Honda City 2018 EXL é caro pelo que oferece; confira vídeo
Apesar do preço de R$ 83.400, versão top de linha tem desempenho modesto e não vem equipada com controle de estabilidade
Apesar do preço de R$ 83.400, versão top de linha tem desempenho modesto e não vem equipada com controle de estabilidade
O Honda City é pioneiro no segmento de sedãs intermediários entre compactos e médios: sua primeira geração foi lançada em 2009, antes de qualquer outro concorrente. Pouco depois, em 2011, veio o Chevrolet Cobalt e, no ano passado, chegou o VW Virtus. Confira nossas impressões sobre o Honda City 2018 EXL.
Assim como os concorrentes citados, o City adota a plataforma de um veículo compacto (no caso do Honda, a base é a do Fit) com alongamentos expressivos na distância entre-eixos e no balanço posterior, de modo a aumentar o espaço para as pernas no banco traseiro e o tamanho do porta-malas.
A configuração mais completa, EXL, custa R$ 83.400.
A atual geração do City foi lançada em 2014 e, neste ano, passou por um discreto face-lift, que alterou apenas o design de para-choques, faróis e grade frontal. A Honda aproveitou para acrescentar alguns equipamentos ao sedã, entre os quais:
Esses dois últimos itens estão presentes na versão top de linha do Honda City 2018, avaliada pelo AutoPapo, que traz ainda:
Todavia, ainda não foi dessa vez que o Honda City ganhou controles eletrônicos de tração e estabilidade, itens importantes de segurança ativa que já começam a chegar até aos automóveis mais populares.
Além disso, ainda faltam alguns pormenores, como assistente de partida em rampa, acionamento automático de faróis e limpadores de para-brisa e chave presencial.
A parte mecânica não sofreu alteração alguma. O motor é o conhecido 1.5 de quatro cilindros, com 16 válvulas com comando variável e sistema de partida a frio sem tanquinho de gasolina.
Modesto em cilindrada e sem nenhum recurso de sobrealimentação, rende números discretos: são 115 cv de potência com gasolina e 116 cv com etanol, além de 15,2 kgfm de torque com o primeiro combustível e de 15,3 kgfm com o segundo.
O câmbio do Honda City 2018 é automático do tipo CVT, com sete marchas simuladas, que podem ser trocadas por meio de paddle-shifts no volante.
O resultado é um desempenho tímido. Ainda que seja leve para seu porte, com 1.135 kg de peso, o City está longe de ser um sedã empolgante.
Na cidade, até demonstra alguma agilidade, mas, na estrada, exige que o motorista acelere sem dó para manter velocidades mais elevadas, principalmente em trechos de subida. Nessas situações, o ronco do motor é bastante notado na cabine, sensação amplificada pelo trabalho da transmissão, que mantém o giro constantemente elevado.
O motor do Honda City 2018 parece um pouco subdimensionado, não só em relação ao porte e à faixa de preço do sedã, mas também diante do acerto da suspensão, que é até ligeiramente esportivo.
A arquitetura é tradicional, com conjuntos do tipo McPherson na dianteira e por barra de torção na traseira, mas dotado de uma calibragem mais firme, que proporciona ótima estabilidade em curvas, às custas da transmissão de parte das imperfeições do solo para o habitáculo.
Já os freios são coerentes com o desempenho, pois o sistema com discos ventilados na dianteira e tambores na traseira mostra bom dimensionamento, mas também não chega a se destacar.
Se, por um lado, o City tem desempenho limitado, por outro ele alcança bons resultados em consumo.
A reportagem aferiu 10,3 km/l na cidade e de 13,4 km/l na estrada, com gasolina. O Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBE) do Inmetro divulga índices de 12,3 km/l e de 14,5 km/l, com o mesmo combustível, respectivamente.
Com etanol, o PBE aponta médias de 8,5 km/l no circuito urbano e de 10,3 km/l no rodoviário.
Um aspecto no qual o City ainda se destaca frente aos concorrentes é no acabamento. Não que ele seja luxuoso, mas revela um padrão de construção bem-executado. Os componentes da carroceria têm montagem perfeita, com vãos pequenos e uniformes.
Por dentro, os plásticos do painel, apesar de duros, exibem arremates caprichados, ao passo que as forrações de porta, feitas no mesmo material, têm grandes porções estofadas. Até a tampa do porta-malas ostenta um revestimento interno em carpete. São detalhes, sim, mas que denotam qualidade.
A habitabilidade também é muito boa, com acesso fácil a todos os comandos e boa leitura dos instrumentos.
Falta, porém, o termômetro do fluido de arrefecimento do motor. Outro ponto melhorável é o volante muito fino: uma peça mais encorpada proporcionaria melhor pegada. Além disso, por ser multifuncional, esse componente deveria incluir as teclas de acesso ao computador de bordo. Em vez disso, o manuseio se dá por meio de uma arcaica haste no cluster.
Por outro lado, a coluna de direção do Honda City 2018 é ajustável em altura e em profundidade, permitindo que motoristas de diferentes estaturas encontrem a postura ideal para conduzir.
Os bancos são excelentes: ergonômicos e feitos com espumas de alta densidade, apoiam muito bem o corpo. A posição de dirigir é confortável e até um pouco esportiva, deixando as pernas mais esticadas; pena que o motor não corresponda…
Em espaço, o modelo da Honda está no mesmo patamar dos concorrentes, e isso é bom, pois os sedãs do gênero têm medidas internas generosas.
No banco traseiro, há área razoável para a cabeça e muito generosa para as pernas. Ali, o assoalho não é plano, mas o ressalto central não é grande, minimizando o desconforto para o quinto ocupante.
Outro ponto positivo é a presença de cintos de três pontos e encostos de cabeça para todos os ocupantes. Mas há também um ponto negativo: a turma do fundão não conta com saída de ar-condicionado dedicada, nem mesmo com entrada USB.
Por outro lado, o porta-malas é menor que o dos rivais, com 486 litros de volume. Não que ele seja pequeno, pelo contrário, mas existem sedãs de porte até menor cujos bagageiros superam os 500 litros de capacidade.
Vale ressaltar que a Honda afirma existirem 50 litros extras abaixo do carpete do assoalho, que elevam o valor total para 536 litros. Porém, apesar de realmente existir um bom espaço na área indicada, não é fácil aproveitá-lo na prática.
Isso porque esse nicho é resultado de um recuo na cuba do estepe: objetos colocados ali podem se sujar em função do contato com o pneu sobressalente ou até riscar a lataria, que, nesse local, fica exposta, sem qualquer tipo de proteção.
No fim das contas, o City é um sedã de comportamento agradável no uso urbano diário, mas incapaz de provocar emoções para quem está ao volante.
Trata-se de um carro correto, porém um tanto sem graça, que poderia ficar bem mais interessante se tivesse motor mais potente e lista de equipamentos de série maior. Ou se, pelo menos, custasse menos, mantendo o conteúdo atual.
Do jeito que está posicionado no mercado, os preços não condizem com o que o modelo de fato vale. Talvez seja boa ideia a Honda repensar seu produto, pois o segmento está cada vez mais competitivo: além do recém-chegado Virtus, o leque de concorrentes terá, ainda neste ano, o Yaris Activ, da Toyota.
Ficha técnica | Honda City 2018 |
---|---|
Motor | Dianteiro, transversal, 1.497 cm³, com quatro cilindros e 16 válvulas, aspirado, flex |
Potência | 115 cv (gasolina) e 116 cv (etanol), a 6.000 rpm |
Torque | 15,2 kgfm (G) e 15,3 kgfm (E) a 4.800 rpm |
Transmissão | automática continuamente variável (CVT), com sete marchas simuladas, tração dianteira |
Suspensão | Independente do tipo McPherson na dianteira e semi-independente por barra de torção na traseira |
Rodas e pneus | rodas de liga leve de 16 polegadas, pneus 185/55 R16 |
Freios do Honda City | discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e EBD |
Direção | assistida eletricamente |
Dimensões | 4,45 m de comprimento, 1,69 m de largura, 1,48 m de altura e 2,60 m de distância entre-eixos |
Peso | 1.135 kg |
Tanque de combustível | 46 litros |
Porta-malas do City 2018 | 485 litros |
Fotos externas Felipe Boutros | AutoPapo
Fotos internas Honda | Divulgação
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Muito bom de motor e consumo, mas o meu 2015, com menos de dois anos ENFERRUJOU TODO, a lata não PRESTA, só de uma olhada no site que fiz, procure no Google: HONDA FERRUGEM CRÔNICA e vai ver o que estou passando, HONDA se EXIME deste pequeno DEFEITO, quer comprar um pote de FERRUGEM compre este carro, favor REPASSEM a todos seus contatos, não caia neste BARCO FURADO.