Start-stop: 7 respostas sobre o sistema que liga e desliga o motor sozinho
Sistema tem como principal objetivo economizar combustível e diminuir emissões, mas ainda é cercado de dúvidas e mitos
Sistema tem como principal objetivo economizar combustível e diminuir emissões, mas ainda é cercado de dúvidas e mitos
Apesar de ter ficado popular nos últimos anos, o sistema start stop, que muitos carros têm em seus motores hoje, é um projeto “antigo” e ainda está cercado de questões. O dispositivo criado para melhorar o consumo de combustível surgiu em 1983, mas só foi popularizado recentemente em meio a metas de eficiência energética mais severas.
Para conhecer melhor como funciona e saber mais sobre seus benefícios, vamos trazer alguns fatos sobre o start-stop do motor. Para você não ficar com dúvidas, nem se irritar à toa com o liga e desliga do carro…
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O sistema start-stop é uma tecnologia que desliga o motor automaticamente durante uma parada. Ele pode desativar o propulsor após alguns segundos depois de o motorista parar o veículo completamente, seja em um semáforo ou no engarrafamento, e volta a ligá-lo assim que o condutor tira o pé do pedal do freio ou aciona o pedal da embreagem.
Muita gente acha que o start-stop é uma tecnologia recente, mas ele foi usado pela primeira vez pela Fiat, em 1982. O dispositivo equipou o Regata ES, um sedã que no desenho parece um misto de Alfa Romeo 2033 com Fiat Premio, e que foi o antecessor do Tempra. A sigla de sobrenome significava Energy Saving.
Para receber o equipamento, o conjunto mecânico precisou passar por melhorias. Motor de arranque mais robusto, alternador de maior capacidade e bateria específica foram algumas das mudanças. Curiosamente, o start-stop foi descontinuado pela própria montadora no fim dos anos 1990.
O start-stop voltou a ganhar força em 2004, quando a fornecedora francesa de componentes automotivos Valeo desenvolveu um novo sistema.
Nos automóveis com câmbio manual, a central eletrônica do carro com start-stop entende quando a embreagem não está acionada e nenhuma marcha engatada. Automaticamente, o sistema entende a inércia e desliga o motor. Assim que o motorista pisa novamente no pedal da esquerda, a ECU percebe que o condutor vai acionar a transmissão e religa o powertrain automaticamente.
Nos carros automáticos, a essência do funcionamento do start-stop é a mesma, mas os “gatilhos” são diferentes. Nestes casos, o start stop desativa o motor quando o pedal do freio estiver pressionado e com a rotação do motor baixa. Em ambos os casos, o equipamento só funciona com o carro parado.
Além disso, há alguns dispositivos de segurança. O start-stop só atua com o motor dentro de temperaturas ideais de funcionamento conforme as especificações da montadora. Além disso, se os sensores perceberem que o carro está em uma subida, o sistema não age.
Não. Mesmo quando o start-stop desliga o motor durante aquela parada, os sistemas elétricos do carro continuam em funcionamento, só que de forma otimizada. Faróis, som, vidros elétricos, luzes internas etc se mantêm ligados. Alguns modelos, porém, interrompem a climatização do ar condicionado, que deixa de gelar enquanto o propulsor está inoperante.
O principal objetivo do start-stop é reduzir o consumo de combustível e a emissão de poluentes. Segundo engenheiros e especialistas, conforme a frequência de ativação e da forma de uso do start stop, a economia com gasolina ou etanol pode chegar a até 10% se comparado a um veículo similar sem o equipamento.
Sim, a bateria para carros com start stop são de maior desempenho e classificadas como EFB ou AGM. As peças são projetadas para serem acionadas com frequência maior do que as baterias convencionais, que atendem pela sigla SLI.
Obviamente, são mais cara e podem custar mais que o dobro em relação ao equipamento “normal”. No Renault Sandero, por exemplo, a bateria comum custa algo em torno de R$ 350, enquanto a peça para versões com start stop passa dos R$ 800.
Versões de carros da Renault e da Jeep têm botões para desativar o start-stop. Porém, em veículos de outras fabricantes, como General Motors e Fiat, não há esta possibilidade. Só que tem gente que desliga na marra.
Engenheiros desaconselham fazer tal procedimento. Isso porque o sistema elétrico do carro foi projetado para trabalhar adequado àquela bateria e com outras partes elétricas e dispositivos eletrônicos do automóvel para a correta distribuição de energia.
Ao desconectar um dos cabos que alimenta o sistema start-stop, outros componentes elétricos podem apresentar falhas e até parar de funcionar. Inclusive, a bateria mais robusta e cara…
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O primeiro carro com start-stop não foi da Fiat. A primazia pertenceu à Volkswagen, que ainda nos anos 70 lançou na Europa a linha Formel E (Formula E) para Polo, Golf e Passat. Os modelos Formel E eram voltados para máxima economia de combustível, usavam os motores de menor capacidade cúbica disponíveis para o modelo, pneus especiais e tinham start-stop também.