Velocímetro: variação para mais é margem de segurança
Tantos os mostradores analógicos quanto os digitais apresentam uma tolerância e, por isso, indicam velocidade um pouco menor que a real
Tantos os mostradores analógicos quanto os digitais apresentam uma tolerância e, por isso, indicam velocidade um pouco menor que a real
Seu carro pode ter velocímetro analógico ou digital, ou até mesmo os dois. Porém, independentemente da interface, ele necessariamente tem uma pequena margem de erro, que faz com que o mostrador indique uma velocidade um pouco maior que a real. “Nenhum fabricante faz carros com tolerância para mais que o indicado. A variação é sempre para menos”, explica Francisco Satkunas, conselheiro da SAE Brasil.
Mas, afinal de contas, por que isso acontece? Trata-se, basicamente, de uma margem de segurança. “É para evitar que o motorista trafegue mais rápido que o limite da via. Se isso acontecesse, ele poderia ser multado e correr maiores riscos de sofrer um acidente,” pondera Satkunas.
A prevenção a punições injustas e possíveis desdobramentos judiciais a respeito disso também faz com que exista uma tolerância para a marcação feita pelos radares, determinada por lei. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, um condutor só comete infração se estiver transitando 7 km/h acima do valor máximo permitido. Isso até os 107 km/h: a partir daí, a variação passa a ser de 7%.
Satkunas destaca que a legislação também já ditou a margem de erro do velocímetro dos veículos. “A NBR 7817/83 determinava uma varição máxima de 4,8 km/h até 100 km/h. Depois disso, essa tolerância era maior. Mas o fabricante tinha que garantir que essa variação era para mais, nunca para menos”.
O especialista da SAE salienta que, na época em que essa norma foi estabelecida, o velocímetro dos veículos era menos preciso, o que resultava em uma tolerância maior. “No passado, quando não havia eletrônica nos carros, um cabo que ligava diretamente a transmissão até o painel de instrumentos. O funcionamento do ponteiro era magnético-mecânico”, lembra.
“Com o surgimento da eletrônica, das chamadas centralinas, o velocímetro ficou mais preciso. A marcação ocorre por meio de impulsos eletromagnéticos, gerados com base em cada volta que o pneu dá”, esclarece Satkunas. Todavia, apesar de menor, a tolerância se manteve para evitar distorções.
O conselheiro da SAE explica que alguns fatores, como o desgaste dos pneus e até a falta de calibragem correta podem afetar a medição do veocímetro. “Há que se levar em conta que, quando eles estão muito murchos, o raio do conjunto diminui e a marcação de velocidade mostrada fica mais alta”. Por isso, Satkunas recomenda que os motoristas não descuidem da pressão desses componentes.
Outro fator que pode gerar distorção, segundo Satkunas, é a troca das rodas do veículo por modelos de dimensões diferentes. “Muita gente troca rodas menores por maiores, e aí há risco de ocorrer uma variação para menos”, adverte, se a mudança não mantiver o diâmetro total do conjunto. “Nesses casos, é preciso recalibrar o velocímetro”, aconselha.
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Notei no meu honda city que a tolerância é absurdamente alta principalmente em velocidades abaixo de 100 km/h.
Imagine como somos lesados quanto a 100 km/h na realidade estamos a 93 km/h reais?
Tudo ira ocorrer antes na vida do carro. Revisões antecipadas ( se a revisão é aos 10.000 km você levará para fazer aos 9.300 km. E assim por diante. Vai trocar óleo, Filtros sempre antes da hora. O pior é ter rodado 100.000 km quando na realidade o seu carro rodou 93.000. Também marca errado o comprador de bordo. Quando marcar que está fazendo 10 km/litro na realidade faz 9,3 km/litro. A desculpa da margem de segurança é boa principalmente para o fabricante e as autopeças e lubrificantes. E seu carro se desvaloriza mais cedo pois fica erroneamente mais rodado.
Tive uma Quantum lá pelos idos de 80~90, cujo velocímetro era “super otimista” (alcançava rapidamente 80km/h, por exemplo).
Já desconfiado, fui fazer teste na ponte Rio-Niterói (morava em Niterói e trabalhava no Rio, na época) num fim de semana. Percorri uma determinada distância a velocidade constante no velocímetro e fiz a conta baseada em tempo gasto e diatância percorrida.
Não lembro exatamente, mas era algo como 60~65km/h reais quando marcava 80. Desontei o velocímetro e regulei a molinha “bigode” para aproximar daquela marcada pelo aparelho. E tomei cuidao para deixar um pouco abaixo como citada nessa matéria.
Bons tempos em que a gente tinha acesso a esses tipos de regulagens.
Vamos aprender a escrever gente!
Vamos aprender a escrever gente!
A matéria está equivocada quando diz que nenhum fabricante faz carros com a tolerância para mais, pois, os veículos da Volvo tem a tolerância para mais. Indagada sobre o assunto a fabricante simplesmente alegou a margem de erro.