Semana Nacional de Trânsito: a responsabilidade também é sua
Campanha nacional tem como objetivo conscientizar os cidadãos e diminuir os índices de violência no trânsito
Campanha nacional tem como objetivo conscientizar os cidadãos e diminuir os índices de violência no trânsito
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) instituiu, por meio do artigo 326, a Semana Nacional de Trânsito. O evento acontece anualmente entre os dias 18 e 25 de setembro e tem um tema estabelecido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Fica também a cargo do órgão definir os cronogramas das campanhas educativas divulgadas em âmbito nacional.
Em 2018, o mote da Semana Nacional de Trânsito foi o mesmo utilizado pelo movimento Maio Amarelo: “Nós Somos o Trânsito”. De acordo com o Contran, o objetivo da campanha é envolver diretamente a sociedade nas ações de educação de trânsito e propor uma reflexão em todos os cidadãos, motoristas ou não, sobre uma nova forma de encarar a mobilidade.
Algumas entidades, como o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) e Portal do Trânsito também estão comprometidas com a Semana Nacional de Trânsito. Segundo o ONSV, cerca de 90% dos acidentes são causados por falhas humanas. Por essa razão, trabalhar com a conscientização pode melhorar os índices de acidentes e mortes.
A instituição criou uma campanha especial para a Semana Nacional de Trânsito, com o slogan “Quando você bebe e dirige, alguém sempre se machuca”. A ideia é informar aos motoristas que, quando eles misturam bebida e direção, causam danos físicos e psicológicos neles mesmos e em quem está por perto.
O Brasil ocupa, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, o quinto lugar no ranking dos países com maiores índices de morte no trânsito. Análises do Ministério da Saúde apontam que as seis maiores causas de morte relacionadas a automóveis no país acontecem por responsabilidade do motorista. São elas:
Os índices justificam a necessidade de campanhas como as da Semana Nacional de Trânsito. “O primeiro passo, para ser um bom motorista e um bom cidadão, é fazer uma autocrítica honesta do próprio comportamento ao volante, do grau de agressividade e dos maus hábitos. Depois disso, é possível adotar um padrão de comportamento civilizado e aceitar as deficiências das outras pessoas”, explica Celso Alves Mariano, especialista em trânsito e diretor do Portal do Trânsito.
Uma pesquisa da administradora de rodovias Arteris, presente em vários países, dentre eles Brasil, França e Espanha, evidenciou os erros que motoristas mais cometem ao volante, colocando eles mesmos e outros em risco.
O Brasil se mostrou o pior no uso da sinalização para mudar de faixa, resultado que não deve ser surpresa para os que dirigem com frequência. Entre os condutores observados, 57,7% mudaram de faixa sem usar a “seta”. Na França, apenas 26% dos motoristas fizeram o mesmo e, na Espanha, 39,6%.
De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), apenas entre janeiro e julho de 2018, 268 mil e 300 multas foram emitidas no país por uso de celular ao volante.
O número é 167% maior que o de autuações emitidas pelo mesmo motivo no primeiro semestre de 2017. O que isso significa? Ainda que a fiscalização esteja maior, o índice representa mais perigo para os condutores, passageiros e pedestres.
A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) afirma que o uso de celular ao volante é a terceira maior causa de morte no trânsito no país. Ainda segundo a entidade, cerca de 150 óbitos por dia acontecem pela utilização indevida do aparelho na hora de dirigir.
Dentre os hábitos estudados pela Arteris está o uso do cinto de segurança. Dentre a amosta analisada, 1% dos motoristas não usavam o cinto de segurança. Passageiros no banco de trás tiveram um resultado pior, sendo que 48% deles deixaram de usar o dispositivo. Risco de vida para todos os passageiros. É que em caso de uma colisão frontal, os ocupantes do banco de trás são lançados para frente com peso multiplicado.
A dica básica de segurança tratada pelos centros de formação de condutores e pelas campanhas da Semana Nacional de Trânsito não é seguida por parte dos motoristas e causa acidentes. De acordo com a Arteris, 15,9% dos motoristas observados no Brasil não respeitaram a distância mínima de segurança de veículos à frente.
De acordo com o balanço anual da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2017, dois milhões de testes de alcoolemia foram realizados. Mais de 19 mil motoristas foram flagrados dirigindo sob a influência de álcool. O número é quase 7% maior que 2016. Seis mil motoristas foram presos por estarem com o limite do psicoativo suficiente para ser considerado crime.
A combinação entre bebida e direção, abordada pelo ONSV na Semana Nacional de Trânsito é a terceira causa morte mais comum no trânsito brasileiro.
A Associação Brasileira do Sono (ABS) afirma que 30% das mortes em rodovias brasileiras são causadas pelo sono, o fator ainda é responsável por 20% do total de acidentes veiculares no país. É de bom tom proteger a si mesmo e os outros cidadãos.
Para contribuir para um trânsito mais seguro, confira quais foram as autuações mais aplicadas no primeiro semestre deste ano e procure evitá-las.
Ranking | Descrição das Infrações | Número de multas aplicadas |
---|---|---|
1 | Transitar em velocidade superior à máxima permitida em até 20% | 9.847.108 |
2 | Transitar em velocidade superior à máxima permitida em mais de 20% até 50% | 1.670.621 |
3 | Avançar o sinal vermelho do semáforo ou a parada obrigatória | 1.093.948 |
4 | Transitar em local/horário não permitido pela regulamentação estabelecida | 1.002.529 |
5 | Falta do cinto de segurança | 788.391 |
6 | Estacionar em desacordo com a regulamentação especificada pela sinalização | 630.303 |
7 | Deixar de efetuar registro do veículo em 30 dias | 579.332 |
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