[VW Gol] História vitoriosa e repleta de sucessos: Gol “Bolinha”, G3 e G4
Em 1994, a Volkswagen apresentava ao Brasil o tão esperado novo Gol, carinhosamente apelidado pela população de “Bolinha”
Em 1994, a Volkswagen apresentava ao Brasil o tão esperado novo Gol, carinhosamente apelidado pela população de “Bolinha”
Era setembro de 1994 e ninguém aguentava mais o Gol quadrado, depois de seus quase 15 anos de produção ininterrupta, cuja história já foi contada aqui no AutoPapo. Eis que surgiu a luz no fim do túnel: a Volkswagen apresentava ao Brasil o tão esperado novo Gol, carinhosamente apelidado pela população de “Bolinha”.
Sem dúvidas, esse foi o Gol que mais mudou ao longo desses 41 anos de vida do popular nacional. O design foi totalmente refeito, e as linhas quadradas e duras da geração anterior, repletas de vincos, deram lugar a uma carroceria harmônica, toda arredondada.
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Essas novas linhas se refletiram na aerodinâmica do novo Gol, que tinha o nome interno de AB9. Os 0,45 de cx (coeficiente aerodinâmico) do “Quadrado” despencaram pra bons 0,34 na carroceria mais moderna. Esse número é positivo até os dias atuais quando o assunto é resistência aerodinâmica automotiva.
Um outro ponto importantíssimo na então novidade da VW foi o significativo aumento da distância entre eixos do carro: essa medida espichou nada menos que 11 cm (de pouco mais de 2,35 m para 2,46 m), melhorando, e muito, o espaço interno.
Outra evolução dessa nova carroceria foi o ganho do volume interno do porta-malas, que cresceu dos 246 litros para 285 litros. Esse novo Gol era, sem dúvidas, mais bonito, funcional, espaçoso e moderno que seu antecessor. Um avanço que se mostraria, nas vendas, um acerto em cheio da VW.
Na mecânica, o Gol Bolinha utilizava a mesma plataforma da primeira geração, apenas com pequenas modificações, além da já citada distância entre-eixos aumentada. Os motores oferecidos na época (1.0 de 50 cv, 1.6 de 76 cv, 1.8 de 91 cv e 2.0, que, após reduções de potência, rendia aqui 109 cv) traziam a novidade do abandono total do antigo carburador: todos utilizavam sistema de injeção eletrônica, ainda que com a arcaica tecnologia monoponto.
Apenas a versão 2.0, que mantinha a sigla GTI, utilizava o sistema Multipoint Digital fornecido pela FIC (fabricante de componentes da Ford, ou seja, um dos frutos da Auto Latina). Como curiosidade, podemos citar que a velha carroceria quadrada ainda ficou em produção até meados de 1996, como um Gol de entrada, mais barato, ainda utilizando o motor AE 1.0 carburado.
Em 1995, já na linha 96, o Gol recebeu como grande novidade a adoção do sistema de injeção multiponto, abandonando o monoponto, que melhorava muito a performance e o consumo quando comparado com o velho carburador. Outra melhoria de 1996 foi a chegada do “novo” Gol GTI que, nessa fase, utilizava um motor 2.0 16V com duplo comando no cabeçote e câmbio de 5 marchas com a ré sincronizada.
Na verdade, todo esse trem-de-força era importado da Alemanha e derivava diretamente da Audi, parceira do grupo VW. Externamente, o modelo era caracterizado, principalmente, por uma espécie de bolha no capô, que tinha como utilidade prática fazer caber o cabeçote de maiores dimensões desse novo motor. Essa fera de 145 cv e 18,5 mkgf de torque fazia de 0 a 100 km/h em 8,8 segundos e alcançava os 206 km/h de velocidade máxima.
Enquanto isso, para ocupar o lugar da saudosa versão GTS da primeira geração, a fabricante alemã lançou a linha TSI, que utilizava o motor 2.0 8V do antigo GTI 1995, com cometidos 109 cv de potência, para atender às legislações de emissão de poluentes.
Nessa época, a VW também apresentava o novo propulsor 1.0 AT-1000 (sigla para Alto Torque) que, ainda com injeção monoponto, entregava 54 cv. Esse propulsor, basicamente, já era a primeira versão da família EA-111, em produção até hoje na variante 1.6.
Como líder absoluto de vendas do mercado nacional desde 1987, o pequeno popular precisava de novidades para se manter na ponta, e nada melhor do que mudanças tecnológicas para fazer a alegria do consumidor: Nos modelos 1998 já surgia a primeira versão do motor 1.0 16V, que conseguia unir bons níveis de potência com baixo consumo de gasolina.
Esse novo 1.0 16V era derivado do AT-1000, mas ganhava novo cabeçote, uma sofisticação construtiva destinada a motores esportivos de alto rendimento. A novidades melhorava muito a vida do Gol 1.0 dentro do fervilhante mercado de populares, que agora gerava destacáveis 69 cv e 9,3 mkgf de torque, resultados não muito distantes dos motores 1.0 flex de três cilindros atuais.
E o Gol não era feito só de mecânica. Também em 1998, o lançamento estrondoso foi o da carroceria com quatro portas, um carro esperado pela família brasileira desde a chegada da segunda geração, em 1994. O crescimento da carroceria e o aumento do espaço interno do Bolinha não só permitia, como clamava pelas duas portas traseiras: todos adoraram a novidade, e as vendas do VW de entrada dispararam ainda mais.
Quem pensou que a fabricante alemã se sentou sobre os louros da vitória para apreciar om próprio sucesso, se enganou: em abril de 1999 chegava um novo Gol, batizado de G3 (ou terceira geração). Muitos dizem que essa carroceria é uma das melhores e mais bonitas de toda a vida de sucesso do modelo, tanto interna quanto externamente.
Estruturalmente esse novo Gol 2000 era idêntico ao Bolinha, mas os encantos ficavam por conta das novas frente e traseira (parachoques, faróis e lanternas ainda mais harmoniosos), além do interior, que remetia o proprietário à carros de nível superior, mais caros. O destaque ficava por conta do painel, tido até hoje como um dos mais bonitos que o modelo já teve, além da marcante instrumentação com iluminação azul.
Enquanto a mecânica era mantida, passando apenas por aperfeiçoamentos, houve uma mudança curiosa no marketing: as versões de acabamento saíam de cena, dando lugar a vários pacotes de equipamentos, disponíveis para as diferentes motorizações (1.0, 1.6, 1.8 e 2.0). A única exceção para essa regra era o GTI, que mantinha o motor 2.0 16V e o viés totalmente esportivo.
Seguindo a tradição na família Gol, a antiga carroceria Bolinha seguia em produção na versão Special 1.0 8V, como uma alternativa de baixo custo ao novo G3.
Além do pioneirismo da injeção eletrônica no icônico GTi, em 1988, o popular da VW estreou outras modas no mercado nacional. A primeira, ainda em meados de 2000, foi uma espécie de downsizing, com a adoção de turbocompressor no motor 1.0 16V, que passou a render 112 cv e pouco menos de 16 kgfm de torque, números próximos aos do motor 2.0 8V aspirado.
O Gol 16V Turbo cumpria a prova de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos, atingindo os 191 km/h de máxima, tudo isso obtendo ótimas médias de consumo (receita bem próxima à dos motores 1.0 sobrealimentados atuais: bom desempenho com baixo consumo).
Outra novidade tecnológica exclusiva veio em 2003, no propulsor 1.6: o sistema de alimentação flex. Essa tecnologia permitia que o modelo usasse etanol ou gasolina, ou então a mistura de ambos em qualquer proporção, sem que o motor falhasse ou apresentasse qualquer problema de durabilidade. Esse Gol, batizado de 1.6 Total Flex, inaugurou uma tendência que foi seguida por toda a indústria automotiva nacional. Hoje em dia, quase todo carro fabricado no Brasil é flex.
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Nessa época, também se aposentava o Gol Bolinha e sua versão de entrada Special 1.0 16V. No lugar dele, a Volkswagen optou por manter a mesma carroceria em toda a linha: assim, nascia o Gol City, que unia o visual externo da terceira geração com o interior simplório do Gol Bolinha.
Em setembro de 2005, o Gol 2006, quem diria, engatou marcha-a-ré. Foi apresentada a chamada geração 4 (G4 para o grande público) que, por questões mercadológicas, precisou ser empobrecida. Tudo aquilo que o G3 havia conquistado em termos de evolução e refino geral, a linha 2006 jogou fora.
Realmente, a questão era complicada para a Volkswagen: no meio do caminho, surgiram Fox e Polo que, por serem mais sofisticados e destinados a um público de maior poder aquisitivo, forçaram a marca a deixar o Golzinho mais simples, para posicioná-lo como carro de entrada.
Naquela época, o mais caro dos três era o Polo, seguido de perto pelo Fox e, por último, vinha o Gol, que, para ter preço competitivo, acabou tendo uma reformulação completa no visual interno e externo, ficando mais básico e adequado à nova faixa de preço.
Itens como o motor superalimentado, painel de instrumentos completo, apliques em tecido nas laterais de portas, vidros elétricos traseiros e até mesmo os airbags dianteiros ficaram de fora da lista de equipamentos disponíveis na novidade do Gol G4 (todos oferecidos no G3, diga-se de passagem).
Na mecânica, eram mantidas as opções 1.0 8V de 68 cv para a versão básica City, 1.6 8V de 99 cv para a City e a Power, além do 1.8 8 válvulas que rendia 106 cv, exclusivo da top de linha Power. Ao menos, para compensar essa simplicidade, o Gol G4 conseguia brigar frente a frente com os populares de entrada, como Fiat Uno e Chevrolet Celta, e também com os intermediários, como Palio e Corsa.
O Golzinho G4 permaneceu em linha por 8 anos como produto mais barato da Volkswagen do Brasil e, inclusive, conviveu com a totalmente nova geração 5 e até com sua reestilização G6. O modelo se despediu do mercado em 2013 para dar lugar ao recém-chegado up!, e também por não se adequar às novas leis que obrigaram todos os carros novos a adotarem airbag duplo e freios ABS, que passaram a vigorar em 2014.
No próximo e último capítulo da história do Gol, vamos falar sobre a revolucionária Geração 5, de 2008, e sua evolução ao longo dos anos até 2021. A pergunta que não quer calar é: será que ele vai estar entre nós em 2022? A resposta para essa intrigante pergunta você confere na próxima quinzena!
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Concordo plenamente que o GOL G3 foi o melhor dos “GOL”, embora ‘fraco’ de MONOBLOCO, pois a ‘parede-de-fogo’ NUNCA FOI SOLUCIONADA CONVENIENTEMENTE, já que, na década de 60 – 70 eram parcos os recursos – SOBRETUDO AQUI, NO BRASIL – para resolver um problema criado por uma solução.
Hoje em dia não compensa ter carro. É melhor andar de Uber pela cidade, principalmente pra quem dirige pouco. Sai muito mais barato e ñ tem estresse.
Pelo que me lembre, a injeção MI foi usada em toda linha no modelo de 1997. O Gol Special, mesmo quando saiu de linha, era 8 válvulas.
Mas enfim, carro que tem história no Brasil.
Verdade mesmo, a injeção MI começou em 97, e o 1.0 tinha 60cv
O Gol GTI 16V foi meu grande sonho de consumo e que foi não realizado devido seu preço.
Para mim, o G3 foi o melhor Gol de todos os tempos.
Interior impecável, painel ao melhor estilo e padrão de acabamento do Golf.
Em contrapartida, o G4 foi o mais feio e pior de todos. Até o painel do Gol quadrado era mais bem elaborado e ergonômico!
Já entre G5 e G6, uma verdadeira revolução, tanto que, até hoje, acho o Gol muito mais carro, bruto e “raçudo” do que o raquítico , quadrado e carrinho de brinquedo chamado Up…
Ainda bem que essa desgraça do Up saiu de linha!