Como comprar um carro antigo: veja 7 dicas para não entrar numa fria!
Saiba como adquirir aquele automóvel histórico dos seus sonhos, para que ele seja fonte de satisfação, e não causa de dores de cabeça
Saiba como adquirir aquele automóvel histórico dos seus sonhos, para que ele seja fonte de satisfação, e não causa de dores de cabeça
O sonho de entrar no mundo do antigomobilismo tem um preço: a aquisição de um automóvel histórico. O valor desse “ticket” varia bastante, afinal, existe uma infinidade de opões à venda no mercado. Os preços de um carro antigo podem ser inferiores a R$ 10 mil ou ultrapassar R$ 1 milhão, dependendo do modelo. Mas a diversidade pode ser também um dificultador: afinal, com tantas possibilidades, qual delas escolher?
Pois bem, estas dicas são exatamente para você, que quer comprar o primeiro carro antigo, mas não sabe como começar. O AutoPapo conversou com especialistas, que deram dicas preciosas para que o sonho de reviver o passado a bordo de um veículo vintage não se transforme em pesadelo. Acompanhe:
Pode parecer óbvio, mas a escolha do automóvel a ser comprado é uma decisão primordial. “Existem milhares de modelos e centenas de anos de fabricação. Por isso, o primeiro passo é escolher qual carro ele quer”, destaca Otávio Pinto de Carvalho, presidente do Instituto Cultural Veteran Car de Minas Gerais.
Carvalho pondera que, geralmente, essa escolha está ligada a fatores emocionais. “A pessoa quer um carro igual ao que o pai dela tinha”, exemplifica. Para Luis Augusto Malta, diretor técnico do Clube de Veículos Antigos de Minas Gerais (CVA-MG), o apelo sentimental é primordial para escolha. Muita gente compra, depois de antigo, o carro que desejava ter quando jovem, mas não teve a oportunidade”, salienta.
Portanto, se você quer comprar algum veículo que traz memórias ou pelo qual há algum apego emocional, não se preocupe: isso é bem comum. Só não coloque esse sentimento acima de toda e qualquer racionalidade, como veremos a seguir.
Informação é essencial para quem quer comprar um carro antigo. Conhecer a fundo o modelo que você deseja evita decepções em relação à dirigibilidade ou sobre algum outro aspecto técnico. Além disso, ajuda a reconhecer, antes da aquisição, veículos que passaram por adaptações.
“Uma grande ferramenta que nós temos hoje são as redes sociais. A internet é uma grande aliada”, assegura Malta. Ele sugere que o comprador dedique algum tempo a pesquisas e leituras para evitar surpresas desagradáveis.
Carvalho também destaca que a internet trouxe facilidades para os antigomobilistas. Ele lembra, porém, que certos dados podem ser difíceis de se obter até mesmo online. “Comprar revistas antigas e frequentar eventos de antigomobilismo são boas práticas para se informar”, acrescenta.
De acordo com os especialistas, procurar ajuda de profissionais traz segurança ao comprador. “Os clubes, tanto de carros antigos quanto específicos de determinadas marcas ou modelos, podem ajudar muito”, orienta Carvalho. Nessas entidades, é possível não só obter informações técnicas, mas também estabelecer contato com pessoas mais entendidas.
Malta também recomenda a filiação a algum clube. Segundo ele, a troca de experiências entre os membros traz dicas valiosas. “Muitos antigomobilistas podem indicar pessoas idôneas das quais comprar um carro, ou bons profissionais para fazer a manutenção. Existem negociantes de má índole em todo lugar, e eles fazem fama”, pondera.
Se o carro antigo que você quer tem mecânica importada ou muito complexa, talvez seja o caso de pensar duas vezes. Tais fatores não chegam a tornar a aquisição inviável, mas o aspirante a antigomobilista deve ter consciência de que alguns complicadores virão a reboque.
“Comprar um veículo de concepção simples facilita a manutenção”, sintetiza Malta. O diretor técnico do CVA-MG explica que, em alguns casos, os compradores chegam a ficar decepcionados com seus antigos. “Carros importados dos anos 80 ou 90 às vezes são melindrosos, porque têm muita eletrônica”, explica.
Carvalho adverte que veículos fabricados em muita quantidade ou importados em grande volume costumam ter maior disponibilidade tanto de peças de reposição quanto de mão de obra especializada. “Carros fabricados no Brasil geralmente são mais fáceis, mas existem alguns nacionais bem difíceis também”, esclarece.
Carros que precisam ser restaurados geralmente são anunciados por valores bem mais baixos que veículos em bom estado. Porém, para quem não tem experiência no ramo do antigomobilismo, costuma ser mais vantajoso adquirir veículos que não exigem grandes intervenções.
“Para quem não é da área, restaurar é complicado. Tem que escolher um bom profissional, com boas referências, para fazer o serviço. E, muitas vezes, é preciso importar peças”, explana Carvalho.
O presidente do Instituto Cultural Veteran Car de Minas Gerais pontua que até mesmo alguns antigomobilistas experientes costumam preferir a aquisição de veículos em bom estado. “Ao comprar um carro para restaurar, a pessoa precisa gostar de restaurar”, conclui.
Os dois especialistas são unânimes: afirmam que é preciso ter calma na hora de adquirir o carro antigo. “O comprador não deve se precipitar, pois pode acabar ficando com um veículo ruim”, adverte Carvalho. Ele recomenda que o interessado faça pesquisas de preços e acompanhe lojas especializadas para ter uma noção do mercado.
“Às vezes o comprador se apaixona por um carro”, diz Malta, que evoca a racionalidade na hora de fechar o negócio. Desse modo, o futuro antigomobilista evita veículos malconservados ou supervalorizados.
Tanto Malta quanto Carvalho recomendam pesquisar vários anúncios e olhar diferentes exemplares antes de bater o martelo. “Se você perder a venda de um carro antigo, continue procurando. Mais cedo ou mais tarde, vai acabar aparecendo um similar bom”, afirma o especialista do CVA-MG.
Carros antigos não depreciam como os zero-quilômetro. Pelo contrário: a tendência é de haja valorização com o passar do tempo. Mas esse cenário varia de bastante de acordo com fatores econômicos ou com o modelo do veículo. Ademais, há os custos de propriedade e de manutenção. Portanto, a compra visando unicamente a obtenção de lucro pode não compensar.
“Acredito que aquela época de comprar muito barato para revender com grandes lucros já passou”, opina Malta. Ele lembra que o mercado de antigomobilismo cresceu e se profissionalizou muito nos últimos anos. Isso aumenta o leque de possibilidades de negócios, porém exige mais experiência de quem quer negociar no ramo.
“O comprador precisa saber que o carro antigo é um ativo. Até por isso, comprar num preço justo é fundamental”, elucida o especialista do CVA-MG. Desse modo, o ideal é alimentar a paixão pelo antigomobilismo sem descuidar dos aspectos mercadológicos.
Há uma infinidade de encontros de carros antigos em todo o país. Porém, poucos eventos são capazes de ganhar relevância nacional. Um deles é o Brazil Classics Show, organizado pelo Instituto Cultural Veteran Car de Minas Gerais, que ocorre todos os anos pares em Araxá (MG), durante o feriadão de Corpus Christi.
Outro encontro muito tradicional é o de Águas de Lindóia (SP). A exposição é realizada anualmente: em 2019, ocorrerá nesta semana, entre os dias 20 e 23 de junho, durante o Corpus Christi.
A tríade dos maiores eventos de antigomobilismo do país é completada com o Encontro Paulista de Autos Antigos, em Vinhedo (SP). Neste ano, a mostra foi realizada entre os dias 12 e 14 de abril, ao longo do recesso da Semana Santa.
Muitos veículos vintage são anunciados em sites de classificados comuns. Basta usar as ferramentas de busca para encontrar o carro antigo desejado. Grandes sites costumam ter muita variedade de modelos. Nos mesmos sites, é possível encontrar também diversas peças e itens de manutenção.
Quem pretende buscar peças ou veículos no exterior pode apelar aos sites de classificados estrangeiros. Um dos maiores e mais variados é o e-bay: apesar de ser generalista, a página traz uma infinidade de automóveis e peças.
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