Airbag que explode faz primeira vítima no Brasil
Primeiro caso com vítima dos airbags explosivos da Takata é registrado no Brasil, segundo jornalista. No mundo, 23 morreram devido ao defeito
Primeiro caso com vítima dos airbags explosivos da Takata é registrado no Brasil, segundo jornalista. No mundo, 23 morreram devido ao defeito
O primeiro caso com vítima do airbag que explode foi registrado no Brasil, segundo reportagem da Auto Esporte. Um policial foi ferido por estilhaços do componente após uma colisão leve, em Feira de Santana (BA). No país, ao menos 13 montadoras estão envolvidas no maior recall da história para substituir os airbags mortais.
O policial estava dirigindo um Honda Civic de 2007 quando bateu na traseira de outro veículo. Segundo a reportagem, a colisão foi leve e não deveria ter causado ferimentos. O airbag do Honda Civic, entretanto, foi acionado e explodiu ao invés de inflar.
A vítima foi levada a um hospital com um grande corte no peito, segundo relatou, semelhante ao ferimento de uma bala. O policial sobreviveu, e os outros ocupantes do veículo não foram feridos.
Este é o primeiro caso com vítima registrado no Brasil. O Honda Civic 2007 com o airbag explosivo havia sido convocado para recall, mas não foi levado para o reparo.
Milhões de carros no país precisam ser levados para substituir o componente defeituoso. De acordo com um levantamento feito pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) em novembro, apenas 16% dos veículos brasileiros haviam atendido ao recall dos airbags mortais.
O recall da Takata, empresa japonesa que faliu após os escândalos e se transformou na Joyson Safety Systems, é o maior recall da história.
Veículos em todo o mundo foram afetados, com registros de ao menos 23 mortes e centenas de feridos. O airbag que explode demora para se tornar perigoso, e deve ser exposto ao tempo por alguns anos antes de se transformar em uma bomba.
Essa pode ser a razão pela qual ainda não houveram tantas ocorrências no Brasil, já que o componente só se tornou obrigatório, por aqui, em 2014. Entretanto, isso indica a possibilidade de que carros que não forem consertados podem vir a explodir em um futuro próximo.
Como o AutoPapo apurou, em entrevista com o engenheiro da Takata Brasil, Oliver Schulze, os carros brasileiros estão em grande risco de explodirem. O país oferece condições climáticas ideais para causar as explosões.
Além disso, autoridades descobriram que lotes da Takata fabricados no México estavam entre os mais perigosos. E a Takata do Brasil nos informou que os airbags mexicanos vinham para cá, diretamente da fábrica apontada como a mais perigosa.
Segundo Schulze, a Takata do Brasil fornecia airbags para “praticamente todas” as montadoras brasileiras. A empresa japonesa era a maior fornecedora de airbags do mundo, à época, e possuía três fábricas no país.
Devido ao enorme número de modelos afetados, é fundamental que todos os proprietários de veículos façam consultas junto às fabricantes para saber se seus carros estão convocados para o reparo.
O caso da primeira vítima brasileira é típico do airbag que explode. Segundo ocorrências que têm sido registradas desde 2004, muito antes do escândalo, os airbags fabricados pela fornecedora Takata são defeituosos. A fabricante fez uso de um produto químico instável durante a produção, o que transformou seus airbags em bombas-relógio.
Depois de alguns anos de exposição dos airbags a variações de temperatura e umidade, o químico se transforma em um explosivo. Assim, quando o componente é acionado, após uma colisão, ele explode como uma granada.
Dentro do airbag, existe uma peça chamada deflagrador, que contém nitrato de amônio. O deflagrador é uma cápsula de metal, com a substância explosiva dentro.
Quando o nitrato de amônio entra em combustão, o deflagrador se rompe, e lança estilhaços de metal dentro da cabine do carro. Por isso, vítimas relatam ferimentos semelhantes a facadas ou tiros de revólver.
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