Essa história não aconteceu comigo, mas com um conhecido e competente jornalista da área automotiva que me contou em detalhes o “causo”. O fato ocorreu lá pelos anos 90, e surpreendeu a todos que souberam da história.
Esse nosso conhecido amigo passava pela avenida Higienopolis, um local conhecido na cidade de São Paulo por abrigar vários pontos de travestis, que passavam a madrugada disponíveis para quem se interessasse. Esse amigo passava pelo local a 1h30 min da madrugada com seu reluzente Alfa Romeo Ti 4, peça rara de sua pequena coleção.
Quando passava a frente de um grupo de travestis, o motor do carro começou a falhar até que apagou completamente. No embalo, esse nosso amigo entrou na primeira travessa que deu a direita para que o carro não atrapalhasse o trânsito da citada avenida. Ele tentou dar a partida algumas vezes, mas o motor sequer deu sinal de vida.
Ele pensou na hora: “Não tinha hora pior para esse motor parar de funcionar dessa forma. Agora vou ter que dar um jeito nisso com as ferramentas que eu tenho”. Ele já tinha até mesmo puxado a trava do capo para iniciar o estudo de descoberta do motivo da parada repentina.
Para sua surpresa, daquele grupo de travestis da esquina, veio uma travesti colegial: Ela tinha meia ¾, mini saia plissada xadrez bem curta, uma blusinha branca de abotoar e os cabelos presos dos dois lados, no melhor estilo maria-chiquinha.
A travesti, para surpresa do nosso amigo, já chegou falando: “Pelo barulho do motor antes de parar, já sei que é ignição”. Além desse comentário, ela já foi direto para a trava do capo da Alfa, que ela sabia abrir.
A travesti colegial foi direto no distribuidor e imediatamente diagnosticou: “O distribuidor soltou e girou, tirando o carro do ponto”. Nosso amigo estava boquiaberto, afinal de contas a travesti veio ajudá-lo e imediatamente descobriu o defeito e já foi logo falando: “Você tem aí uma chave fixa de 10 mm? Foi a abraçadeira do distribuidor que soltou e permitiu o distribuidor girar, tirando o carro do ponto. Vou dar um jeito para você conseguir chegar em casa e pela manhã leve a uma oficina para que o mecânico com uma luz de ponto regule o motor novamente”.
Se nosso amigo jornalista já estava boquiaberto com aquele homem vestido de colegial, depois dessa análise e a solução do problema, ele ficou ainda mais surpreso.
Nosso amigo deu a ferramenta pedida à travesti, que pediu para que desse partida no carro e ele foi girando o distribuidor até o motor pegar. Quando pegou, ela fixou o distribuidor com a abraçadeira com a chave de 10 mm e disse: “Pronto, seu Alfa já está novinho em folha. Para você chegar em casa ele está ótimo, mas não esqueça de levar a um bom mecânico pela manhã para dar uma regulagem perfeita em algo que eu fiz de improviso”.
Nosso amigo, depois de agradecer muito a ajuda, perguntou: “Você conhece muito de mecânica, como é que aprendeu tanto?” A travesti vestida de colegial foi logo dizendo: “Gosto muito de mecânica e em meus carros, sou eu mesmo que mexo. Se você for na rua de baixo, onde tem um posto de combustível, vai lá e veja o meu Mazda com rodas especiais e todo personalizado!.
Nosso amigo jornalista, como todo bom profissional, foi ao tal posto checar as informações dadas pela travesti. O frentista do tal posto confirmou: “O dono desse bonito carro japonês, tem uma vaga fixa que ele paga mensalmente aqui no posto. Chega vestido de homem, como qualquer outro, vai ao banheiro do posto põe roupas de mulher e sobe para a avenida onde passa boa parte da madrugada”.
O “causo” é, no mínimo, muito engraçado e mostra que os apaixonados por carros e mecânica estão por todos os lugares e nas profissões mais inusitadas. Cada um é feliz do seu jeito e, por isso, sejamos todos felizes, dentro de um macacão de mecânico ou travestido de colegial.
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A avenida em questão é a Indianópolis e não Higienópolis.
Adoro todas as suas história, mas amei essa ??
Amabilidades existem e muitas vezes vem das pessoas que menos esperamos.
Não engoli essa história.
Gostei bastante da história da travesti, a ajuda sempre vem de onde menos se espera.
Muito boa a história do travesti, não dá pra substimar as pessoas!