Subornados da Fifa tinham apelidos de carros
Na planilha dos subornos, presidentes das federações sul-americanas eram identificados como “Honda”, “Fiat” e “Benz”
Na planilha dos subornos, presidentes das federações sul-americanas eram identificados como “Honda”, “Fiat” e “Benz”
Uma testemunha nas investigações da justiça norte-americana sobre o escândalo de corrupção na Federação Internacional de Futebol (Fifa) revelou a existência de uma lista de apelidos de carros. Oito fabricantes serviram de codinomes para pessoas envolvidas no esquema de propinas. Os benefícios, entre dinheiro e outros, eram concedidos em troca de direitos de transmissão de campeonatos internacionais.
Os receptores da propina eram oficiais da Conmebol, a federação sul-americana de futebol. Quem entregou a lista foi Santiago Pena, responsável pelos pagamentos que eram detalhados em uma planilha de Excel. O documento secreto pertencia à Full Play, empresa argentina de marketing especializada em esportes na qual Pena trabalhou entre 2009 e 2015, segundo reportou a agência Reuters.
A planilha continha os codinomes “Honda” para Juan Angel Napout; “Fiat”, em referência a Manuel Burga; e “Benz” representando Rafael Esquivel, detalhou a testemunha. Pena contou que recebeu as instruções dos pagamentos de seus chefes, Hugo e Mariano Jinkis, pai e filho argentinos. O objetivo, segundo ele, era “conquistar influência e lealdade por parte dos presidentes”.
Juan Napout era o presidente da federação de futebol do Paraguai, país que é sede da Conmebol. Entre outros, Napout negociou o recebimento de ingressos para shows de Paul McCartney e o aluguel de uma casa no Uruguai no valor de milhares de dólares. Burga, por sua vez, era presidente da federação do Peru. Ambos se declararam inocentes.
Esquivel, o “Benz”, era o presidente da federação da Venezuela e recebeu US$ 750 mil no esquema por negociações acerca da Copa de Qatar. Pena, no entanto, não soube informar a que objetivos a quantia se prestava. Esquivel se declarou culpado diante da Justiça dos Estados Unidos.
Jose Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), também está entre os acusados nos julgamentos, que envolve 42 pessoas e entidades.
O caso, que é fruto de uma investigação do FBI, já resultou na prisão do ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, e revelou, entre outros, a concessão de propinas para a escolha das sedes da Copa do Mundo.
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