[0 km x usado] Cronos Drive 1.3 GSR x Fluence Privilège AT 2016
O novato sedã da Fiat 0 km com câmbio automatizado mede forças com o modelo da Renault, fora de linha, só que com mais espaço
O novato sedã da Fiat 0 km com câmbio automatizado mede forças com o modelo da Renault, fora de linha, só que com mais espaço
O Fiat Cronos Drive e o Renault Fluence Privilège são sedãs provenientes da mesma região argentina, Córdoba. Cada qual, tenta (ou tentou) mudar o rumo em um segmento onde seus fabricantes nunca foram muito felizes.
O Cronos chegou em 2019 com desenho ousado e custo-benefício agressivo para mudar a sorte da Fiat no segmento de compactos premium. Já o Fluence se despediu da linha de produção em 2017, sem empolgar nas vendas e quase como eterno quarto colocado do segmento. Porém, com espaço, conforto e equipamentos que se esperam de um modelo médio, mesmo com dois anos de uso. Ambos têm preço médio de R$ 62,5 mil.
Cronos | Fluence |
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3 ★★★☆☆ | 3 ★★★☆☆ |
O Firefly 1.3 do Cronos Drive faz lá sua graça. Os 109/101 cv do motor quatro cilindros se saem bem nas arrancadas, porém o modelo se destaca mesmo é nas retomadas. O bom torque na faixa das 3.000 rpm faz até você pensar que o carro é mais potente e de maior litragem. O desempenho só não é melhor por causa da caixa automatizada GSR. A marca diz que é a evolução do Dualogic, mas com embreagem simples e mal-escalonada, continua apresentando muitos trancos. Pelo menos, as aletas atrás do volante permitem mudanças sequenciais – mas não esqueça de aliviar o pé entre uma passagem e outra, como se fosse um manual convencional. A direção com assistência elétrica é um tanto anestesiada.
O 2.0 16V do Fluence Privilège é projeto originalmente Nissan e impressiona pelo rodar suave. A potência de 143/140 cv é suficiente para movimentar o carro com certa empolgação, mas o câmbio CVT corta as asinhas. O comportamento linear típico se faz presente, mesmo com as seis marchas (mal) simuladas. Nas retomadas, pode pisar forte que a transmissão vai segurar os giros para o sedã evoluir de forma gradual e sem trancos como convém a uma caixa continuamente variável. A direção elétrica é que fica leve demais, até em médias velocidades.
Cronos | Fluence |
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3 ★★★☆☆ | 3 ★★★☆☆ |
O comportamento dinâmico do Cronos Drive não lembra o histórico de “João Bobos” recentes da Fiat. A carroceria torce nas curvas, mas dentro da normalidade. O acerto da suspensão é macio para manter a tradição, mas na estrada, acima dos 80 km/h, o três-volumes se revela bem na mão. A direção pouco direta é que incomoda. Em itens de segurança, controles de estabilidade e tração, assistente à partida em rampas, Isofix, monitoramento da pressão dos pneus e piscas nas laterais na versão Drive. Mas só vem com os dois airbags frontais obrigatórios. Sensor ou câmera de ré, só como opcionais (R$ 1.690).
O Renault Fluence Privilége chamava a atenção pela boa quantidade de equipamentos neste aspecto. Seis airbags, controles de estabilidade e tração, faróis de xênon com regulagem de altura, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, setas laterais e luzes de condução diurna faziam parte do pacote – peca pela ausência de Isofix e do controle de subida. Nas curvas, uma leve tendência a sair de frente, mas nas retas o comportamento dinâmico interessante, enquanto a direção merecia mais precisão em altas velocidades. Em 2012, o Fluence levou quatro estrelas em um máximo de cinco nos testes do Latin NCAP na proteção a adultos, e duas na proteção a crianças.
Cronos | Fluence |
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3 ★★★☆☆ | 4 ★★★★☆ |
O Fiat Cronos leva desvantagem, pois é um compacto. Mesmo assim, graças ao encosto bem recuado, o espaço para pernas de quem vai atrás fica interessante – apesar dos 2,52 m de entre-eixos. Na frente, motorista tem bom vão para joelhos e ombros, com destaque para a ergonomia bastante funcional. A calibragem da suspensão é eficiente para absorver as irregularidades. O isolamento acústico é falho. No acabamento interno, o plástico é disfarçado com materiais em outros tons e fechamentos corretos.
Com 2,70 m, o Fluence Privilège leva com mais conforto dois adultos e uma criança no banco traseiro. O que pega ali é o teto baixo e pessoas com mais de 1,75 m raspam a cabeça no forro. Motorista também se vale de bom espaço, mas a posição de dirigir peca em alguns aspectos ergonômicos e de altura, além do volante de pegada ruim. O isolamento acústico é o destaque, e a suspensão tem bom acerto para lidar com buracos, sem fazer os ocupantes de trás quicarem a cada lombada. O acabamento é que deixa a desejar para um médio. O padrão cinza claro e o plástico aparentam simplicidade demasiada.
Cronos | Fluence |
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2 ★★☆☆☆ | 4 ★★★★☆ |
Versão intermediária da linha, o Cronos Drive faz aquele meio-termo. Oferece pouco além do trivial ar, direção elétrica e trio: banco e volante com ajustes de altura, computador de bordo, start/stop no motor, prta USB traseira, chave tipo canivete e controle de cruzeiro. A central multimídia Uconnect com tela de 7” espelha smartphones e tem entrada USB, reconhecimento de voz e Bluetooth. Rodas de liga-leve, faróis de neblina e banco traseiro bipartido são oferecidos em um pacote de opcionais por R$ 3.090. Já o alarme sai por R$ 690. Completo de tudo, chega a R$ 67.920.
Além do ar automático bizona e do volante com ajuste de profundidade, o Fluence Privilège tinha a mais chave presencial, acionamento do motor por botão, teto-solar, sensores de luminosidade e de chuva, revestimento de couro, retrovisores rebatíveis eletricamente, rodas de liga-leve e banco traseiro bipartido. O sistema multimídia tinha GPS, Bluetooth e USB.
Cronos | Fluence |
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3 ★★★☆☆ | 2 ★★☆☆☆ |
O Cronos Drive tem desvalorização de 9,4%, segundo a tabela Fipe, um pouco acima da média, e sua liquidez ainda é uma incógnita por ser modelo recente. Já o Renault não é aquele carro fácil de vender, apesar de as linhas 2015 e 2016 já terem passado pelo face-lift. A desvalorização é um pouco alta para um seminovo: 7,4%.
Cronos | Fluence |
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3 ★★★☆☆ | 4 ★★★★☆ |
As cinco primeiras revisões (de 10.000 km a 50.000 km) com preço fixo do Cronos 1.3 totalizam R$ 2.788. Os componentes têm preços competitivos, como o kit com dois amortecedores traseiros (R$ 532) e o jogo das quatro pastilhas de freios dianteiras (R$ 250). Já peças externas são mais salgadas: o retrovisor esquerdo tem preço de R$ 727, o farol de R$ 1.001 e a lanterna, de R$ 858.
As cinco revisões do Fluence Privilège (de 30.000 km a 70.000 km) custam pouco mais que as do Fiat: R$ 2.792. Alguns componentes, contudo, podem assustar, como o farol (R$ 2.040). As demais estão dentro do esperado, como lanterna (R$ 795) e retrovisor (R$ 620). Já o par de amortecedores de trás sai por apenas R$ 296, enquanto o kit de pastilhas de freio tem preço de R$ 379.
Cronos | Fluence |
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3 ★★★☆☆ | 1 ★☆☆☆☆ |
Pelo Inmetro, o Cronos Drive 1.3 GSR anota médias de 8,8 e 10,4 km/l com etanol, e de 12,7 e 14,8 km/l, com gasolina, nos respectivos ciclos urbano e rodoviário, com notas B no segmento e no geral. Já o Fluence Privilège 2.0 CVT obteve médias de 6,1 e 7,4 km/l com álcool, e de 8,7 e 10,7 km/l, com combustível fóssil. As notas foram D e C, respectivamente.
Cronos | Fluence |
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4 ★★★★☆ | 4 ★★★★☆ |
Com 525 litros, o espaço no Cronos é atrapalhado pelas largas caixas de rodas, mas acomoda uma mala grande e duas pequenas. O do Fluence, com 530 litros, se equivale.
Cronos | Fluence |
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24 | 25 |
O Fluence Privilège vence apertado graças, principalmente, ao rodar suave, ao desempenho mais convincente e ao nível de equipamentos. É um sedã médio que oferecer certo status e bastante conforto no dia dia. Já o Cronos Drive se revelou uma tentativa mais racional e eficaz de ter um sedã no segmento de compacto premium com ótimo custo-benefício e desempenho bom para um 1.3. Mas a versão peca nos itens de série e, especialmente, na incômoda caixa automatizada GSR.
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O editor desse comparativo já andou em um Fluence? Acredito que não