[0 km x usado] Renault Kwid Zen 0 km X Ford Fiesta SE 1.6 2015

O subcompacto econômico da Renault e com cheiro de carro novo mede forças com o Ford usado, maior e com motor mais potente

comparativo kwid new fiesta
Por Fernando Miragaya
Especial para o AutoPapo
Publicado em 11/08/2018 às 10h37

É difícil achar carro 0 km por menos de R$ 40 mil. Uma das poucas opções é o pequenino Kwid, da Renault, que tem na versão intermediária Zen um interessante custo-benefício por R$ 37.490. Mas quem gosta de carro pouco maior e mais potente, fica naquele dilema de pegar um seminovo na mesma faixa de preço, como é o caso do New Fiesta. Há boa opções do compacto da Ford na versão SE, com motor 1.6 e três anos de uso. Confira quais as virtudes e defeitos de cada um.

Desempenho e prazer ao dirigir

Kwid Fiesta
2 ★★☆☆☆ 4 ★★★★☆

O Kwid chegou em setembro de 2017 “causando”, com suas dimensões enxutas e preço competitivo. Por isso mesmo, é aquele urbanóide convicto. Fácil de estacionar e manobrar, tem direção leve (mas o diâmetro de giro poderia ser melhor) e o motor 1.0 12V três cilindros de 70/66 cv é suficiente para o trânsito urbano, com arrancadas até com certo entusiasmo e bom regime de torque em baixas rotações – com o carro vazio, logicamente.

Basta aquela ladeira, porém, para ter que reduzir. O problema principal do Renault Kwid é que ele reflete sua leveza no comportamento como um todo, e passa sensação de rodar frágil e de pouca firmeza para encarar velocidades na estrada.

Renault Kwid Zen é um dos poucos 0 km abaixo de R$ 40 mil

O 1.6 16V do Ford Fiesta garante saídas consistentes de semáforo com seus 130/125 cv e bom apetite para uso rodoviário. Esse motor Sigma estreou no hatch em 2011 (ainda trazido do México) com pompa de bloco e cabeçotes de alumínio e um rodar levemente mais suave que o antecessor – o sempre bem disposto Rocam 1.6 8V.

O câmbio manual de cinco marchas é bem escalonado, com relações ágeis nas primeiras. Nas retomadas, contudo, o conjunto se ressente de força só acima das 4.000 rpm. A direção tem boa precisão, mas o esterçamento poderia ser maior.

Ford Fiesta 2015 é boa opção entre os usados

Segurança

Kwid Fiesta
2 ★★☆☆☆ 4 ★★★★☆

Falamos de um segmento que é a base do mercado e no qual, infelizmente, se poupa nesse quesito. Vale ressaltar que o Kwid, da Renault, tem quatro airbags, Isofix e encosto de cabeça para todos os ocupantes – apesar de o cinto do passageiro central no banco traseiro ser abdominal.

Nos testes do Latin NCAP, contudo, o desempenho do pequenino ficou no meio-termo: três estrelas (em um máximo de cinco) na proteção de adultos e a mesma classificação na proteção de crianças.

O comportamento dinâmico não é dos melhores, principalmente em altas velocidades. Há sinais de flutuação, a direção fica muito leve, o carro faz menção de sair de frente nas curvas e o pedal do freio tem péssima regulagem.

O Fiesta tem uma construção melhor, com boa rigidez da carroceria e condução firme nas curvas mais fechadas. Nas retas, alguma sensação discreta de instabilidade só é percebida aos 110 km/h permitidos.

Em equipamentos o Ford Fiesta se destaca. A versão SE já saía com controles de estabilidade e de tração, assistente à partida em rampas, Isofix e repetidores de setas laterais – só pecava mesmo pela ausência de airbags extras além dos frontais obrigatórios.

No Latin NCAP, levou quatro estrelas para adultos e para crianças, cada, nos testes de colisão feitos em junho de 2012.

Espaço interno e conforto

Kwid Fiesta
1 ★☆☆☆☆ 3 ★★★☆☆

A gente sabe que é meio covardia, já que o Kwid é subcompacto, mas faz parte do jogo. No hatch da Renault o motorista de estatura normal até desfruta de boa posição de dirigir, altinha, e consegue não esfregar os ombros no carona. Os joelhos inevitavelmente esbarram nos acabamentos e a direção reflete todas as irregularidades do asfalto. Atrás, dois adultos se acomodam, mas no limite. A suspensão muito mole e os pneus finos não absorvem bem os buracos, comprometendo o conforto dos ocupantes, e o isolamento acústico é insuficiente. O acabamento abusa da simplicidade.

Não espere muita coisa do espaço do Fiesta. O modelo tem entre-eixos 2 mm menor que o seu irmão mais barato, o Ka (2,49 m no total). O ambiente no banco traseiro obviamente é melhor que o do Kwid e acomoda dois adultos de forma mais confortável, só que é um dos piores do segmento de compactos. Na frente, motorista tem ergonomia apenas satisfatória. A suspensão, por sua vez, garante a tranquilidade a bordo, com acerto que filtra bem os buracos e entrega firmeza correta em altas velocidades. O isolamento acústico é razoável e o acabamento da linha 2015, que já era brasileiro, abusa do plástico duro e dos fechamentos pouco precisos – deixa a desejar em relação ao antecessor mexicano.

Equipamentos

Kwid Fiesta
2 ★★☆☆☆ 4 ★★★★☆

A versão Zen do Renault vem com o básico. É equipado com ar-condicionado, direção elétrica, computador de bordo, acionamento elétrico dos vidros dianteiros e das travas, banco traseiro rebatível, tomada 12V, abertura interna do porta-malas, faróis de neblina e indicador de trocas de marcha. O som tem entrada USB e Bluetooth, mas a acústica é péssima.

Renault Kwid. Foto: Rodolfo Buhrer / La Imagem / Renault

Ar-condicionado automático, direção elétrica, trio, ajustes de altura e de profundidade do volante, banco traseiro rebatível, computador de bordo, abertura interna do porta-malas, regulagem de altura do banco do motorista e rodas de liga leve aro 15” eram os principais itens de série da versão SE. O som tem entrada USB e Bluetooth.

A foto é da versão SEL com câmbio automático: ela agrega alguns equipamentos a mais

Desvalorização

Kwid Fiesta
3 ★★★☆☆ 2 ★★☆☆☆

Lançado em 2017, o Kwid tem desvalorização regular, de 8,2%. A liquidez do modelo ainda é uma incógnita, mas o carrinho ficou com a reputação um pouco manchada devido a três recalls com menos de seis meses de vida. Já o Fiesta, como a maioria dos Ford, tem perda acentuada (9%) para um seminovo. Pesa a favor da linha 2015 já ser produzida no Brasil.

Manutenção e pós-venda

Kwid Fiesta
4 ★★★★☆ 2 ★★☆☆☆

O exemplar da Renault oferece revisões condizentes com sua proposta de carro racional. As seis primeiras vistas até a revenda com preço fixo somam R$ 2.336,20. Nas peças, só o farol destoa: R$ 745. O retrovisor esquerdo sai por R$ 272, a lanterna por R$ 260, o kit com dois amortecedores traseiros, R$ 516, e o jogo de pastilhas de freio dianteiras, R$ 383.

A Ford tem fama de pós-venda mais salgado, mas mantém valores de preço fixo mesmo após os 60.000 km. Considerando as revisões a partir da de 40.000 km, serão R$ 4.700 nas seis idas à concessionária até os 90.000 km. Nos componentes, valores até competitivos dentro do segmento de compactos. O farol custa R$ 641, o retrovisor tem preço de R$ 632 e a lanterna sai por R$ 312. Já os dois amortecedores de trás somam R$ 560, enquanto o kit de pastilhas sai por R$ 120.

Consumo

Kwid Fiesta
5 ★★★★★ 3 ★★★☆☆

O Kwid levou notas A no segmento e na comparação geral nos testes do Inmetro. As médias de consumo com etanol ficaram em 10,3 (cidade) e 10,8 km/l (estrada). Com gasolina, 14,9 e 15,6 km/l. O Fiesta manual 2015 é menos eficiente no ciclo urbano e vai melhor no rodoviário. Médias de 8,0 e 9,9 km/l com etanol, e de 11,7 e 14,1 km/l, com gasolina. Notas A e B no Inmetro.

Porta-malas

Kwid Fiesta
2 ★★☆☆☆ 2 ★★☆☆☆

Ambos têm espaço bem limitado para bagagem, que comportam só uma mala grande e algumas sacolas enfiadas com muita criatividade no que sobrar. Mas a decepção nesse quesito fica para a capacidade do Ford. No pragmatismo dos números, o porta-malas do Kwid, pasmem, tem mais volume que o do Fiesta: 290 contra 281 litros.

Veredicto

Kwid Fiesta
21 24

O hatch da Ford vence com certa folga pela maior versatilidade e por ser um carro de um segmento superior ao oponente da Renault. O Fiesta SE pode ser usado com facilidade tanto na cidade como na estrada, acena com bons equipamentos, passa mais estabilidade e tem desempenho superior. O Kwid é para quem quer um carro racional para uso no dia dia no universo urbano – ou até como opção de segundo automóvel da família.

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8 Comentários
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Ricado 22 de agosto de 2018

Entendi a proposta da reportagem. Não é a comparação vem aí dos carros fica óbvio que o Fiesta é mais carro, porém eles querem mostrar que em vez de comprar um zero pé duro por 40.000, melhor usar o mesmo valor para comprar um semi-novo bemmm melhor.

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Fabio 13 de agosto de 2018

Sugestao…Scania560 x Ferrari…só reportagem de estagiário….

AutoPapo
Guilherme Campos 17 de agosto de 2018

Obrigado pelo comentário Fábio. O nosso objetivo é comparar carros do mesmo valor e mesma categoria ou próxima, para mostrar ao comprador uma opção de seminovo e uma zero km, destacando as vantagens de cada um.

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Valdir claiton dos reis 13 de agosto de 2018

Eu tive um fiesta 1997 1.3 completo, vendi e comprei um ford k 2008/09 e pretendo vende-lo e comprar um new fiesta sedan 2015/16.
Será que acho este carro modelo mexicano ou nacional.
Nao pretendo sair da linha ford por enquanto

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Angello skars 12 de agosto de 2018

Quando uma matéria paga para de alguma forma denegrir……a coisa é feita desse jeito aí…… matéria suja, tendenciosa, deselegnte e podre……bem a cara de um espaço onde quem paga mais leva!!!!

AutoPapo
Guilherme Campos 17 de agosto de 2018

Obrigado pela seu comentário Ângelo, mas a matéria nao é paga. O nosso objetivo é comparar carros do mesmo preço, um usado e um zero km para ajudar o leitor a conhecer melhor as opções que tem na hora da compra. Neste caso o Fiesta ganhou

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Alexandre 12 de agosto de 2018

Comparar isso com o New fiesta , sinceramente não tem como comparar FORD com isso ainda mais o New fiesta que é o carro mais vendido no Reino unido
Só aqui no Brasil mesmo para alguém achar que existe uma comparação a ser feita

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Luis 12 de agosto de 2018

Carro mais vendido no Reino Unido!!! Quem quer saber disso? Tem que ver é o mercado brasileiro.

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