Pneus: “segunda linha” de grandes marcas são boa opção
Remoldados e pneus sem procedência, por sua vez, representam perigo para o motorista e passageiros
Por Boris Feldman13/03/18 às 16h03Poucos sabem, mas as fábricas de pneus sempre produzem, além de sua marca principal, outras consideradas de “segunda linha”. São marcas pouco divulgadas, mas comercializadas normalmente no mercado. Se o vendedor oferece um pneu mais barato, de marca desconhecida, mas garante – e prova de algum jeito – que foi produzido por uma empresa famosa e internacional, pode acreditar nele, não se trata de picaretagem…
Como explicar estas marcas secundárias? É uma briga de preço das grandes empresas entre si ou delas contra as marcas de segundo escalão, contrabando, ou remoldados. E como fica a qualidade? Se os pneus são fabricados por empresas tradicionais como Firestone, Goodyear, Pirelli, Continental ou Michelin, não há motivo para receio.

E dá para explicar o preço reduzido: primeiro porque não há despesa com propaganda, promoções ou ações de marketing. Há casos de fábricas conceituadas e tradicionais que fornecem pneus de “segunda linha”, com outra marca, para grandes redes de super mercados ou atacadistas.
Segundo: fábrica e lojas reduzem margens de lucro no esforço de “brigarem” na faixa inferior do mercado.
Terceiro: a qualidade é a mesma mas a durabilidade pode ser reduzida: se o pneu da marca principal roda 50 mil km ou mais, o da secundária pode ficar pelos 40 mil km. Dentro da ideia de que “paga menos, leva menos”.
Mas o preço barato pode também representar perigo de qualidade e ameaçar a segurança veicular. Há pneus que comprovadamente entram como contrabando no Brasil. Marcas em geral asiáticas reprovadas pelas montadoras. Embora existam pneus japoneses, coreanos e chineses de excelente qualidade, vários aplicados em linhas de montagem de grandes fabricantes de automóveis, como Hankook, Khumo, Maxxis e outros.

Outro pneu de preço baixo mas de qualidade duvidosa é o remoldado. Ele é produzido sobre uma velha carcaça que pode ou não estar em bom estado. Podem também dois remoldados de mesma medida terem sido fabricados sobre carcaças que se destinavam, originalmente, a veículos completamente distintos: um projetado para um esportivo, outro adequado para uma peruinha de cachorro quente (ou “food-truck”). Neste caso, a reação de ambos no momento de uma freada ou curva apertada será completamente diferente. É aí que mora o perigo.