Carros russos: relembre ícones no centenário da Revolução
A Revolução Russa, que deu origem à URSS, completa 100 anos; lembramos modelos que fizeram sucesso na Era da foice e do martelo
A Revolução Russa, que deu origem à URSS, completa 100 anos; lembramos modelos que fizeram sucesso na Era da foice e do martelo
Camaradas, como vão? Companheiros e companheiras, antes do boom chinês, a antiga União Soviética era a campeã das adoráveis bizarrices automotivas. Na Mãe Rússia circulavam carros russos de toda sorte, produzidos e aprovados pelo regime que acabou sucumbindo em 1991.
Com um olho na nostalgia e outro nas escrituras de Marx e Engels, preparamos uma pequena lista de carros russos que faria Vladimir Ilitch Lenin sorrir de seu mausoléu. Não seja um coxinha radical, abrace a causa e embarque nessa. Se preferir, podemos fazer uma parada em Cuba. 🙂
LEIA MAIS:
Se todos os vilões dos filmes do James Bond durante a Guerra Fria o perseguissem com um GAZ-21, bem, não teríamos sequer vilões nos filmes do James Bond. Primeiro a carregar a marca Volga em seu nome, nos idos de 1956, o carango era luxuoso (para os padrões soviéticos, claro).
Em seus 24 anos de existência o GAZ-21 carregou debaixo do capô um motor de quatro cilindros que gerava 71cv de potência. No entanto, o modelo tinha opção de motorização específica para atender a KGB, temida agência de espionagem e inteligência da União Soviética, da qual compunha a frota de carros russos.
Para os agentes, o rapagão vinha com um V8 de 165 cv, insuficientes para lidar com os 285 cv do clássico Aston Martin DB5 de James Bond. No entanto, vale frisar que o “primeiro Volga” é uma instituição da Mãe Rússia, um modelo atemporal.
O atual presidente russo Vladimir Putin é um feliz proprietário de um GAZ-21 1956, e já chegou a dar uma carona no veículo para George W. Bush, ex-presidente dos Estados Unidos.
Uma melhoria com relação ao 402, esse modelo representa o que há de melhor na Mãe Rússia. Fabricado pela Moskvitch (do russo, moscovita; natural de Moscou), o 407 foi um dos primeiros carros produzidos na União Soviética que acabaram por fazer sucesso em outras áreas do continente.
A versão “europeia” do modelo, de 1961, tinha quatro portas e era equipada com motor de respeitáveis 45 cv de potência e 8,8 kgfm de torque. A transmissão era manual de quatro velocidades. De acordo com a fabricante, a velocidade máxima do 407 era de 115km/h.
Tente imaginar um carango com design superesportivo, portas do tipo asa de gaivota “estilosas” e alemão. Pensou no Mercedes SL300? Errado! Fabricado na Alemanha Oriental pela Melkus, o RS 1000 tinha tudo de visual, mas nada de substância.
O motor desses carros russos era o mesmo três cilindros que equipava a perua Wartburg 353 e o nosso DKW. O câmbio era manual de cinco velocidades. 101 modelos foram fabricados em Dresden, entre 1969 e 1979.
As últimas unidades ganharam mais potência e alguns RS 1000 chegaram até a encarar as pistas. Em 2009, Sepp Melkus, neto do fundador da companhia, tirou a marca do limbo para lançar o RS 2000.
Muito mais invocado, a versão “século XXI” atingia máxima de 250km/h e ia da inércia aos 100km/h em 4.9 segundos. Infelizmente, a produção do modelo foi encerrada em 2012. Ah! Quer mais uma curiosidade sobre o RS 1000?
O veículo é a grande estrela do clipe de Around the World (La La La La La), do grupo ATC. A música é uma adaptação do hit russo Pesenka.
Se o Imperial Crown era a grande mostra do poderio econômico dos “porcos capitalistas” durante a década de 1960, o ZiL-117 era a resposta soviética para combater a “luxúria ocidental”. Derivação pouco “menor” da série 114, reza a lenda que foi fabricado a pedidos do estadista Leonid Brejnev.
O luxuoso modelo tinha 5,72 m de comprimento e distância entre-eixos de 3,31m. O peso desses carros russos? Mais de 2,7 toneladas! Para empurrar toda essa “gordura”, era necessário um motor 7.0 V8 de 300 cv de potência a 4.400 rpm.
Ah, uma dica aos colecionadores de miniaturas: o ZiL-117 fez figuração em 007: Cassino Royale e versões na escala 1:43 do modelo podem ser encontradas à venda nos confins da internet. Vale dar uma checada no eBay.
É provável que o Lada 2105 seja o maior expoente do mercado de carros russos. Mais conhecido no Brasil como Laika, o veículo é baseado na plataforma Fiat 124 e sofreu pequeninas modificações ao longo de suas mais de três décadas de produção.
O Laikinha, em conjunto com seu irmão station wagon, vendeu mais de 16 milhões de unidades em todo o mundo. Por causa do precinho “camarada”, o mesmo de um Golzinho, o modelo também teve algum sucesso no Brasil e ainda encontramos muitos aficionados pelo modelo por aí.
O êxito do Lada era sinal de que a Mãe Rússia havia conquistado nossos corações de vez. No entanto, os Laikinha – assim como outros modelos da marca soviética – não se adaptaram à nossa gasolina, que destruíam carburadores a torto e a direito. Uma pena.
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |