Lâmpadas queimam mais rápido com a Lei do farol baixo

Obrigatoriedade do uso do farol durante o dia em rodovias reduz a vida útil das lâmpadas, que é calculada em horas

farol baixo rodovia foto jose cruz agencia brasil
Farol baixo em rodovia (José Cruz | Agência Brasil)
Por Laurie Andrade
Publicado em 11/02/2019 às 10h26
Atualizado em 06/09/2022 às 09h48

Com a obrigatoriedade do uso do farol baixo durante o dia em rodovias, determinada pela Lei nº 13.290, sancionada em 2016, as lâmpadas automotivas têm queimado mais rápido. A razão para isso é simples: a vida útil das luzes está diretamente ligada à sua atividade. Quanto mais tempo o farol fica ligado, mais rapidamente a lâmpada vai queimar. Será que a prática traz outros prejuízos ao motorista?

O professor de engenharia elétrica do Centro Universitário da Fundação Santo André, Mário Garcia, explica que deixar o farol ligado por longas horas não representa perigo de superaquecimento ou incêndio. “As lâmpadas e o sistema dos carros são programados para rodar por longas horas com o farol ligado. Um automóvel pode passar 24h com a lâmpada acessa e não superaquecer ou correr riscos de incêndio”, garante o professor.

O engenheiro explica que, para diminuir a frequência com que as lâmpadas queimam, existem apenas três opções.

1. Evitar ligar e desligar o farol várias vezes durante o dia

“O liga e desliga de farol pode comprometer a vida da lâmpada. Se o motorista for passar, no mesmo dia, por rodovias e trechos urbanos, é melhor deixar as lâmpadas acesas o tempo todo”, afirma o Mário Garcia.

Ao contrário das setas, que são programadas para acender várias vezes por dia, os faróis podem ser estressados com o acionamento exagerado e ter a vida útil reduzida.

2. Escolher uma lâmpada com mais de 1.000 horas acesas de duração

Existem, no mercado, lâmpadas de filamentos que são programadas parar durar mais do que as 1.000 horas convencionais. Apesar de serem mais caras, essas luzes vão demandar a troca em intervalos maiores.

3. Optar por carros com iluminação de LED

As lâmpadas de filamentos têm duração e eficiência menor do que as de LED. De acordo com o professor Mário Garcia, as luzes “convencionais” vão da temperatura ambiente até 2.700 ºC, mas só 5% dessa energia é convertida em luz. O resto é dissipado em calor. As LEDs, por sua vez, não têm esse problema. E mais, duram até 50 mil horas, 50 vezes mais que as lâmpadas de filamentos.

De acordo com o engenheiro eletricista Mário Garcia, a vida útil das lâmpadas de faróis é atrelada ao seu tempo de funcionamento.

Lei do farol baixo reduz acidentes?

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), é complexo afirmar que a redução de acidentes diurnos ao longo dos últimos dois anos pode ser atribuída apenas a uma legislação específica, uma vez que a PRF vem se esforçando para atingir a meta de redução de mortes no trânsito sugerida pela ONU.

Mas é fato que os acidentes, durante o dia, diminuíram consideravelmente desde que a lei do farol baixo foi sancionada. Foram 51.480 acidentes, em 2016, diante de 32.060, em 2018.

Foto José Cruz | Agência Brasil

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9 Comentários
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Moisés Maia 30 de março de 2020

Faróis de milha tipo (led),podem ser usados. A lei permite?

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Edmilson Freitas 7 de janeiro de 2020

Sem contar que andar com as luzes acesas aumenta o consumo de combustível também.

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henrjk 20 de novembro de 2019

Por conta da lei do farol eu tive de trocar os terminais dos faróis, pois estes derreteram com o calor da lâmpada. Já o eletricista afirmou que atende muitos motoristas que tiveram o mesmo problema após essa lei.

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Paulo Bonard 14 de fevereiro de 2019

Realmente,existe a indústria de multas,mas existe também a fábrica de motoristas infratores como esses que ficam pendurados em celular,andar colado na traseira, principalmente quem tem SUV,se acham os donos das ruas,excesso de velocidade, avanço de sinais,andar com o pisca alerta aceso e outras infrações.

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Antonio Donizeti Martins 11 de fevereiro de 2019

No que diz respeito a multas, também entendo que há a indústria. Mas gostaria que a multa pelo uso de celular ao volante fosse multiplicada por 10. Muitas rodovias já são filmadas. Que se peguem as filmagens e identifiquem aqueles que viajam pendurados no telefone.

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Yoshio Ushiro 11 de fevereiro de 2019

Vamos acabar com a industria da multa, pois na Rodovia dos Tamoios, recebi uma multa no município de Jacareí as 10:13 hs. e outra no município de Jambeiro as 10:16 hs., num intervalo de 3 (tres) minutos, isso é inadmissível.
Outro ponto polêmico é a bi tributação: ou você paga a multa ou você recebe os pontos em sua CNH os dois é que não dá, pois além de pagar muito caro por um veículo, quando você atinge 20 pontos na CNH não pode dirigir, além de pagar as multas, isso é um absurdo.
Políticos vamos mudar essa história, ou você paga a multa ou perde pontos na CNH, os dois não vale.
Ou vamos acabar com o CONTRAN que é um cabidal de empregos.

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Yoshio Ushiro 11 de fevereiro de 2019

se existe lei para o barulho de veículos, porque não se aplica para motos, que rodam nas cidades, com seu barulho infernal? Vamos aplicar a lei rígidamente e não fazer vistas grossas para o problema, eu já não aguento mais os barulhos causados por esses malucos que andam fazendo barulho nas cidades, incomodando todo mundo, só para satisfação própria. Multas pesadas neles.

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Elver Catein Moraes 20 de fevereiro de 2019

Mais que apoiado! Está insuportável essas “CGs” querendo ter barulho de Harley mas na verdade são roçadeiras amplificadas!

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José antonio 18 de fevereiro de 2020

Na verdade deveria ter um debate das autoridades sobre esse nicho de profissional chamado motoboy!! Na maioria sem nenhuma noção de civilidade e respeito junto a outros que usufruem das ruas e rodovias! Fazem todos os tipos possíveis de infração pra ganhar uns trocos à mais e põe em risco a ele e os demais motoristas e pedestres!! E o pior muitos nem carta tem com motos com licenciamento atrasados e as autoridades fazem vista grossa! Tem que ter curso do especifico para esses profissionais assim como tem para as categorias em geral de motoristas que exerce função remunerada

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