10 fatos sobre o Volkswagen Fox 2015 que você deveria saber
Volkswagen Fox ficou em produção por 20 anos, vendeu bem a ideia de carro altinho e hoje é opção interessante de usado
Volkswagen Fox ficou em produção por 20 anos, vendeu bem a ideia de carro altinho e hoje é opção interessante de usado
A Volkswagen tem alguns modelos que parecem imortais, como o Fox. O hatch foi um projeto brasileiro, que nasceu para aproveitar a arquitetura PQ24 do antigo Polo e para ser uma alternativa ao incansável Gol no portfólio da marca alemã.
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À base de reestilizações e com um posicionamento bastante pragmático no mercado, o compacto foi vendido por quase 20 anos e hoje é opção de automóvel usado com bom custo/benefício. Vamos abordar agora 10 fatos sobre o Volkswagen Fox ano 2015.
O Volkswagen Fox começou a nascer no fim da década de 1990. Chamado de Projeto Tupi e apelidado de “Highroof” – justamente por causa do teto alto -, o carro tinha a missão de aproveitar a plataforma do Polo (que seria lançado em 2002) na forma de um hatch mais simples e barato.
O projeto tinha vários requisitos: ser menor que o Gol “G3”, ter o ponto “H” de cerca de 8 cm (mais alto que o dos compactos daqueles tempos), assoalho traseiro plano, banco traseiro corrediço e até um porta-trecos em forma de gaveta abaixo do assento do carona.
Só que o Volkswagen Fox basicamente nasceu a fórceps. A matriz do Grupo Volkswagen não sabia do projeto e quando o modelo foi apresentado na Alemanha houve uma queda de braço recheada por muitas vaidades.
Acabou aprovado pelo então chefão da montadora, Ferdinand Piëch. Para batizá-lo, a montadora recorreu ao mesmo nome do Voyage exportado para os Estados Unidos nos anos 1980.
Com o sinal verde da Alemanha, o Volkswagen Fox foi lançado oficialmente no Brasil em outubro de 2003. Com 1,54 metro de altura e vão livre do solo de mais de 16 cm, inaugurou uma subcategoria entre os compactos que ficou conhecida como hatches altinhos. Renault Sandero e Chevrolet Agile se tornaram rivais anos depois.
O carro começou a trajetória em carroceria duas portas (a quatro portas foi lançada em 2004). Posicionado entre o Gol e o Polo, não embalou logo nos emplacamentos – era mais caro, porém menor que o Gol no comprimento, e bem mais simples que o Polo. Ainda sofria com as críticas ao design e ao comportamento molengão da suspensão.
Para piorar, em 2004 casos de donos do hatch que tiveram os dedos parcialmente decepados ao rebaterem o banco traseiro começaram a ganhar as manchetes dos jornais e sites. Uma alça, que devia ser puxada para que a trava do banco fosse liberada, ficava presa a uma argola, que podia prender o dedo do usuário.
Ao todo, 37 pessoas tiveram os dedos parcialmente decepados pelo Fox e a Volkswagen disse que não era com ela. O presidente da marca chegou a afirmar, em uma entrevista na TV, que a culpa era dos clientes. Mas a justiça obrigou a montadora a pagar R$ 3 milhões e fazer o recall de mais de 800 mil unidades da linha.
O caso polêmico, contudo, não arrefeceu o potencial do Volkswagen Fox. Em 2005, dois anos após o lançamento, o modelo anotou 94 mil licenciamentos. Já era o quinto carro mais vendido do país.
O hatch foi reestilizado em 2009, com para-choques e grade redesenhados e faróis retilíneos que seguiam os novos padrões de design da montadora. A segunda remodelação do Volkswagen Fox se deu em 2014, linha 2015, quando adotou grade fina, luzes com elementos quadrados e lanternas que invadem a tampa do porta-malas.
Depois de 2015 o Volkswagen Fox se manteve sem grandes alterações, mas com muitas séries e mudanças de versões. A gama ficou enxuta e no fim de vida o hatch sobreviveu com duas opções de acabamento e o incansável motor 1.6 8V. No fim de 2021, teve a produção encerrada com 1,8 milhão de unidades fabricadas e mais de 1,3 milhão vendidas no Brasil.
Ao longo de sua história, o compacto usou sempre motores 1.0 e 1.6. O Fox, inclusive, estreou o conceito Bluemotion da Volkswagen (com ajustes para deixar o carro mais eficiente) no Brasil, além de ter sido o primeiro a estrear o propulsor três-cilindros que depois equiparia Up! e Gol.
Porém, vamos focar no desempenho do Volkswagen Fox em 2015, quando o carro teve duas variantes 1.6. A mais conhecida e robusta da linha EA 111, com quatro cilindros, oito válvulas e potência de 104 cv com etanol e 101 cv, com gasolina.
É aquele motor veterano, porém brabo, da montadora, que oferece arrancadas ágeis. Tem bastante força em baixas rotações e primeiras relações curtas do câmbio manual de cinco marchas, que ainda oferece a alavanca de engates precisos e curso curto. O 0-100 km/h fica na casa dos 10,5 segundos.
Na reestilização da linha 2015, o Volkswagen Fox também recebeu o motor 1.6 16V EA 211. Tem comando duplo no cabeçote e variação na admissão, câmbio manual de seis marchas e os 120/110 cv emprestam um rodar menos impetuoso, porém mais suave e levemente econômico.
O motor embala bem após os 40 km/h e acaba por oferecer um 0 a 100 km/h abaixo dos 10 segundos. As retomadas, contudo, demandam um pouco mais de paciência. Os 16,8/15,8 kgfm só surgem na plenitude a 4.000 rpm.
O mesmo Ferdinand Piëch que salvou o Volkswagen Fox também determinou sua exportação para a Europa. Os embarques para a Alemanha tiveram início em abril de 2005 e as unidades enviadas eram fabricadas em São Bernardo do Campo (SP).
O Fox made in Brazil recebeu calibragens diferentes na suspensão, acabamento melhorado e equipamentos como freios com ABS e airbags – que nem passavam perto do produto vendido no mercado doméstico. Mesmo sendo o carro mais barato da marca na Europa, o hatch teve menos de 180 mil unidades vendidas no continente em seis anos.
Na onda dos aventureiros, a Volkswagen lançou o CrossFox em 2005 seguindo a mesma cartilha das marcas rivais. O hatch adotou suspensão elevada e amortecedores reforçados, pneus de uso misto e badulaques na carroceria – leia-se molduras plásticas, soleiras e rack no teto.
O CrossFox só usou motores 1.6 (8V e 16V). Passou pelas mesmas remodelações que o Fox, porém saiu de linha antes, em 2017.
Um ano depois do CrossFox, surgiu a SpaceFox. Derivada do hatch, a station-wagon compacta foi uma opção de perua, dentro do portfólio da Volkswagen, maior e mais equipada que a veteraníssima Parati. Foi fabricada na Argentina com motores 1.6 e ainda teve uma variante SpaceCross. Durou até 2019.
Em tempos de Rock in Rio, o compacto altinho conheceu diferentes tiragens alusivas ao festival entre as 11 séries especiais que teve ao longo de sua vida. Isso aí, foram três edições limitadas em homenagem ao evento.
A primeira série Rock in Rio do Fox foi junto com o Gol e apresentada em 2011, com 300 unidades. Com opções de cores do festival – azul, vermelho e branco – tem adesivos pela carroceria, colunas centrais em preto fosco, friso cromado no para-choque, faróis e lanternas escurecidos, bancos com a silhueta de uma guitarra azul nas laterais do encosto, volante do Passat CC e soleiras cromadas.
O Volkswagen Fox voltou a ter séries Rock in Rio em 2013 e em 2015. Os símbolos do festival nestas ocasiões foram aplicados, além de na lataria, nas soleiras das portas, nos bancos e até no cinzeiro. Por fora, grade do tipo colmeia, capas dos retrovisores em tom cinza, saias traseiras, lanternas escurecidas e rodas aro 15″.
No caso do conhecido 1.6 8V, o Volkswagen Fox usa componentes com preço razoável e fáceis de achar e com manutenção descomplicada na mecânica. Confira alguns valores.
O motor 1.6 8V costuma apresentar falhas nas partidas e em médios giros. Também há relatos frequentes de donos de Fox sobre vazamento de óleo lubrificante. Observe, ainda, folgas, estalos e trepidações excessivas na caixa de direção, além de infiltrações nos faróis.
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