Saíram de linha só no Brasil: 10 carros que seguem no exterior
Eles abandonaram o mercado nacional, mas continuam firmes em seus países de origem ou em outras partes do planeta
Eles abandonaram o mercado nacional, mas continuam firmes em seus países de origem ou em outras partes do planeta
Os fabricantes geralmente afirmam que a decisão de interromper a produção de um veículo parte do mercado, e não delas. Afinal, se as vendas de determinado produto estão em alta, não faz sentido deixar de oferecê-lo. Por outro lado, caso ocorra rejeição por parte dos consumidores, a comercialização torna-se inviável. Há exceções, mas a história de vários carros que saíram de linha costuma ser exatamente essa.
Todavia, ocorre que, apesar da globalização do mercado, o comportamento dos consumidores varia bastante entre os diversos países. Por isso, é relativamente comum que a trajetória de um automóvel seja interrompida em determinados locais, mas não em outros. E o listão de hoje é exatamente sobre isso: enumeramos 10 carros que saíram de linha no Brasil, mas que seguem firmes no exterior.
A relação inclui apenas modelos cuja produção prosseguiu continuamente, sem interrupções, em outras nacionalidades. Aqueles carros que deixaram de ser fabricados globalmente, mas depois ressurgiram, já foram citados em outra matéria. Confira o listão:
O Fiesta é bem longevo: teve três gerações fabricadas no Brasil entre 1996 e 2019. Desde 1995, contudo, já era comercializado no país por meio de importação. Em fevereiro deste ano, a Ford anunciou o encerramento da produção do modelo, devido ao fechamento da unidade industrial de São Bernardo do Campo(SP). A decisão pôs fim às vendas do hatch, mas somente por aqui, pois ele segue vivo no exterior.
Enquanto no país o Fiesta entrou para o rol dos carros que saíram de linha, na Europa ele acabou de ganhar uma nova geração. Afinal, no velho continente o modelo segue com vendas em alta. Vale lembrar que, por lá, o hatch tem uma trajetória ainda mais longa: chegou ao mercado em 1976.
Outro dos carros da Ford que saíram de linha no Brasil mas prosseguiram a carreira internacional é a F-250. A última das picapes da chamada Série F, que nacionalmente foi antecedida pelos modelos F-100 e F-1.000, deixou o país em 2012. O fim da produção do modelo esvaziou de vez o segmento de picapes grandes: apenas a Ram 2.500 segue sendo vendida por aqui.
A dinastia, porém, continua na América do Norte, e com grande sucesso! As picapes da Série F da Ford detêm o título de veículos mais vendidos dos Estados Unidos há vários anos. Por lá, tamanho é documento: os consumidores mantêm grande apreciação por veículos grandes. Por isso, há bastante demanda pelas ditas picapes full size.
A Silverado sempre foi concorrente direta (e ferrenha) da F-250. No Brasil, o duelo se repetiu durante alguns anos, mas a picape da Ford logo levou a melhor. Já em 2001, o modelo ganhava o estigma dos carros que saíram de linha e a Chevrolet deixava o segmento. Diante de uma concorrente então mais moderna e do encolhimento da categoria, a marca optou por concentrar esforços na S10.
Nos Estados Unidos, a história é outra. Por lá, a Silverado é vice-líder de mercado, confirmando a preferência dos norte-americanos pelas picapes de grande porte. A caminhonete, inclusive, vende bem mais que a Colorado, versão da S10 para o mercado local.
Quem viveu os anos 90 deve se lembrar do impacto que o Corsa causou no mercado quando foi lançado. O modelo chegou em 1994 e impressionou pelo design moderno, recém adotado também na Europa. Além disso, oferecia equipamentos até então inéditos em veículos populares, como ar-condicionado e direção hidráulica. Em 2002, o modelo ganhou uma geração inteiramente nova, também alinhada com o similar europeu.
Entretanto, apesar de trazer evoluções consistentes, a segunda safra não fez tanto sucesso e deixou o mercado em 2011. Na mesma época, vários carros da Chevrolet saíram de linha no Brasil e foram substituídos por produtos locais. Mas o Corsa segue em produção no velho mundo: naquele continente, já foram desenvolvidas três gerações posteriores.
A história do Astra é bem parecida com a do Corsa. A diferença é que o modelo médio chegou aqui como importado, no fim de 1994. Após um hiato de alguns anos, a geração seguinte foi nacionalizada em 1998. A produção seguiu ininterrupta até 2011, quando o modelo deu adeus ao mercado. Acabou sendo substituído pelo Cruze, que também é global, mas atua em mercados distintos.
Porém, enquanto no país o modelo figura entre os carros que saíram de linha, a produção prossegue na Europa. Os consumidores daquele continente, por sinal, já tiveram duas gerações subsequentes. Curiosamente, o Cruze segue o caminho contrário: deixou de ser fabricado nos Estados Unidos, mas permanece em produção na Argentina, de onde é importado para o Brasil. A gama, inclusive, acabou de passar por uma reestilização.
Não chega a ser surpresa que o Passat continue em produção em outros países. Afinal, ele foi descontinuado localmente em 1986, mas voltou ao mercado em meados dos anos 90, como importado. De qualquer modo, desde então, o modelo ocupa papel de coadjuvante: com preços altos e baixos números de vendas, é um produto de imagem para a Volkswagen.
Bem diferente do período em que foi nacionalizado, cujo início data de 1974. Naquela época, quando era fabricado no Brasil, o modelo ocupava posição de protagonista no mercado, com grande volume de vendas. No exterior, ainda é assim, tanto que ele é montado na Europa, na China e nos Estados Unidos.
Lembra-se da perua da linha Corolla? Enquanto o sedã tem identidade universal, a station wagon adotou vários nomes em diferentes localidades. Por aqui, foi batizada de Fielder e permaneceu em produção de 2004 até 2008. A efemeridade do modelo tem razões mercadológicas: a demanda por peruas minguou, uma vez que os consumidores têm mostrado preferência pelos SUVs.
Quase todos os carros dessa categoria já saíram de linha, e os que ainda restam têm vendas praticamente insignificantes. Porém, em outras localidades, eles ainda encontram grande aceitação. É justamente para abastecer esses mercados que a Toyota fabrica a Touring Sports, uma outra denominação para a configuração perua do Corolla, que acaba de ganhar uma nova geração.
O Scénic é um veículo de grande importância para história da Renault no Brasil. Afinal, foi o primeiro produto nacional do fabricante. O monovolume inaugurou a unidade industrial de São José dos Pinhais (PR), em 1999. Contudo, nem o pioneirismo foi capaz de salvá-lo da extinção: foi descontinuado em 2010. A marca francesa chegou importar a geração seguinte, com o prenome “Grand”. Mas o novo modelo durou menos de um ano no mercado local.
Assim como as peruas, no Brasil os monovolumes são carros canibalizados pelos SUVs, tanto que quase todos saíram de linha. Mas em outros mercados a situação é diferente. Quanto ao Scénic, ele segue vivo na Europa, onde já está na quarta geração.
No rastro do Scénic, veio o Clio: o hatch, também lançado em 1999, foi o segundo produto nacional da Renault. No ano 2000, a gama passou a contar ainda com o sedã. Na época, os compactos tinham projeto moderno, bom acabamento e, inicialmente, airbags de série em todas as versões. Nada disso foi capaz de agradar ao público brasileiro, e as vendas ficaram abaixo do esperado.
Foi por isso que os primeiros carros compactos nacionais da Renault saíram de linha. A empresa acabou investindo no Logan e no Sandero, que tiveram aceitação bem maior no mercado. O hatch ainda teve uma sobrevida no país como modelo de entrada: simplificado, foi fabricado na Argentina até 2016. Enquanto isso, o Clio nunca deixou de ser produzido na Europa: por lá, ele passou por seguidas evoluções e está na quinta geração.
O último da lista dos carros que saíram de linha no Brasil, mas seguem vivos no exterior, é outro Renault. O Mégane chegou ao país na década de 90, importado da Argentina, ainda na primeira geração. Em 2006, a marca francesa nacionalizou a safra seguinte, cuja gama era composta pelo sedã e pela perua Grand Tour. O primeiro foi descontinuado em 2010, ao passo que a segunda durou um pouco mais, até 2012.
Naquele momento, a Renault optou por apostar no Fluence, comercializado apenas com carroceria sedã. Porém, tal qual o antecessor, o modelo teve desempenho comercial discreto no país. Nada disso aconteceu na Europa. Lá, ao contrário, o Mégane continua em linha e já teve duas novas gerações lançadas desde então.
Fotos: Divulgação
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Na verdade é uma dúvida: tenho um carro flex 1.4 e só uso etanol. Está chegando nos 30.000 km. É aconselhável usar gasolina aditivada de vez em quando? Obrigado!
Olá! Primeiro quero parabenizar o site, com reportagens na medida, sem exageros. Quanto aos carros descontinuados no Brasil, basta observar pelo design deles no exterior que a questão passa precisamente pela beleza e estilo, pois assim como lá o consumidor brasileiro não gosta de carro feio. Basta apresentar desenho bom, aliado a igual desempenho e preço justo que o veículo será sucesso de venda.
Olá, ainda seria um bom negócio comprar uma megane grand tour hoje em dia????
Olá… Todos carros foram modernizados estão com ótima aparência. Observo q quando vem coisa nova os designers sempre colocam pneu perfil baixíssimo e rodas combinando, daí chega no mercado as vezes pneu perfil baixo sim, mas com rodinhas.
A industria deveria ajustar a suspensão aos nossos asfaltos não o pneu, e sim acho q jamais deveriam existir pneus menores q série 50% da banda na altura.
Quando falo de asfaltos falo da vida real, não de rara estrada boa cheia de radares, os quais estão também em pontos estratégicos pra nos multar.