Rally de regularidade coloca carros antigos na estrada em MG
Evento de antigomobilismo testou a resistência de dezenas de veículos históricos, que percorreram trajeto de cerca de 170 km
Evento de antigomobilismo testou a resistência de dezenas de veículos históricos, que percorreram trajeto de cerca de 170 km
É comum ouvir por aí que automóvel é feito para andar, e não para ficar parado. Para alguns, isso vale não apenas para os modelos novos, mas também para os carros históricos, fabricados décadas atrás. Fiéis a tal filosofia, 33 antigomobilistas se inscreveram no Rally Confraria CVA, realizado pelo Clube de Veículos Antigos de Minas Gerais no último sábado (5).
As preciosidades participantes, fabricadas desde os anos 60 até os 90, percorreram aproximadamente 170 km. O trajeto foi composto por estradas montanhosas no entorno da capital mineira, entre os municípios de Nova Lima, Brumadinho e Moeda.
Entre os participantes, o predomínio, por pequena margem, foi de carros antigos nacionais. Modelos com histórias memoráveis no mercado brasileiro, como Volkswagen Gol e Fusca, Ford Escort, Galaxie e Corcel, Chevrolet Opala e Monza, Fiat Uno e Dodge Charger chamaram a atenção. Mas os importados também marcaram presença, com direito a raros exemplares de Alfa Romeo e Mercedes-Benz.
O maior destaque, agraciado pelo CVA-MG com o troféu Best of Show, foi um Alfa Romeo GTV 2000, ano 1974, que nunca passou por restauração. Já o troféu de melhor nacional ficou com um Puma GTE 1970. A organização premiou ainda o carro brasileiro mais antigo a participar do evento: um Willys Gordini 1968.
O Rally Confraria CVA é o nono evento desse gênero organizado pelo clube. O diretor técnico da entidade, Luis Augusto Malta, destaca que, desde 2016, vêm sendo realizados dois ralis de regularidade por ano. No primeiro semestre, ocorre o Raid Estrada Real, sempre em Tiradentes (MG). Na segunda metade do ano, é realizada outra prova, cujo nome varia a cada edição, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Para Malta, o público dos eventos organizados pelo CVA está consolidado. Ele salienta tanto o nível técnico das duplas participantes, que está se elevando à medida que mais provas vão sendo realizadas, quanto a qualidade dos carros antigos inscritos. “Chama atenção o fato de nenhum veículo ter dado defeito no trajeto do rally. Isso mostra que eles estão prontos para vencer percursos difíceis como foi esse, com topografia acidentada e curvas fechadas, que exigiu muito do motor, dos freios e do sistema de refrigeração de todos”, avalia.
Em um rally de regularidade, o vencedor não é aquele que cruza a linha de chegada primeiro. O objetivo é concluir o percurso com a menor margem de erro em relação ao tempo estipulado pela organização. Feita em dupla, a prova conta, além do piloto, com um navegador: cabe a ele seguir uma planilha, distribuída pouco antes da largada. Nela, constam o roteiro, as velocidades médias, as distâncias e os tempos com os quais cada trecho deve ser percorrido.
No caso das provas organizadas pelo CVA-MG, as velocidades médias sempre respeitam os limites das vias. Por sua vez, o percurso é composto somente por estradas pavimentadas: a ideia é preservar os carros antigos de eventuais danos.
O vencedor do Rally Confraria CVA foi o mesmo Alfa Romeo GTV 2000 1974 que faturou o troféu Best of Show, da dupla Rodrigo Giordano e Marcel Fernandes. O segundo lugar ficou com o BMW 318iM Compact Kou Regino 1994 de Mário Lott e Bosco Tomich. O Chevrolet Impala Coupé 327 1961 de Gustavo Lapertosa e Mariana Detoni faturou a terceira colocação.
O Dodge Charger R/T 1979 de Guilherme Machado e Matheus Machado assegurou a quarta posição. No último degrau do pódio ficou o Chevrolet Monza GLS 1993/1994 conduzido pelo jornalista que vos escreve e pela navegadora Luciana Mara Souza. Gustavo Lapertosa e Mariana Detoni, além do terceiro lugar geral, levaram o troféu Old School, concedido à dupla que obtém melhor desempenho sem recorrer a aplicativos de navegação.
Já Mariella Moia levantou o Troféu Batom, oferecido a uma mulher que se destaca nas competições de antigomobilismo do CVA-MG. Ela disputou a prova com Gustavo Brasil em um Volkswagen Gol Star 1.8 1989. Há ainda o troféu Espírito Esportivo, que ficou com Juan Mastromarino e Luana Bettarello: namorados, os dois se desentenderam bastante ao longo da prova por causa de erros no trajeto, mas já estavam de mãos dadas ao fim do rally.
Confira a galeria de fotos do Rally Confraria CVA 2019!
Fotos: CVA-MG | Aircooled Outlaws | Divulgação
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