Carros ultrapassados: veja 10 modelos com projetos antigos

Entre os veículos vendidos no mercado brasileiro atualmente, muitos se originam de projetos velhos, que estão precisando de uma atualização

volkswagen fox connect 2020
Por Fernando Miragaya
Publicado em 17/11/2019 às 10h00
Atualizado em 11/08/2022 às 16h27

O mercado brasileiro de automóveis já foi quase um cenário do The Walking Dead. Sim, já chegamos perto do Apocalipse Zumbi em forma de aço e óleo, com carros que perduravam até três décadas sobre a mesma plataforma. Hoje, projetos de carro antigos são cada vez mais raros, só que alguns modelos ainda insistem em sobreviver.

São veículos cujo custo/benefício continua imbatível, ou que ainda vendem bem e se pagam ou que simplesmente não têm rivais e/ou substitutos. Separamos nove carros que não vão comer seu cérebro, mas que estão bem defasados em termos de arquitetura e conjunto mecânico.

10. Citroën C3 Aircross

citroen aircross
Fotos Citroën | Divulgação

Lançado aqui em 2011, a versão esportiva e agrandalhada do hatch C3 usa a arquitetura PF1 da PSA, de 2009. O C3 Picasso chegou no ano seguinte, mas morreu no face-lift de 2015, restando apenas as configurações aventureiras. O motor do modelo pode ser considerado insuficiente para seu porte, um 1.6 com 118 cv de potência e 16,1 kgfm de torque. Inclusive, na Europa, ele já até saiu de linha e entrou em nova geração.

9. Mitsubishi ASX

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Essa geração do crossover médio é de 2010, quando começou a ser importada para o Brasil. A plataforma GS, contudo, é de 2005 – uma arquitetura que serviu globalmente aos SUVs da PSA: Peugeot 4007 e Citroën C-Cross. Sobre essa base, o ASX só passou por reestilizações – em 2012 e 2016 – e começou a ser produzido em Catalão (GO), a partir de 2013.

Perdura quase uma década no mercado entre os projetos de carro antigos, com o mesmo motor 2.0 16V, cuja única novidade foi virar flex há dois anos, quando o propulsor passou a gerar até 170 cv. Outra tímida estreia mecânica ao longo desses anos foi a adoção de câmbio do tipo CVT, em 2016.

8. Hyundai ix35 está entre projetos de carro antigos

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Hyundai ix35 de entrada (Divulgação)

Lançado em 2009 na Coreia do Sul, chegou ao Brasil no ano seguinte importado. Desde o fim de 2013 é feito em Anápolis (GO) pelo Grupo Caoa, importador oficial da marca sul-coreana. Curioso é que o SUV se chama Tucson lá fora, mas é vendido aqui como ix35 justamente porque o primeiro Tucson também era feito em Goiás.

A plataforma é a J4, da Kia, que servia ao Sportage da geração anterior. O ix35 também sobrevive às custas de maquiagens (2015) e renovações de equipamentos (start/stop em 2017), e convive na linha de montagem com o New Tucson (a terceira geração), que usa motor turbo e câmbio de dupla embreagem.

7. Volkswagen Gol, Voyage, Saveiro

volkswagen gol 2020 Entre as opções do mercado brasileiro atual, estão alguns projetos de carro antigos que precisam de uma atualização urgente

Precisou mais de uma década para a linha compacta da Volkswagen ganhar uma nova geração, em 1998 e 1999 – para o sedã e a picape. Serviu para o Gol manter a liderança do mercado e para ressuscitar o Voyage. Só que é bom lembrar que os três são feitos sobre a plataforma PQ24, a mesma do velho Fox e que servia ao primeiro Polo (2001), o que o coloca entre os projetos de carro antigos.

Além disso, a gama rapidamente ficou defasada com a movimentação dos rivais. O trio já até passou por uma reestilização, mas deve em maior espaço interno, motores eficientes e conceito mais moderno. Até o Gol perdeu a faixa de campeão e hoje é o sexto mais vendido do país. Uma nova geração em cima da arquitetura MQB (Polo, Virtus, etc.) para os três modelos está prevista para 2021.

6. Chevrolet Montana também é um dos projetos de carro antigos

chevrolet montana 2020 frente

O modelo nem é tão velho para a longevidade usual de plataforma de picapes. A questão aqui é que a Montana é um dos poucos casos de “involução” na indústria. A primeira geração era bacana, tinha estilo diferente para a época e usava a base do Corsa de segunda geração.

Em 2010, alguém na GM teve a brilhante ideia de fazer uma picape compacta nova em cima do… Agile. Além do visual para lá de controverso, essa segunda Montana abandonou uma arquitetura dos anos 2000 para voltar à GM2400, que serviu ao primeiro Corsa e data de 1994.

Hoje só é vendida em duas versões e sobrevive pelo custo/benefício – e pelo fato de ter só duas rivais, Fiat Strada e VW Saveiro.

5. Mitsubishi Lancer

lancer pcd Entre as opções do mercado brasileiro atual, estão alguns projetos de carro antigos que precisam de uma atualização urgente
Mitsubishi Lancer para PcD

Esta nona geração do sedã médio foi lançada em 2007 e já foi objeto de desejo no Brasil. Hoje parece meio esquecido na prateleira. Passou a ser produzido no Brasil em 2014 e é comercializado apenas em duas versões e com poucos equipamentos se comparados aos rivais da categoria.

Entre os projetos de carro antigos, ele deve até para o segmento de sedãs compactos premium, onde Fiat Cronos e VW Virtus se apresentam como opções mais modernas e baratas. Esse Lancer é outro que usa a plataforma GS da marca japonesa, aquela que serve ao velho ASX. Uma nova geração foi lançada em 2017, mas só na China, com jeitão de carro da Honda.

4. Volkswagen Fox

volkswagen fox connect 2020

O compacto chegou em 2002 inaugurando a onda dos hatches altinhos – que seria seguida por Renault Sandero e Chevrolet Agile. Foi, inclusive, uma saída para reduzir custos, pois o compacto usa uma versão simplificada da arquitetura PQ24 – que era bastante moderna em… 2001, quando estreou no primeiro Polo.

Deu até uma cria, a SpaceFox, cuja produção foi interrompida recentemente. Duas remodelações (2009 e 2014) e muitas séries e versões depois, o Fox sobrevive com apenas duas configurações de acabamento. Deve seguir assim até sair de cena com a nova geração do Gol, prevista para 2021.

3. Fiat Doblò também está entre projetos de carro antigos

fiat doblo 2020 Entre as opções do mercado brasileiro atual, estão alguns projetos de carro antigos que precisam de uma atualização urgente

A multivan surgiu em 2001 com proposta para lá de funcional. E sobrevive hoje à base de vendas diretas justamente por isso. Quadradão e com desenho que sempre foi controverso, o minifurgão tem um aproveitamento de espaço interno absurdo, porta corrediça e sete lugares. Ao longo de quase 19 anos, teve um único face-lift, em 2009.

A apresentação do renovado modelo, inclusive, aconteceu no mesmo dia em que a segunda geração do Doblò era apresentada na Itália. Hoje, além de defasado e caro – sua versão única Essence custa R$ 94 mil, mais que Cronos e Jeep Renegade -, nem mesmo o motor 1.8 16V E.torQ dá conta do peso do modelo. É outro entre os projetos de carro antigos.

2. Suzuki Jimny

novo suzuki jimny 2020 4sport dianteira
Jimny 4Sport

Tudo bem que trata-se de um carro de nicho entre os projetos de carro antigos, e que sua proposta é ser robusto para trilhas. Mas o jipinho raiz é basicamente o mesmo desde 1998, quando começou a ser importado. Nestes 21 anos, o carro usa o mesmo motor 1.3 de 80 cv e já até foi embora com a Suzuki, quando a marca japonesa pulou fora do país em 2003.

Voltou em 2008 na mesma geração e com o mesmo conjunto mecânico e passou a ser produzido em Itumbiara (GO) em 2012. Até ganhou novo volante e central multimídia na linha 2017. Nas concessionárias, conviverá com o Jimny Sierra, a quarta e nova geração do utilitário que foi lançada recentemente no Brasil.

1. Fiat Strada e Weekend

fiat strada 2020 Entre as opções do mercado brasileiro atual, estão alguns projetos de carro antigos que precisam de uma atualização urgente

A dupla herói da resistência do mercado brasileiro já contabiliza mais de duas décadas de insistência com as lojas. Os dois são derivações do primeiro Palio, aquele mesmo, de 1996. A Strada nasceu no mesmo ano, enquanto a Palio Weekend apareceu em 1997. Curiosamente, em 2011, o Palio ganhou nova geração – que já deixou de ser produzida -, mas só deu de fruto mesmo o Grand Siena – ainda fabricado.

A picape e a station-wagon continuaram sobre o mesmo projeto dos anos 1990 e passaram por três reestilizações. Vivem realidades distintas. Apesar de veterana, a Strada continua como a picape mais vendida do país e supera as 7 mil/unidades mensais. Já a Weekend – a Fiat abandonou o nome Palio – padeceu como as demais peruas e só é produzida em Betim (MG) sob encomenda (com direito à versão Adventure).

Os dias da station estão contados, enquanto a Strada deve permanecer por um tempo, mesmo com a chegada da segunda geração, entre 2020 e 2021. O que mais impressiona é a plataforma das duas: a 178, que servia ao primeiro Uno europeu… de 1984! Por isso, são as campeãs dos projetos de carro antigos.

Menções desonrosas

Alguns projetos de carro antigos ficaram de fora da lista por ainda terem um equilíbrio entre a data de estreia no Brasil e o ano da plataforma. Um exemplo é o Duster. Foi mostrado aqui em 2011, apesar de a base ser a B0, do primeiro Logan, desenvolvido pela romena Dacia – marca que pertence à Renault. O SUV já tem exemplar totalmente novo rodando na Europa.

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4 Comentários
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ze 18 de novembro de 2019

ultrapassado por qual razao? por ser um bom produto?
deixa dar uma dica , façam uma materia…por exemplo do novo fusca, modelo que ficou em linha de 2012 ate 2017. pq sera q saiu de linha?
mas façam uma materia de verdade! qnd um carro é uma bosta ninguem liga, qnd é bom produto é ultrapassado, estas materias sao vazias e tolas

AutoPapo
AutoPapo 18 de novembro de 2019

Caro ZE
Em nenhum momento a matéria julga se os caros da lista são bons ou ruins. O que ela aponta é que eles têm projetos antigos, o que acaba gerando determinadas desvantagens em relação a similares mais atuais, principalmente no que diz respeito à segurança. Como qualquer bem de consumo, o automóvel evolui com rapidez proporcional aos avanços tecnológicos, e não haveria de ser diferente.
Abraço!

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Claudio Carrilo 17 de novembro de 2019

Alguns dos citados ainda existem porque são bons, duráveis, assim como os “modernos” deveriam ser!
Estou cansado de comprar carros descartáveis, nem as pinturas prestam!.

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Roberto Carlos 17 de novembro de 2019

Liso, liiiiso

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