EcoSport 2018, na terceira geração, quer voltar para a briga
Dirigimos a configuração topo de linha do SUV da Ford, que finalmente se livrou do problemático câmbio Powershift
Dirigimos a configuração topo de linha do SUV da Ford, que finalmente se livrou do problemático câmbio Powershift
O EcoSport identificou uma tendência: a paixão do brasileiro por utilitários esportivos. Porém, quase 15 anos depois do lançamento, o SUV da Ford foi atropelado pela concorrência. Tentando recuperar a paixão perdida, o EcoSport 2018 chega às concessionárias em agosto. E nós fomos conhecer a novidade!
Primeiro, dirigimos a topo de linha Titanium, no autódromo de Tatuí, no interior paulista. Depois, a versão Freestyle, em Cabo de Santo Agostinho (PE) encerrou os mistérios.
A versão de entrada do EcoSport 2018, equipada com o novo motor 1.5, parte de R$ 73.990 e a mais completa, a Titanium, com motor 2.0, é vendida a partir de R$ 93.990.
Além disso, finalmente, a Ford abandonou o problemático câmbio Powershift.
A Ford aposta no preço e no apelo sentimental do modelo para tentar retomar a liderança perdida do segmento. A empresa foi pioneira, quando identificou há 14 anos, que o brasileiro iria se render aos utilitários esportivos compactos.
Ao contrário dos outros SUVs, o EcoSport 2018 insiste em manter o estepe pendurado na traseira. Mesmo que isso não faça nenhum sentido prático, além do gosto estético duvidoso. De acordo com os executivos da marca, a insistência pelo estepe exposto se deve à identidade do modelo.
“É um elemento muito forte. Testado e comprovado em pesquisas. Quando alguém desenha um carro e coloca um estepe na traseira as pessoas imaginam logo um EcoSport”, entende o gerente de design da Ford, Fábio Sandrin.
O preço da versão de entrada do EcoSport é o mesmo do Hyundai Creta 1.6 manual. O veterano da Ford é mais barato que o Renault Captur 1.6 manual (R$ 78.900) e mais caro que o Nissan Kicks 1.6 manual (R$ 70.500). Durante a apresentação para a imprensa os executivos da Ford compararam as versões com os principais concorrentes e insistiram que o modelo é competitivo por ter vários itens de série, com destaque para os sete airbags.
O desenvolvimento do EcoSport 2018 foi liderado pela equipe brasileira da Ford. O modelo começa a ser produzido na planta de Camaçari, na Bahia, mas será fabricado em outras quatro unidades da Ford. Em Chongquin, na China, para atender o mercado do gigante asiático. Em Craiova, na Romênia, voltado para parte do mercado do europeu.
A fábrica de Chelny, na Rússia, atenderá o país governado por Putin. Já a unidade de Chennai, na Índia, atenderá parte da Ásia e o mercado norte-americano, com destaque para Estados Unidos e Canadá.
O AutoPapo dirigiu a versão Freestyle com o motor 1.5 equipada com câmbio automático de seis velocidades. O trecho de 40 quilômetros entre Cabo de Santo Agostinho e Porto de Galinhas, no litoral pernambucano, não é rico em aclives e declives.
Porém, foi possível perceber o desempenho correto do novo propulsor. Com três cilindros, o motor faz sua estreia no SUV e rende 137,2 cv e tem torque de 16,1 kgfm, quando abastecido com etanol. Com gasolina os números são: 130cv e 15,6 kgfm. A Ford investiu pesado no acerto.
O gerente de engenharia da Ford, Klaus Mello, destacou o uso de um eixo de balanceamento com mancais hidrodinâmicos, que funciona como uma espécie de contrapeso para reduzir as vibrações do motor e o atrito interno, que são inerentes a um propulsor com número ímpar de cilindros e com massa maior do que um motor 1.0 com três cilindros.
A solução com esse eixo contrarotante, aliada a outras de conforto acústico, deixa o SUV com bom isolamento e sensação de conforto no habitáculo. Apesar de ser perceptível o somo característico dos motores com três cilindros, no caso do EcoSport 2018, não chega a incomodar. Curioso, porém, é notar que o diminuto tamanho do motor deixa um grande vão na dianteira do veículo.
O consumo recebeu nota A do programa de classificação do Inmetro. Na versão manual faz faz 8,3/11,6 km/l com etanol/gasolina na cidade e 9,0/13,1 km/l com etanol/gasolina na estrada. Na versão automática, roda 7,1/10,4 km/l com etanol/gasolina na cidade e 8,9/12,8 km/l com etanol/gasolina na estrada.
O casamento do motor com o câmbio é correto e há opção de trocas de marchas nas aletas atrás do volante. Como é praxe nos utilitários esportivos a preocupação com o equilíbrio do veículo é grande. Tanto que no passado, o SUV teve que ostentar um incômodo adesivo alertando para o risco de capotamento.
A suspensão dianteira é do tipo McPherson e ganhou 17mm a mais e, segundo a Ford, melhorou em 15% a absorção de impactos e reduziu as asperezas ao volante em 40%. A suspensão traseira é a twist-beam (viga de torção) tem eixo 15% mais rígido. Na prática, o acerto melhorou o conforto e o EcoSport absorve bem as imperfeições do solo.
As principais mudanças estéticas foram na dianteira. Os faróis ficaram mais curtos e largos. A grade frontal foi elevada e recebeu filetes cromados Já na traseira, a mudança foi sutil, com para-choques maiores que o anterior.
O sistema multimídia SYNC 3 é motivo de orgulho para Ford, que se gaba da tela de 8” (6,5” nas versões mais simples). A tela parece um tablet pregado no painel do carro. Detalhe pequeno, mas fundamental: há duas entradas USB com amperagem maior e que são capazes de carregar os celulares (e outros equipamentos) mais rapidamente.
O ar-condicionado também é novo e, apesar de não ter opção de duas zonas, conta com sete velocidades.
O EcoSport 2018 também vem recheado com itens de segurança para tentar descolar do adesivo obrigatório colado em versões anteriores, que alertava para o maior risco de capotamento do EcoSport. Quase um terço do tempo dedicado pela Ford para apresentar o produto aos jornalistas foi para tratar do sistema anti-capotamento eletrônico.
O sistema mede a posição da cabine em relação ao solo 100 vezes por segundo e faz as correções necessárias. Além disso, o modelo será equipado com sete airbags, advertência luminosa para ponto cego e controle de calibragem eletrônico nos quatro pneus.
Os controles de tração e estabilidade permanecem como item de série.
A outra versão avaliada da terceira geração do SUV é equipada como o mesmo motor usado no Focus, o 2.0 flex, de quatro cilindros e que rende 176 cv, quando abastecida com etanol e 170 cv com gasolina. A caixa é automática, com seis velocidades.
Titanium, a versão mais completa do EcoSport 2018, teve o interior totalmente renovado e é equipada com tela touchscreen de 8″ e o sistema SYNC 3, que já acompanha outros carros da marca, como o Fusion, e é compatível com iOS e Android. O sistema de alto-falantes é da Sony.
Ao entrar no carro é perceptível a melhoria no acabamento e os cuidados com os detalhes. A posição de dirigir segue a linha das outras versões dando ao motorista ampla visão e sensação de controle completo do carro.
O câmbio tem trocas suaves, capaz de surpreender quem estava acostumado com o malfadado powershift. Vale destacar que a base de comparação, nesse caso, é muito frágil.
O motor responde rapidamente nas retomadas. Nas curvas, principalmente em alta velocidade, o modelo segue com a mesma sensação de inclinação da cabine, tanto para o motorista quanto para os passageiros. O utilitário será produzido em Camaçari (BA).
O projeto originalmente brasileiro se tornou produto mundial da marca alcançará o mercado de 140 países.
SE 1.5 manual | R$ 73.990 |
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SE 1.5 automática | R$ 78.990 |
FreeStyle 1.5 manual | R$ 81.490 |
FreeStyle 1.5 automática | R$ 86.490 |
Titanium 2.0 | R$ 93.990 |
Fotos Ford | Divulgação
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