Polarização na indústria automotiva: as maiores rivalidades entre carros
Modelos de automóveis travam - ou já travaram - grandes duelos no mercado brasileiro; em alguns casos, o adversário sucumbiu
Modelos de automóveis travam - ou já travaram - grandes duelos no mercado brasileiro; em alguns casos, o adversário sucumbiu
O país está em meio a uma polarização como nunca esteve. No momento, ou você é de um lado, ou do outro, e cada um vai achar que está 100% certo. No mercado automotivo isso acontece também. Existem rivalidades históricas e outras recentes entre carros do mesmo segmento.
E cada dono defende o seu modelo preferido com unhas e dentes. Nessa relação, de que lado você está? Conta lá nos comentários.
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Talvez uma das mais emblemáticas rivalidades entre carros cuja polarização perdura até hoje. Mesmo com o fim de linha do Palio e o iminente término do Gol, não é difícil encontrar defensores do Volks que adoram ressaltar a robustez e a mecânica simples do seu hatch. Em contrapartida, os Fiateiros morrem de amores pelo rodar mais confortável e ergonomia eficiente do Palio.
Os dois travaram uma disputa pelo posto de carro mais vendido do país por quase duas décadas. O Palio até venceu em alguns meses, mas o Gol foi soberano por 28 anos no país. O Fiat só desbancou o rival mesmo em 2014, quando o veterano Volks passou a dividir as atenções com o Up!. Mas, depois disso, quem reinou foi o Chevrolet Onix.
O compacto da General Motors é um sucesso desde o lançamento, em 2012. Com três anos de vida, contudo, desbancou Gol e Palio para se tornar o automóvel mais vendido do país por seis anos seguidos. Neste período, contudo, seu grande rival não foi nem o Volks, nem o Fiat, mas sim o Hyundai HB20.
Lançado em 2013, o compacto da marca sul-coreano chegou para ser o meio-termo entre a robustez do Gol e o conforto do Palio. A receita deu certo, já que o HB foi o vice-líder do modelo da Chevrolet na maior parte desta polarização.
Justiça seja feita, o Onix sempre sobrou nesta disputa. Vendeu, a cada ano, de 2015 a 2020, mais que o dobro do rival. E mesmo separando as vendas diretas, o carro da GM ainda superava as vendas totais do Hyundai.
O HB20 só conseguiu passar o Onix em 2021. A crise dos semicondutores pegou em cheio a produção da linha da GM em Gravataí (RS), que chegou a ficar quase quatro meses parada. No acumulado deste ano, o modelo da Chevrolet – que ficou em quarto lugar em 2021 -, todavia, começa a recuperar o fôlego e a diferença para o rival é de apenas 10 mil unidades.
Essa é uma rivalidade global entre carros. Uma polarização ancestral, inclusive. Os sedãs médios sempre travaram uma disputa particular. Seus tradicionais, fiéis e zelosos clientes seguem os carros como uma religião e os defendem, cada qual a sua maneira. Fato é que os dois têm a mesma boa reputação mecânica e entregam o conforto que se espera.
Na disputa de vendas no Brasil, porém, a balança pende mais para o Corolla. Com exceção da segunda metade da década de 2000, após a chegada do New Civic de 2006, o Toyota sempre superou o rival em emplacamentos. A Honda até “jogou a toalha” na discussão. Desistiu de produzir a 11ª geração do seu sedã e só vai trazê-lo importado e em configuração híbrida no ano que vem.
O acerto refinado da suspensão do Focus ou o comportamento dinâmico apurado do Golf? Essa é uma das discussões mais acirradas na polarização da indústria automotiva. O hatch médio da Volks sempre teve uma pegada esportiva, com um acerto mais firme que combina muito com o público da categoria. Não que o Ford não seja divertido, mas o modelo sempre atraiu pelo nível de conforto a bordo.
No mercado brasileiro esta rivalidade entre os carros sempre foi acalorada, com alguma vantagem para o Golf – apesar de a quarta geração do modelo da marca alemã ter feito hora extra por aqui. Pena que essa polarização global está minguando com a diminuição do segmento devido ao avanço cada vez maior dos SUVs.
Por falar em utilitário esportivo, uma polarização que surgiu recentemente na indústria automotiva sacudiu justamente o segmento que mais cresce no mercado. Em 2015, no espaço de dois meses, a categoria então dominada pelo EcoSport recebeu dois modelos que acabaram com a moleza do jipinho urbano da Ford.
Em março daquele ano a Honda lançou o HR-V e, em abril, foi a vez de a Jeep estrear o Renegade. Ambos viraram best sellers da categoria e por anos disputaram a liderança do mercado de SUVs compactos. O exemplar da fabricante japa sempre teve o apelo do conforto e espaço interno, enquanto o rival apostou na robustez e no design mais fora de estrada.
Hoje, os dois têm muitos mais rivais para lidar e até se distanciaram na rivalidade. O HR-V já ganhou uma segunda geração, mas subiu no salto para brigar com SUVs compactos topo de linha e crossovers médios de entrada, ficando, em preços, acima do Renegade.
Mais uma polarização automotiva recente, só que na base do mercado. Kwid e Mobi travam um duelo particular pelo título de carro mais barato do país. E se alternam na primeira posição muitas vezes por dezenas de reais.
Mas a rivalidade aqui é seguida à risca. Os dois subcompactos têm mais ou menos o mesmo nível de equipamentos de conforto, versão por versão. O Renault, contudo, leva vantagem na segurança por ter airbags laterais e controles de estabilidade e tração, inexistentes no carro da Fiat.
Uma polarização do mercado, mas que na verdade é bem desigual. Isso porque a Strada vende o quíntuplo do que a Saveiro emplaca, apesar de o modelo da Volkswagen ter qualidades inquestionáveis. O problema é que, do outro lado, a picape da Fiat tem custo/benefício absurdo e uma forte estratégia de vendas diretas, que representam 80% dos emplacamentos.
Desta forma, fica fácil entender porque a Strada é a picape mais vendida do país há mais de 20 anos. E recentemente tornou-se também o veículo mais emplacado do Brasil, ao superar os carros de passeio. A Saveiro se mantém como herói da resistência e única rival atual do modelo da Fiat.
A rivalidade no segmento de SUVs compactos começou com HR-V x Renegade como citamos, mas hoje a polarização virou para T-Cross x Tracker. No acumulado de 2022, os dois utilitários esportivos travam um duelo particular pela liderança da categoria, com pequena vantagem para o Volks.
Os defensores de cada um já têm seus argumentos prontos. O T-Cross é mais alto, aparenta maior robustez e tem a dinâmica típica dos alemães. Já o Tracker se destaca pelo conforto no rodar, maior espaço no porta-malas e acabamento melhor.
Outra rivalidade picapeira, mas que no Brasil envolve Toyota e General Motors. O normal seria falarmos da polarização entre Chevrolet e Ford, que ganha força maior justamente no segmento de picapes. Contudo, por aqui, a líder de vendas na categoria de médias é a Hilux, que tem como principal adversária a S10.
No embate, mais uma vez temos de um lado um modelo com a confiança mecânica e o pós-venda elogiado da marca japonesa. Do outro, a tradição da GM e da S10, a força da rede Chevrolet com mais de 500 concessionárias e o forte trabalho de vendas diretas da picape feita no Brasil.
Esta polarização é global e de luxo. As duas marcas alemãs já nutrem uma rivalidade histórica e sensacional, mas que têm nos dois sedãs o seu epicentro. No caso, o Série 3 sempre teve uma aura mais esportiva, enquanto o Classe C carrega a tradição requintada da marca da estrela.
No Brasil, o 320i e o C200 estão na linha de frente da polarização. Montado no páis, o BMW leva ampla vantagem nas vendas sobre o rival da Mercedes, que, justiça seja feita, também acabou de ser renovado. Só em 2022, foram mais de 3.000 unidades do Série 3, contra menos de 700 do Classe C.
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Sugiro uma matéria sobre a polarização entre os dois grandes grupos de consumidores:
– Aqueles que apreciam qualidade, confiabilidade e conforto (não luxo) pelo preço justo. Porém cada vez mais “‘órfãos” do atual mercado.
– E aqueles que dispõem-se a pagar preços extorsivos só pra acompanhar as modas de ocasião (forjadas pelos próprios fabricantes).
Kwid x Mobi… kkkk só faltou o chery QQ x o Nissan march 1.0.
@jose Luis correia, nem é do Boris a reportagem.
Mas é claro que ele dirigiu fusca, kwid não tinha naquela época.
Faltou mesmo foi mostrar a rivalidade entre o VW Apollo e Verona da Ford… Rs.
Faltou o Monza x Santana, nas décadas de 80 e 90!
Faltou a comparação entre a SW4 e a Pajero Sport.