As pegadinhas do test drive
Por Boris Feldman15/03/18 às 14h30Depois de longas pesquisas pela internet, o cliente entra na concessionária disposto a comprar um carro, mas sabe da importância de fazer um test drive. A tela do computador é incapaz de transmitir as impressões ao volante, a dirigibilidade, a ergonomia e o desempenho. Sai, então, para dar uma volta no possante acompanhado pelo vendedor, fica impressionado e fecha o negócio. No próximo fim de semana, fica com raiva ao descobrir que caiu em uma pegadinha do test drive: o desempenho do carro era suficiente apenas para carregá-lo acompanhado do vendedor, mas um fracasso ao transportar a família com as respectivas bagagens no porta-malas.

Apesar de estar consciente da importância do test drive, o motorista nem sempre presta a devida atenção aos detalhes durante o processo. Não há nada tão óbvio como o desempenho que deixa a desejar. São muitas as pegadinhas do test drive, principalmente agora que os automóveis estão carregados de equipamentos e acessórios eletrônicos e mecânicos que fazem muita diferença. Eles podem estar equipando o carro reservado pela concessionária para o test drive, astuciosamente, mas ausentes na versão que o freguês leva para casa.
Outro exemplo é o do motorista muito baixo ou alto que acaba se ajeitando confortavelmente ao volante desde que tenha regulagem de altura e profundidade – um mimo que é opcional se o carro não for sofisticado. Outros sistemas eletrônicos impressionam muito, e o hill holder, como é conhecido, é um deles. Quando o carro para em uma subida, ele continua parado por alguns segundos e não volta até que o motorista pise no acelerador. Este recurso já equipa a maioria dos modelos de luxo, mas não necessariamente a versão escolhida pelo freguês.
No test drive, é importante verificar quais são os equipamentos opcionais naquele carro e quais estarão presentes no carro a ser adquirido. A eletrônica pode proporcionar uma condução confortável e prazerosa, mas quase dobrar o preço da versão de entrada.