Além de ser mais abrangente, por aceitar qualquer tipo de veículo, modalidade custa em média 40% a menos que a proteção "convencional"
De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), atualmente, no Brasil, 70% dos carros, 85% dos caminhões e 98% das motocicletas circulam sem seguro. Alguns motivos justificam esses índices: o valor da proteção e o fato de muitos veículos não serem elegíveis ao contrato de empresas “tradicionais”, por exemplo. Para atender os muitos proprietários descobertos, surge o seguro apenas para furto e roubo.
Nesta modalidade, veículos que normalmente não são aceitos pelas seguradoras “convencionais”, como os com 20 anos ou mais – e até mesmo antigos – podem ser segurados. Motos, inclusive as usadas para trilhas ou por motorboys, também são atendidas pelo seguro contra roubo e furto.
Veraldo Rosa de Lima Júnior tem duas motocicletas seguradas pela Suhai Seguradora e conta que tinha dificuldades para contratar o serviço para seus veículos: “há cinco anos tentava proteger a minha Honda CRF X. Tentei fazer o seguro em todas as outras companhias, como a moto não tem placa, não conseguia uma empresa que aceitasse fazer sua cobertura”.
O empresário adiciona, ainda, que o valor da cobertura de sua moto de rua, uma BMW, ficou aproximadamente um terço mais barata pela modalidade.
O seguro para furto e roubo é uma alternativa até mesmo às cooperativas e seguros populares. Isso porque, de acordo com o diretor comercial da Suhai Seguradora, Robson Tricarico, o preço dele é, em média, 40% mais barato do que a proteção completa, que abrange sinistros de qualquer natureza (incêndio, colisão, terceiros, furtos, entre outros).
Nara Figueiredo Guelfi é proprietária de um Renault Logan 2009 e usuária do seguro apenas para furto e roubo: “optei pela modalidade porque queria uma opção mais barata para proteger o meu carro, que está a venda”, conta a enfermeira. Para a motorista, que mora em São Paulo, a proteção ficou 44% mais barata.
“Fico tranquila para rodar e estacionar o carro na rua. Isso por um valor mensal mais acessível”, conclui a motorista.
Segundo Tricarico, como as peças de carros com mais de 20 anos são mais difíceis de encontrar, as seguradoras ficam receosas de acobertar os modelos. O fato preocupa porque o preço e a disponibilidade das peças pode complicar o ressarcimento do cliente e atrair a atenção dos bandidos que as roubam para abastecer o mercado ilegal.
“Se a empresa oferece apenas o seguro para furto e roubo, pode se preocupar menos com a disponibilidade das peças. Em contrapartida, deve aprimorar a inteligência estratégica para recuperar mais automóveis”, explicou o executivo.
Esse diferencial possibilita que o seguro apenas para furto e roubo abranja uma parcela maior de automóveis: “aceitamos carros com mais de 10 anos de uso, motos de qualquer cilindrada, esportivos, utilitários, táxi ou carros de aplicativos e caminhões”, explica o diretor comercial.
A Suhai Seguradora informa que diversas categorias contratam a modalidade. Algumas características comuns, no entanto, podem ser observadas.
No caso dos automóveis, a maior parte dos contratantes do seguro apenas para furto e roubo são proprietários de veículos com mais de 10 anos. Aqueles que não têm mais peças de reposição e que muitas seguradoras tradicionais não aceitam.
Os motociclistas que contratam o serviço, por sua vez, estão mais concentrados em dois grupos. O primeiro é de donos de motos com mais de 250 cilindradas, que usam a moto para ir e voltar ao trabalho ou para lazer.
O segundo grupo é formado por motoboys e motofretistas, que utilizam o veículo com até 150 cilindradas para prestação de serviço e normalmente não são aceitos pelos seguros convencionais.
Os caminhões mais protegidos pelo seguro apenas para furto e roubo são aqueles com mais de 10 anos, propriedade de profissionais autônomos.
Para saber qual o valor médio dos seguros dos carros mais vendidos no Brasil, clique aqui.
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