vem por aí

Mercado brasileiro não é exceção e preferências vêm moldando o segmento dos utilitários esportivos, carros atléticos e crossovers – rótulos difíceis de classificar, porém percebidos como dotados de cara valente e elevada posição para dirigir. Foi a fatia de maior expansão em 2017 e deverá seguir em ascensão.

O ano começa com a apresentação do Virtus, sedã da Volkswagen. Logo a seguir, o Fiat Cronos, com direcionamento idêntico, e a revisão estética do Honda City, com agregação de itens internos e mais ESP – o programa de estabilidade sempre adiado pelas autoridades brasileiras e argentinas. No campo dos sedãs de maior porte, a Mitsubishi manteve o Lancer em produção ao menor preço do segmento e a Volkswagen terá o Jetta construído sobre a plataforma MQB, comum ao Golf. No formato sedã, a Ford suprimirá tal versão para o Focus. Já encontrar o Renault Fluence nas revendas será caso para unidade remanescentes. A francesa desistiu do produto, perdeu a oportunidade de fazê-lo atrativo aos serviços de Uber e que-tais. Sem atrações novas, a Ford apenas terá iniciativa com a volta da opção 4×4 para o EcoSport. Entre as marcas tradicionalmente líderes do mercado, houve perda de liderança pela Fiat, alternando entre terceiro e segundo lugares com a VW. General Motors foi a mais comprada, Ford se equilibrou precariamente na quarta posição, com Renault em crescimento cadenciado na quinta posição.

Novidades deverão marcar a chinesa Chery, única com tal origem a viabilizar-se no país. Agora comandada pela CAOA, que assume a gestão operacional e compatibilizará estrutura industrial. Na prática significa democratizar o espaço da fábrica de Anápolis, onde, até agora, são montados apenas os utilitários da sul-coreana Hyundai. A CAOA comprou a solução de manter-se no mercado quando encerrar seus negócios industriais com a Hyundai e, no varejo, resolver o problema maior da Chery: garantir produção independente das vontades e constantes problemas e interrupções comandadas pelo sindicato dos metalúrgicos na área de Jacareí (SP), onde é a fábrica da empresa chinesa. Corre com adaptações para utilizar a base do Celer, criando novo SUV.

Roberto Nasser fala sobre novidades no mercado em 2018
Toyota Land Cruiser

Esta morfologia, a de maior interesse do público, será adotada pela Toyota, importando versão atualizada do Prado, maior ante o SW4, e pela Peugeot com o 5008. A Renault será representada pelo Koleos.

Volkswagen acordou de sonho letárgico e entrará com vontade em tal segmento com o T-Cross, SAV sobre plataforma do sedã Virtus, a ser feito na Argentina, substituindo o CrossFox. Também do México importará o Tiguan, ampliando opções no setor.

Roberto Nasser conta sobre as novidades do mercado
Citroën C4 Cactus

Domesticamente, novos concorrentes como o Citroën C4 Cactus. Da marca, traços e mudanças de conteúdo caracterizando metade do ciclo do C4 Lounge, mudando a dianteira, seguindo o modelo chinês. Toyota fará o Yaris, meio-termo entre o Etios e o Corolla.

PICAPES Em picapes, mais novidades. A Fiat prepara substituição da líder Strada a partir da cabine com detalhes assemelhados ao Argo e a Volkswagen prepara versão maior da Saveiro para estar presente no segmento superior aberto por Renault Oroch e Fiat Toro. A Renault distribuirá no Brasil a argentina Alaskan, sua versão sobre a prima Nissan Frontier. VW começou a vender experimental e promocionalmente a Amarok com motor diesel V6 e anseia ter presença consistente no setor em 2018.

IMPORTADOS Veículos importados sofrerão queda nos primeiros meses. Será por conta da reposição de estoque a fim de limpar o pátio de modelos antigos, consequência do não entendimento entre os ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio quanto ao novo parâmetro à indústria automobilística, incluindo a importação. Até o final do ano vigoraram regras do Inovar-Auto. Seriam substituídas pelas constantes do programa Rota 2030, mas não houve acordo quanto aos incentivos e ônus pelas regras não baixadas. Assim, sem saber o futuro – e o quantum de imposto a pagar – garrotearam-se as importações.

No mesmo terreno pantanoso está o futuro das linhas de montagem brasileiras para Mercedes, BMW e Mini, Jaguar/Land Rover e Audi, considerando se terão preço menor e lucros superiores mantendo a atividade da montagem superficial no país – ou se apenas importarão os veículos prontos. A Audi enfatizará novos produtos, como o A2, de menor preço e maior demanda.

Não se exclui a reduzida probabilidade de que os acordos entre Mercosul e União Europeia inflem o mercado, fomentando presença de novos produtos de importação facilitada pela isenção de impostos de importação.

Inexistirão novos fabricantes de veículos leves. Planos e projetos foram atropelados pela economia, pela retração do mercado, pela aceleração de custos. Daí não se aguardar os JAC T40 e T50, com os quais o grupo nacional SHC intenta abrir e manter caminho aberto no mercado com tentativas anunciadas na Bahia e em Goiás. Geely, também chinesa, representada pelos acionistas da operação nacional da KIA, talvez retorne a conta-gotas com montagem no Uruguai e complementação de conteúdo regional. Sempre prometida, a fábrica da Zotye, em Goianésia (GO), promete acelerar a partir da montagem de motos elétricas em março e picape antes do final do ano.

Caso viabilizado o crescimento previsto para o exercício de 2018, o número final deverá arranhar os 2,4 milhões de unidades. Número e comportamento indicarão a consolidação da retomada do retorno para a expansão.

Provocar vizinhos, cunhados, contar histórias? É com o Audi RS3

Audi começa a vender versões Sportback e inesperada configuração sedã do competente RS3. Trata-o como a bandeira maior da marca, hasteada para marcar o espaço dos compactos Premium. Harmonizou mecânica, aplicou equipamentos para compatibilizar estamina, performance, segurança e exigências de conforto e infotenimento aos clientes.

Motor de cinco cilindros, o mais potente do mundo na configuração de 2.5 litros de deslocamento; dois sistemas de injeção – na cabeça dos pistões e no coletor de admissão, mais turboalimentador e sistema de abertura das válvulas. Entrega 400 cv de potência e 480 Nm de torque a partir de 1.700 rpm. Na prática, tal conjunto oferece consistente aceleração, indo da imobilidade aos 100 km/h em 4,1 segundos. O dimensionamento mecânico para permitir tal proeza inclui tração integral nas quatro rodas, transmissão automática S Tronic, um enlace operacional entre direção, câmbio, gerenciamento do motor e ESC – sistema eletrônico de estabilidade.

Como comparativo com o Audi A3, é rebaixado 25 mm; a bitola dianteira mais larga em 20 mm. No desenho, grade dianteira em preto brilhante, grandes tomadas de ar, faróis em LED com a assinatura luminosa da marca – uma das líderes neste componente. Internamente, o Virtual Cockpit permite adequar instrumentos à vontade do condutor, como deslocar o conta giros para o centro da tela. Nela, dentre informações, cores indicam momento da troca de marchas.

Estofamento em Napa Fina, comando de luzes do sistema de infotenimento no volante e sistema de som Bang&Olufsen 705 W.

Preço? Parte de R$ 329.990.

ROberto Nasser comenta sobre novidades no mercado
Audi RS3: tecnologia, performance e uso como referência
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