Uso de aditivos no motor, como o Militec, anula a garantia?
Conversamos com especialistas para saber se há risco em utilizar aditivos misturados ao óleo do motor, e como fica a garantia nessa hora
Conversamos com especialistas para saber se há risco em utilizar aditivos misturados ao óleo do motor, e como fica a garantia nessa hora
Existem, no mercado, diversas opções de aditivos para lubrificantes automotivos. Eles são compostos químicos que prometem ampliar as funções que o óleo exerce no motor, como diminuir o acúmulo de resíduos e reduzir o desgaste. Dentre eles, o mais famoso é o Militec.
Contudo, assim como outros produtos da categoria, as funções que exerce já são efetuadas pelos lubrificantes recomendados pelas fabricantes de carros. Isso é designado pelo índice API, um indicador do nível de sofisticação do óleo, que é mais alto quanto mais moderno for o veículo. Assim, o óleo utilizado no motor já exerce as funções propostas por esses produtos.
Por isso, é preciso cuidado na hora de misturar os aditivos com os lubrificantes, tanto no caso do Militec quanto em outros. Existe o risco de surgir uma reação química inesperada, a depender do produto escolhido, que acarretem problemas no motor. Nesse caso, ao procurar a concessionária para reparar o defeito, ele pode perder a garantia.
Para entender como isso ocorre, tomamos o produto mais famoso da categoria como exemplo, e conversamos com especialistas e com as fábricas para saber o que pode acontecer.
O Militec é um aditivo para óleos lubrificantes indicado para carros, motos e outros veículos. De acordo com o site oficial do fabricante do produto, ele é um “condicionador de metais”. O fornecedor diz, ainda, que o composto enrijece as superfícies metálicas do motor, tornando-as “17 vezes mais resistentes”.
Além disso, o Militec promete “melhorar a acomodação entre os anéis de pistão e as paredes do cilindro”, no motor. Outras funções seriam reduzir o calor de partes móveis, manter a lubrificação de parte móveis por 20 mil quilômetros, diminuir a oxidação, e reduzir o consumo de combustível, entre outros.
Em seu site oficial, o fabricante do Militec sugere que o produto seja adicionado ao óleo do veículo, sendo que se adapta a qualquer lubrificante, independente de viscosidade, tipo ou índice API. A empresa também recomenda o uso da substância pura, em locais como o ar-condicionado.
Segundo informa a Fiat, a marca oferece garantia para lubrificantes, fluidos e aditivos homologados por ela mesma. Assim, caso o proprietário do carro faça uso de produtos que não possuam essa aprovação, como o Militec, e isso levar a problemas, a concessionária pode perceber quando analisar o carro. E, se isso ocorrer, a garantia será perdida e o consumidor terá que arcar com os custos do conserto, assim como de qualquer outro defeito posterior no mesmo componente.
Da mesma forma, a Nissan também informa que problemas consequentes do uso de fluidos não recomendados anulam a garantia.
“De acordo com o manual do proprietário, a Nissan orienta que o óleo seja trocado em uma concessionária Nissan. O veículo Nissan utiliza vários tipos de óleos e fluidos, que têm um papel importante, como lubrificar, refrigerar o veículo e evitar ferrugem nos sistemas em que atuam. O uso e aplicação deve ser somente de óleos recomendados e fluidos genuínos Nissan, que são desenvolvidos após testes e validados para uso nos veículos da marca. O uso de fluídos, que não os recomendados pela montadora, podem causar danos e saem do escopo da garantia”, informa a fabricante.
É o mesmo caso da instalação de equipamentos não homologados, outro comportamento que pode levar à anulação da garantia. Essa é a política praticada pela maioria das marcas de carro, que também irão cancelar a garantia se um defeito for causado pelo uso de uma substância não recomendada, como o Militec.
A diretora de lubrificantes, aditivos e fluidos da Associação Brasileira de Engenheiros Automotivos (AEA), Simone Hashizume, dá mais detalhes sobre os riscos no uso de Militec, outros aditivos ou o lubrificante errado. Ela explica que, atualmente, os óleos são fruto de um grande investimento em tecnologia e devem atender a uma série de requerimentos.
“Carros novos têm motores mais modernos, e usam lubrificantes também mais modernos que não necessitam de aditivação adicional. O uso deles pode até desbalancear a formulação”, explica Hashizume. Além de atender às necessidades específicas de cada tipo de motor, o óleo também deve se conformar a exigência legais com relação a redução do consumo de combustível e dos níveis de emissões.
Sem respeitar esses limites, um veículo não poderia ser homologado e vendido. Por isso, os lubrificantes que carros novos utilizam já são quimicamente muito avançados.
“O óleo lubrificante é igual ao sangue do motor, ele circula por várias partes e tem muitas funções. É preciso escolher bem o que colocamos lá, porque os óleos não são todos iguais”, enfatiza ela.
[Veja o vídeo] Óleo do motor: na revisão recomendaram um mais moderno? Questione!
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Eu possuo Novo Palio Attractive 1.4 2014. Todas as revisões foram feitas fora da concessionária. Já presenciei que o proprietário levou seu veículo 3 vezes na concessionária para concertar barulho, que a mesma não tinha resolvido, por isso que nunca levei meu carro dentro da concessionária para concertar. Quanto ao Militec, já assisti vídeo que o mecânico anda com o veículo por 18 quilômetros sem dar um barulho sem o óleo. Daí em diante eu utilizo o Militec na troca do óleo, até hoje não me deu problema.
verifique no inicio deste vídeo que vc assitiu, acima da borracha que sustenta o escapamento, quando tira o óleo, e depois no final do vídeo, também acima da borracha que sustenta o escapamento. uma mancha de óleo aparece, mas como se o carro rodou 18 km, sem óleo? sera fake o vídeo?
Já é comprovado pela engenharia de motores (eu sou engenheiro de motores da GE) que um veículo com o lubrificante rodando pelo motor sem o cárter o motor roda até 18 km sem nenhum problema, mesmo sem qq MILITEC, uso o produto também, mas ele não faz milagre.
Comprei uma moto 125 ano 93 e todo dia chegava fedendo óleo queimado por estar fumando coloquei militec no cárter deixei 40 minutos funcionando e acabou o fedor. Já troquei o óleo 3 vezes depois disso e continua sem fumar. Nas instruções consta que funciona por 20 mil km. Nela funcionou
Sou trocador de óleo e sou obrigado a vender aditivos de todos os tipos para todo tipo de carro, aqui o que mais empurramos são os da STP. Além de caros eles são em pequenas quantidades para roubar ainda mais os clientes.
Na verdade Militec não é aditivo, ele é condicionador de metais, e como tal, age por adsorção, se impregnando nas partes metálicas do motor após certa temperatura.
Aditivos modificam as estruturas químicas e físicas do óleo, e devem ter registro na ANP, o que não é o caso do Militec.
Para mim seja lá o que for é serviço a toa. Dinheiro jogado fora
Eu uso nos meus carros um aditivo made in germany a base de molibilenio e não me arrependo , acaba com as batidas dos tuchos hidráulicos do meu motor 3 cilindros e aumenta e muito o desempenho do meu 2.0 turbo.
Não confundam Militec com outros aditivos.
Ele não cura motor.
Não pode ser colocado em motor muito desgastado.
Do contrario, ele é muito bom.
Fiz um comentário e não publicaram, ou seja, censuram sem explicação. Boris e cia. Somos livres de expressão. Vide art. 1° da nossa Constituição de 1988. Tá.
Deixo de segui-los pela atitude inadequada para nossos dias de hoje.
Falam em manual? Nacionais até pode ser completo. No manual do meu New Beetle 2008 que veio, não é do ano dele, faltando Informações sobre o fluido da transmissão automática TIPTRONIC. Só explica, em demasia, as funções principais, sem muito detalhes. O óleo do motor, só escrevem que é 502.00 ou se tem equivalente (ainda bem que ele é feito pela Gastrou), não informam. Ainda bem que tenho amigos numa Concessionária VW, que me dão dicas, como o fluido da transmissão que é da Móbil 33.09 para ESPECÍFICÃO AISIN WARNER, do contrário, ficaria, como ficam milhares de donos de carros, sem conhecimento e manual completo.
Gostei da matéria. Tem muito especialista recomendando o remédio mágico dizendo que o carro pode até ficar sem óleo que continuará andando.
Eu prefiro trocar o óleo do meu carro a cada 6 meses pois meus trajetos são curtos e nunca atinjo a quilometragem indicada. Mas prefiro “pecar” pelo excesso do que pela falta.
Iva, o que me deixa “P” da vida, são as pessoas que vêem vídeos de Mecânicos, ditos profissionais, recomendam: coloque perfect….. na gasolina, que limpa o sistema além dos bicos, use o aditivo de radiador zxyw, que lubrifica e proteje contra a corrosão, coloque o aditivo abcd, no motor e ele terá mais vida útil, coloque o cabo de velas “trouxatak” e muitos caem nessas armadilhas, prejudicando o motor do seu carro e não estão nem, pois foi o Dr. Mechanico e o mecânico Zé das couves, que disse ser bom, pois ele usa nos carros que conserta.
Fico pasmo, nos meus 40 anos de mecânica, ver essas e outras atrocidades no YouTube. É um festival de merchandising, que as pessoas não entendem. Parecem alienadas. Ao invés de se informar como neste blog, não. Se deixam levar pelo que vêem e óbvio, que logo logo, o carro estará de volta na oficina desses espertalhões.
Normal o brasileiro ser enganado ou acreditar em mágica: em geral, 8 em cada 10 motoristas JAMAIS leu o manual do veículo e, portanto, desconhecem completamente seu próprio carro.
Há algumas décadas havia um jargão: A PROPAGANDA É A ALMA DO NEGÓCIO. Hoje a coisa mudou tanto qua a propaganda é o NEGÓCIO. Em nosso país, falsifica-se até medicamentos. Use os lubrificantes indicados no manual e beleza.
Matéria sensata. Parabéns