Bolsonaro é refutado em estudo técnico de radares
Falas do presidente sobre a anulação de radares de velocidade, proferidas nas redes sociais, foram contrariadas por um estudo técnico do Dnit
Falas do presidente sobre a anulação de radares de velocidade, proferidas nas redes sociais, foram contrariadas por um estudo técnico do Dnit
Um estudo técnico do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) contradiz falas de Jair Bolsonaro de anular radares. A visão do presidente foi emitida em vídeos no Facebook e postagens no Twitter, em março. Segundo técnicos, número de lombadas eletrônicas deve aumentar, reportou a Folha de São Paulo.
Nos tweets de Bolsonaro, ele disse que não seriam instalados mais radares de velocidade nas rodovias federais. O presidente também afirmou que os que já existiam não seriam mais atualizados e deixariam de funcionar no futuro.
“Após revelação do @MInfraestrutura de pedidos prontos de mais de 8.000 novos radares eletrônicos na rodovias federais do país, determinei de imediato o cancelamento de suas instalações. Sabemos que a grande maioria destes têm o único intuito de retomo financeiro ao estado”, escreveu o presidente.
Agora, um levantamento do Dnit feito em abril e revelado em matéria da Folha de São Paulo, afirma o contrário. De acordo com o estudo, 8.031 faixas de trânsito precisam de novos radares de velocidade.
Atualmente, 265 aparelhos monitoram 560 faixas nas rodovias federais do país. Por enquanto, o departamento já autorizou a instalação de 516 novos radares de velocidade, apesar das falas de Bolsonaro.
O presidente já havia sido refutado antes. Dez dias depois de Bolsonaro afirmar que cancelaria a instalação de radares, uma juíza determinou contra a decisão. Diana Wanderlei, da 5ª Vara Federal em Brasília, definiu que a União deveria manter os radares em funcionamento.
Além disso, a magistrada também determinou que novos radares deveriam ser instalados, e contratos com fornecedores, renovados.
“Advirto à parte ré da necessidade da conclusão de estudos técnicos realizados, a demonstração de planejamento de efetiva implementação de políticas públicas que sejam melhores do que as até então vigentes, quanto à utilização dos medidores de velocidade, em especial, em vista à diminuição da mortalidade causada por acidentes nas rodovias federais do Brasil”, argumentou Diana Wanderlei.
A magistrada respondia, então, a uma ação popular contra as falas do presidente. Agora, o estudo do Dnit termina de esclarecer a questão, e deve servir como base para as futuras decisões. Os dados foram apresentados à administração durante uma audiência que, além do Dnit, contou a Advocacia-Geral da União e o Ministério da Infraestrutura.
Em uma proposta de conciliação, foi sugerido que ao menos 30% das 8.031 faixas desprotegidas recebam novos radares. A meta deve ser concluída em até 60 dias. O governo tem até sexta-feira (10) para examinar as informações e se posicionar.
Enquanto isso, especialistas afirmam que as estatísticas brasileiras escondem um cenário ainda pior do que apontam. A razão é que, por aqui, só são consideradas mortes decorrentes de acidentes que ocorrem imediatamente.
Em outros países, uma vítima pode ser levada para um hospital e morrer posteriormente, por consequência de suas lesões. Em alguns casos, chegam a ser contabilizados óbitos que ocorrem até um ano após o acidente.
O levantamento do Dnit também mostrou que, em São Paulo, 35 trechos críticos estão sem monitoramento; no Rio de Janeiro, são 106 trechos críticos, e em Minas Gerais, 488.
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Discordo da matéria da folha, nao precisa de mais radares nas rodovias, isso só mais uma forma de arrecadar dinheiro, simples assim.