Vídeo de Carlos Ghosn acusa Nissan de conspiração após prisão
Após ex-presidente da Aliança Renault-Nissan ser preso pela quarta vez no Japão, ele afirma inocência e aponta conspiração para tirá-lo do cargo
Após ex-presidente da Aliança Renault-Nissan ser preso pela quarta vez no Japão, ele afirma inocência e aponta conspiração para tirá-lo do cargo
Um vídeo de Carlos Ghosn foi publicado, hoje (9), onde o ex-presidente da Aliança Renault-Nissan acusa a marca japonesa de conspiração. O executivo foi preso pela quarta vez na semana passada após anunciar que faria uma coletiva de imprensa. Ghosn é acusado de fraude fiscal e desvio de fundos da empresa.
O caso Ghosn já teve diversas reviravoltas desde que o executivo foi detido pela primeira vez, em novembro. Ele havia sido acusado de declarar salário menor que o real às autoridades. Posteriormente, ele também foi acusado de usar fundos da companhia para ganhos pessoais.
Ele havia sido liberado no início de março após pagar uma fiança equivalente a R$ 34 milhões. Já no último dia 3, ele criou uma conta no Twitter onde prometia contar toda a verdade em uma coletiva de imprensa. Um dia depois, o executivo foi preso novamente, no que é considerado como um ato incomum, considerando que ele já havia pago a fiança.
Agora, um vídeo de Carlos Ghosn publicado no YouTube afirma que sua prisão foi fruto de uma conspiração por parte da Nissan. Falando em inglês, ele dá a entender que gravou o vídeo para o caso de ser detido antes da coletiva que planejava. As imagens foram publicadas pelos advogados de Ghosn.
Veja:
Nos quase 10 minutos do vídeo de Carlos Ghosn, ele garante que é inocente. “Isso é uma conspiração. Isso não é sobre eventos específicos, sobre ganância ou tirania. Isso tem a ver com uma trama, uma conspiração, uma traição”, disse ele.
Então, o executivo passa a explicar as razões de quem estaria por trás da conspiração. Segundo ele, havia medo em meio a pessoas poderosas na Nissan de que Ghosn faria uma fusão da japonesa com a francesa Renault.
O contexto mencionado pelo vídeo de Carlos Ghosn é de que o executivo esteve por trás da criação da Aliança Renault-Nissan, responsável por salvar a japonesa da falência, 20 anos trás.
Assim, de acordo com o ex-presidente da parceria, pessoas ligadas à Nissan estavam se sentindo ameaçadas pela possibilidade da fusão. Elas também temiam, segundo ele, que a empresa perdesse sua autonomia.
“Eu sempre fui um grande defensor da autonomia da Nissan”, afirma ele. “Contudo, essa autonomia deve ser baseada em performance”, continua. De acordo com o executivo, a performance da Nissan não tem sido boa, com quedas nos números de vendas.
A declaração dá a entender que Ghosn não planejava fazer uma fusão imediata da japonesa com a Renault, mas que faria isso se as vendas não melhorassem. Em determinado momento do vídeo, Ghosn teria apontado os nomes dos responsáveis pela conspiração. Entretanto, esse trecho foi cortado por seus advogados por razões legais.
Ao fim do vídeo de Carlos Ghosn, ele diz estar torcendo por um julgamento justo, e afirma que seus advogados não estão confiantes de que isso ocorrerá.
Carlos Ghosn ainda não foi julgado, e estava respondendo ao processo em liberdade. Sua mais recente prisão deve durar até domingo, mas pode ser estendida.
A ideia de uma conspiração contra o executivo não é novidade. Ainda no ano passado, especialistas apontavam para a possibilidade. A posição de Carlos Ghosn é de muito poder, o que vinha gerando tensão com os japoneses. Atualmente, a Renault é dona de 43% da Nissan. Além disso, o governo francês tem se tornado um acionário cada vez maior da Renault.
Ghosn também ocupada a presidência de ambas as fabricantes, posições das quais foi afastado depois do processo.
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