Velocímetro: variação para mais é margem de segurança

Tantos os mostradores analógicos quanto os digitais apresentam uma tolerância e, por isso, indicam velocidade um pouco menor que a real

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Por Alexandre Carneiro
Publicado em 25/08/2018 às 15h00
Atualizado em 27/08/2018 às 00h29

Seu carro pode ter velocímetro analógico ou digital, ou até mesmo os dois. Porém, independentemente da interface, ele necessariamente tem uma pequena margem de erro, que faz com que o mostrador indique uma velocidade um pouco maior que a real. “Nenhum fabricante faz carros com tolerância para mais que o indicado. A variação é sempre para menos”, explica Francisco Satkunas, conselheiro da SAE Brasil.

Mas, afinal de contas, por que isso acontece?  Trata-se, basicamente, de uma margem de segurança. “É para evitar que o motorista trafegue mais rápido que o limite da via. Se isso acontecesse, ele poderia ser multado e correr maiores riscos de sofrer um acidente,” pondera Satkunas.

Velocímetro: variação para menos é margem de segurança
Foto Honda | Divulgação

A prevenção a punições injustas e possíveis desdobramentos judiciais a respeito disso também faz com que exista uma tolerância para a marcação feita pelos radares, determinada por lei. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, um condutor só comete infração se estiver transitando 7 km/h acima do valor máximo permitido. Isso até os 107 km/h: a partir daí, a variação passa a ser de 7%.

Satkunas destaca que a legislação também já ditou a margem de erro do velocímetro dos veículos. “A NBR 7817/83 determinava uma varição máxima de 4,8 km/h até 100 km/h. Depois disso, essa tolerância era maior. Mas o fabricante tinha que garantir que essa variação era para mais, nunca para menos”.

Eletrônica deixou o velocímetro mais preciso

O especialista da SAE salienta que, na época em que essa norma foi estabelecida, o velocímetro dos veículos era menos preciso, o que resultava em uma tolerância maior. “No passado, quando não havia eletrônica nos carros, um cabo que ligava diretamente a transmissão até o painel de instrumentos. O funcionamento do ponteiro era magnético-mecânico”, lembra.

Velocímetro: variação para menos é margem de segurança
Foto Alexandre Carneiro | AutoPapo

“Com o surgimento da eletrônica, das chamadas centralinas, o velocímetro ficou mais preciso. A marcação ocorre por meio de impulsos eletromagnéticos, gerados com base em cada volta que o pneu dá”, esclarece Satkunas. Todavia, apesar de menor, a tolerância se manteve para evitar distorções.

Certos fatores podem aumentar a variação

O conselheiro da SAE explica que alguns fatores, como o desgaste dos pneus e até a falta de calibragem correta podem afetar a medição do veocímetro. “Há que se levar em conta que, quando eles estão muito murchos, o raio do conjunto diminui e a marcação de velocidade mostrada fica mais alta”. Por isso, Satkunas recomenda que os motoristas não descuidem da pressão desses componentes.

Outro fator que pode gerar distorção, segundo Satkunas, é a troca das rodas do veículo por modelos de dimensões diferentes. “Muita gente troca rodas menores por maiores, e aí há risco de ocorrer uma variação para menos”, adverte, se a mudança não mantiver o diâmetro total do conjunto. “Nesses casos, é preciso recalibrar o velocímetro”, aconselha.

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5 Comentários
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Julio Victor 8 de julho de 2022

Notei no meu honda city que a tolerância é absurdamente alta principalmente em velocidades abaixo de 100 km/h.
Imagine como somos lesados quanto a 100 km/h na realidade estamos a 93 km/h reais?
Tudo ira ocorrer antes na vida do carro. Revisões antecipadas ( se a revisão é aos 10.000 km você levará para fazer aos 9.300 km. E assim por diante. Vai trocar óleo, Filtros sempre antes da hora. O pior é ter rodado 100.000 km quando na realidade o seu carro rodou 93.000. Também marca errado o comprador de bordo. Quando marcar que está fazendo 10 km/litro na realidade faz 9,3 km/litro. A desculpa da margem de segurança é boa principalmente para o fabricante e as autopeças e lubrificantes. E seu carro se desvaloriza mais cedo pois fica erroneamente mais rodado.

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arai 25 de agosto de 2018

Tive uma Quantum lá pelos idos de 80~90, cujo velocímetro era “super otimista” (alcançava rapidamente 80km/h, por exemplo).

Já desconfiado, fui fazer teste na ponte Rio-Niterói (morava em Niterói e trabalhava no Rio, na época) num fim de semana. Percorri uma determinada distância a velocidade constante no velocímetro e fiz a conta baseada em tempo gasto e diatância percorrida.

Não lembro exatamente, mas era algo como 60~65km/h reais quando marcava 80. Desontei o velocímetro e regulei a molinha “bigode” para aproximar daquela marcada pelo aparelho. E tomei cuidao para deixar um pouco abaixo como citada nessa matéria.

Bons tempos em que a gente tinha acesso a esses tipos de regulagens.

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jeca 25 de agosto de 2018

Vamos aprender a escrever gente!

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jeca tatu 25 de agosto de 2018

Vamos aprender a escrever gente!

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CLAYTON LUIZ SANTOS 25 de agosto de 2018

A matéria está equivocada quando diz que nenhum fabricante faz carros com a tolerância para mais, pois, os veículos da Volvo tem a tolerância para mais. Indagada sobre o assunto a fabricante simplesmente alegou a margem de erro.

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