Regrinhas infalíveis para detonar seu carro
Engenheiros que jamais pisaram numa oficina só fazem criticar a criatividade do brasileiro que propõe soluções muito mais eficientes
Engenheiros que jamais pisaram numa oficina só fazem criticar a criatividade do brasileiro que propõe soluções muito mais eficientes
Mantenha o pé esquerdo sempre apoiado no pedal. Ao parar numa subida, demonstre sua extrema coordenação motora e não use o freio: conjugando embreagem com acelerador dá para manter o carro paradinho. E ainda facilita na hora de arrancar…
Não se preocupe em revisá-los e pode ir usando até que as pastilhas danifiquem os discos, e os arrebites das lonas na traseira risquem os tambores. O dono da oficina vai adorar…
Esqueça as recomendações para ficar atento à qualidade das peças de reposição. Conversa mole para boi dormir pois é tudo igual e o que estão é querendo tomar sua grana com embalagens mais chiques, que ostentam a marca da fábrica.
As peças nas lojas oferecem sempre a mesma qualidade, qualquer que seja sua origem. Além do mais, nosso governo se preocupa em fiscalizar o mercado, evitando fabriquetas de fundo de quintal, peças falsificadas, etc.
Bobagem exigir no motor exatamente o óleo recomendado no manual. Óleo é tudo igual e só muda a origem pois pode ser mineral, semissintético ou sintético. Respeitada essa característica, pode confiar no que a oficina sugerir: melhor e mais em conta.
Acredite também nos aditivos especiais, criados por especialistas e que aumentar a qualidade do óleo original. Eles prolongam a vida do motor e até restauram componentes que se desgastaram. As fábricas de automóveis ficam encasteladas sem contato com a realidade do mercado e por isso condenam estes aditivos especiais.
Bobagem comprar marcas famosas: é como relógio de grife, muitas vezes mais caro, mas que marca as horas igualzinho a qualquer Citizen da vida. Por acaso o patecão do vovô é mais preciso que o japonês que custa um décimo do preço?
Com pneu é a mesma coisa: lojas ou borracheiros costumam oferecer semi-novos que ainda rodam milhares de quilômetros sem problemas. Provavelmente descartados por algum otário que acreditou na conversa do sulco mínimo. Ou em chineses pela metade do preço.
Fora as soluções tipicamente tupiniquins jamais imaginadas em outros países como a “frisagem” do pneu: quando o sulco vai acabando, borracheiro extremamente habilidoso o aprofunda mais alguns milímetros com um ferro aquecido e ele volta a ficar novinho. E ainda tem quem – inexplicavelmente – condene essa prática que reduz as despesas do motorista!
Não acredita quem não quer: já saiu matéria até na tevê provando por a+b que dá para reduzir o consumo do automóvel com economizador bolado por um mecânico genial, que prova a extrema criatividade do brasileiro. Nunca estudou mas tem a prática de dezenas de anos com o assunto e manja muito mais que qualquer desses engenheiros que jamais pisaram numa oficina.
Já mostraram até carro que roda com água no tanque. Mas lobista da indústria do petróleo diz que não funciona e a imprensa acredita.
A eletrônica mudou tudo e também facilitou a vida dos técnicos. Aqueles habilidosos em informática e que entendem de mecânica como ninguém criam chips muito mais eficientes que os da fábrica. Dá para trocar em poucos minutos o chip original da central eletrônica por algum dos diversos anunciados na internet que transformam o carro a gasolina em flex, ou reduzem o consumo, ou aumentam o desempenho. É ver para crer..
Só mesmo esses engenheiros cheios de teoria da faculdade para condenar o uso do querosene misturado ao etanol ou gasolina. Não sabem o que estão falando: se é utilizado em turbinas de jatos, óbvio que vai funcionar ainda melhor no tanque do automóvel. E ainda limpa o motor.
Aliás, as fábricas condenam até os aditivos especiais e nem conhecem o truque de jogar bolinhas de naftalina no tanque de gasolina para aumentar o desempenho do motor e reduzir o consumo.
Obs.: Seguir as regrinhas acima é garantia de redução do seu saldo bancário, da vida útil de seu automóvel e, às vezes, da sua própria…
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A matéria é antiga, mas não posso deixar de comentar. o autor se esqueceu desse povo modinha que compra esses carros de plástico atuais, com motor de dentista, cheia de frescuras: injeção direta, duplo comando variável, turbo de geometria variável, start stop. Tudo frescura para tornar os carros descartáveis, mecânico nenhum quer mexer porque são ‘cheias de pobrema’. Bão mesmo são os opalões, golzins, chevettes, passats, mavericks, carros da época da ditadura, período em que o governo tinha que fechar o mercado para os estrangeiros não copiarem a nossa tecnologia.
Boris, sempre sigo suas dicas mas rádios de Uberlândia e acho de extrema relevância, não só os comentários sobre carros usados, como os que ainda não estão no mercado. Comprei, recentemente, um Corolla SEG 2003 e gostaria de saber se tem alguma dica de manutenção, economia de combustível, etc. Me disseram que a gasolina V-Power, da Shell, proporciona maior economia. Procede? Obrigado.
Bacana essa matéria!
Lembrei de um vídeo onde o especialista ensina a colocar amido de milho no reservatório da direção hidráulica, a fim de deixá-la mais leve.
Muito interessante!
Faltou citar o amortecedor recondicionado, outra pérola do setor automotivo.
O nome correto é rebites e não arrebites