[0 km x usado] Chevrolet Tracker LT x Audi Q3 Attraction 2014
Um SUV zero com pouco recheio e motor eficiente na comparação com um utilitário mais robusto e de uma marca de luxo
Um SUV zero com pouco recheio e motor eficiente na comparação com um utilitário mais robusto e de uma marca de luxo
Ter utilitário esportivo é a meta de muita gente e por R$ 90 mil é possível comprar um modelo compacto zero-quilômetro como o Chevrolet Tracker na versão de entrada LT. Em sua segunda geração, o modelo da Chevrolet evoluiu bastante após a reestilização na linha 2017, especialmente com a adoção do motor turbo. Pela mesma quantia, há opções de SUVs de marcas de luxo, como o Audi Q3, só que seminovo e com quatro anos de uso. Trata-se da configuração menos potente, mas com o elogiado conjunto turbo TFSI, equipamentos interessantes e a sofisticação que se espera da Audi.
Tracker | Q3 |
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3 ★★★☆☆ | 4 ★★★★☆ |
O motor turbo de 153/150 cv fez um bem danado ao Tracker. Não que o SUV da GM tenha ficado esportivo, porém está mais disposto, eficiente e ágil. O Ecotec 1.4 com injeção direta, variação no comando de válvulas na admissão e escape e acionamento por corrente trabalha de forma eficiente em baixas rotações. Antes mesmo das 2.000 rpm as respostas ao pedal do acelerador são imediatas e o carro desenvolve de forma bem natural na cidade, facilitado pelo câmbio automático de seis marchas.
Nas estradas e em trechos de subida, o motor gira alto e a caixa cumpre seu papel, sem trancos ou buracos – só o modo sequencial é prejudicado pelas teclas pequenas e mal posicionadas na alavanca do câmbio. Já o sistema start/stop merece elogios – apesar de não poder ser desativado -, com partidas suaves. A direção elétrica do Chevrolet Tracker tem assistência correta, com firmeza necessária em velocidades superiores, mas com uma certa demora nas respostas.
O Q3 Attraction tem no motor 2.0 TFSI de 170 cv o grande destaque. Não sobra como na variante de 211 cv (das versões Ambition), contudo garante diversão, com arrancadas vigorosas e torque de 28,5 kgfm disponível já nas 1.700 rpm, garantindo retomadas seguras e disposição extra nos trechos de subida.
Os créditos pela performance do Audi Q3 devem ser partilhados com a tração integral Quattro e com as mudanças ágeis da sempre elogiada transmissão automatizada com dupla embreagem banhada a óleo e sete marchas. A direção com assistência elétrica acompanha a pegada mais arrojada na estrada com o peso necessário.
Tracker | Q3 |
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3 ★★★☆☆ | 5 ★★★★★ |
O Chevrolet Tracker importado do México usa a plataforma GSV (que atende a Onix, Prisma, Cobalt…), com rigidez satisfatória da carroceria, barra de proteção nas portas e direção mais precisa que a anterior, que tinha assistência hidráulica. Nas curvas o modelo aderna pouco, mas a suspensão tem acerto mais rígido, o que melhora a sensação de segurança em velocidades altas e pisos bem asfaltados.
O modelo não foi submetido aos testes do Latin NCAP, mas no Euro NCAP ganhou as cinco estrelas máximas. Na parte de equipamentos, a versão LT é muito econômica: regulagem de altura dos faróis, luzes diurnas, Isofix, além dos obrigatórios airbag duplo e ABS. Controles de estabilidade e tração, sensor de ponto cego e sensor de ré sequer são oferecidos como opcionais e estão disponíveis apenas na topo de linha Premier (R$ 100.990).
O Audi Q3 ainda é produzido na Espanha sobre a plataforma PQ35 (a mesma do Jetta), mas seu comportamento dinâmico é exemplar. Nas curvas parece grudado no chão com o auxílio da tração integral e da suspensão com controle magnético dos amortecedores. Em altas velocidades a comunicação entre volantes e rodas é direta, ágil e precisa. Também levou a pontuação máxima de cinco estrelas no Euro NCAP e a versão Attraction é recheada em equipamentos de segurança, mesmo sendo a versão de entrada na linha 2014. São seis airbags, controles de estabilidade e de tração, faróis de xênon com regulagem de altura, alerta de ponto cego, assistente à partida em rampas, Isofix e luzes diurnas.
Tracker | Q3 |
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2 ★★☆☆☆ | 4 ★★★★☆ |
O Tracker leva a pior por ser um compacto, mas o aproveitamento do espaço do SUV da Chevrolet é ruim mesmo dentro do segmento. O banco traseiro comporta apenas dois adultos bem, com pouco vão para joelhos e entre-eixos de tímidos 2,55 m. Na frente, motorista tem boa posição de dirigir, bastante elevada, com ergonomia eficiente e certa folga para ombros e pernas. A suspensão (McPherson/eixo de torção) está com acerto firme e consegue o meio termo entre a pegada mais rígida na estrada e boa absorção de impactos nos buracos urbanos. O isolamento acústico é um dos pontos fortes do modelo, mas o acabamento interno com muito plástico decepciona.
O Audi Q3 não é referência em espaço também. Com 2,60 m, oferece um banco traseiro para dois adultos e uma criança, só que o ocupante do meio sofre com o túnel da transmissão e o descansa-braços embutido no encosto. Na frente motorista e carona ficam mais à vontade com pernas e ombros, só que o condutor mais alto pode esbarrar os joelhos nos painéis. O isolamento acústico do SUV da Audi é eficiente e a regulagem magnética dos amortecedores contribui para um rodar confortável nos mais diferentes pisos. Sem falar no acabamento com materiais bem trabalhados, detalhes sofisticados e encaixes precisos.
Tracker | Q3 |
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2 ★★☆☆☆ | 3 ★★★☆☆ |
A versão de entrada do Tracker vai no racional. Chega do México com ar-condicionado, direção elétrica, trio, start/stop, computador de bordo, controle de cruzeiro, chave tipo canivete, faróis de neblina, rodas de liga leve aro 16”, coluna de direção com ajustes de altura e de profundidade e banco traseiro bipartido. Mais itens de segurança e outros equipamentos legais, como abertura das portas e partida sem chave, bancos de couro, teto solar e câmera de ré só na top Premier. Pelo menos, a LT vem com a eficiente central multimídia MyLink com tela de 7”, integração com smartphones, USB, Bluetooth e comandos no volante.
A Attraction também era a configuração inicial, mas ostentava certos itens. Ar automático, chave presencial, freio de estacionamento elétrico, aletas no volante para trocas de marchas, assistente a estacionamento, rodas de liga leve aro 17” se juntam aos itens já relatados no Tracker e aos aparatos de segurança mencionados acima. Só mesmo o sistema de multimídia é tímido, com tela destacada do painel, entrada USB, Bluetooth e leitor de cartão de memória.
Tracker | Q3 |
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4 ★★★★☆ | 2 ★★☆☆☆ |
O modelo da GM tem desvalorização baixa, de 6,6% pela tabela Fipe. Além disso, acabou de passar por reestilização e ganhou motor turbo. Já o Q3 sofre com liquidez ruim como na maioria dos modelos usados de marcas de luxo, além de ser de um ano antes da reestilização da linha 2015, o que contribui para a perda de mais de 13%. Para piorar, o SUV ganhará nova geração, sobre a plataforma MQB, no ano que vem.
Tracker | Q3 |
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3 ★★★☆☆ | 2 ★★☆☆☆ |
Até os 60.000 km, as seis revisões com preço fixo do Tracker vão somar R$ 3.380, bastante próximo dos concorrentes do segmento de SUVs compactos. As peças do utilitário da Chevrolet, porém, têm preços altos. O farol custa 1.697, o conjunto retrovisor esquerdo, R$ 1.328, e a lanterna traseira direita, R$ 939. Já o kit com dois amortecedores traseiros sai por R$ 1.698 e o jogo com as quatro pastilhas de freio dianteiro, por R$ 576.
Na Audi, as visitas à concessionária doem no bolso. Os intervalos das revisões são um pouco mais espaçados (12.500 km), sendo que a de 45.000 km custa R$ 1.722, a de 52.500 km, R$ 784, e a de 60.000 km, R$ 3.895. Nas peças, o farol sai por R$ 3.705, o retrovisor esquerdo custa R$ 855 e a lanterna, R$ 1.468. Os preços do par de amortecedores traseiros e das quatro pastilhas dianteiras ficam em respectivos R$ 1.638 e R$ 608.
Tracker | Q3 |
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3 ★★★☆☆ | 2 ★★☆☆☆ |
O Tracker anotou médias com etanol de 7,3 km/l na cidade e de 8,2 km/l, na estrada, segundo o Inmetro. Com gasolina, o Chevrolet faz 10,6 km/l e 11,7 km/l, nota A no segmento e C, no geral. O modelo da Audi só bebe gasolina e fez médias de 8,0 km/l e 9,6 km/l, notas E e D à época.
Tracker | Q3 |
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3 ★★★☆☆ | 4 ★★★★☆ |
O carro da GM deixa a desejar com seu porta-malas estreito com capacidade de 306 litros e espaço para duas malas médias e alguns volumes. O do Q3 tem 460 litros, é mais largo e alto e leva bem uma mala grande e outros volumes médios.
Tracker | Q3 |
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23 | 26 |
Mesmo com quatro anos de uso, o Q3 ganha com certa folga por ser um SUV para quem gosta de dirigir. O desempenho é ágil, o nível de conforto bastante alto e ainda tem-se o requinte e status da marca. Mas é preciso ficar atento com o pós-venda e o preço das peças. Já o Tracker é para quem sonha em ter um SUV novinho em folha na garagem, com performance satisfatória, mas que não precisa de espaço de sobra a bordo.
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