GTI, RS, Si… O significado das siglas dos esportivos nacionais
Explicamos o que querem dizer as nomenclaturas que designam automóveis icônicos produzidos em série no Brasil
Explicamos o que querem dizer as nomenclaturas que designam automóveis icônicos produzidos em série no Brasil
Algumas siglas de carros esportivos tornaram-se tão famosas quanto as marcas de seus fabricantes. Afinal, elas denominaram modelos icônicos e povoaram os sonhos de gerações de consumidores. Mas você sabe o que elas significam? Confira nosso listão com a definição de 15 abreviaturas de veículos “quentes” fabricados em série no Brasil.
No Brasil, essa sigla celebrizou-se nos carros esportivos da Volkswagen. Modelos como Gol, Pointer e Parati (essa última com motor 2.0 16 válvulas) tornaram-se sonhos de consumo no século passado. Atualmente, essa denominação é usada na versão de alto desempenho do Golf. Interessante notar que houve uma mudança na grafia: inicialmente, era GTi, com o “i” minúsculo. Depois, passou a ser GTI, com todas as letras em caixa alta.
Isso acontece porque o significado também mudou um pouco. Originalmente, a sigla era a abreviatura de Gran Turismo injection, em alusão à injeção eletrônica. Afinal, o Gol GTi foi o primeiro automóvel nacional equipado com essa tecnologia, que proporciona, entre outras vantagens, aumento de potência em relação ao carburador. Bem como convém aos carros esportivos!
Ocorre que a injeção eletrônica popularizou-se rapidamente e deixou de ser um diferencial dessas versões. A Volkswagen, então, fez uma mudança sutil na sigla, transformando-a em GTI. O significado, então, passou a ser Gran Turismo International.
Vale lembrar que a marca alemã não é a única a designar seus esportivos com a insígnia GTI. Na Europa, a Peugeot a utiliza, ao passo que a Suzuki também chegou a adotá-la no passado.
Outra sigla que celebrizou-se no Brasil nos carros esportivos da Volkswagen, particularmente no Gol e no Passat da década de 80. GTS significa Gran Turismo Sport. Bem parecido com GTI, portanto.
Embora não seja mais utilizada pelo fabricante há muitos anos, a denominação GTS está prestes a renascer. É que a Volkswagen já anunciou que irá designá-la para batizar as versões esportivas de Polo e Virtus.
Lembra do Opala SS? Foi o primeiro nacional da Chevrolet a utilizar essas duas letras, que já batizavam os carros esportivos da marca em outros países. Ele chegou ao mercado em 1971, ainda com carroceria de quatro portas. Na época, porém a empresa alegava que a sigla não significava Super Sport, como no exterior, e sim Separated Seats (bancos separados, em tradução livre). É que as demais versões tinham assento dianteiro inteiriço!
Em 2005, após permanecer em desuso por décadas, a alcunha SS voltou à linha Chevrolet, nos modelos Corsa, Astra e Meriva. Então, o significado já havia se consolidado como Super Sport, e assim permaneceu. Curiosamente, nenhum deles era verdadeiramente esportivo, pois a mecânica era a mesma das demais versões. Os três modelos traziam apenas adereços estéticos.
Alguns dos mais célebres esportivos da Chevrolet foram designados pela sigla GSi. Quem não se lembra das versões invocadas de Kadett, Vectra e Corsa, lançadas nos idos de 1990? Houve ainda um Astra GSi, que chegou na década seguinte. Sabe o que todos eles têm em comum, além do fabricante? Acertou quem respondeu motor com injeção eletrônica!
É que GSi forma as iniciais das palavras Grand Sport injection. Isso porque tal sigla também foi criada em uma época na qual esse sistema de alimentação era sinônimo de alta tecnologia. Fora do país, ela batizou versões de vários outros modelos, em especial os da então subsidiária alemã da GM, a Opel, que hoje pertence ao Grupo PSA.
Vale lembrar que, antes da chegada da versão GSi, existiu o Kadett GS, que também tinha apelo esportivo. O significado é quase o mesmo: Grand Sport. A falta do “i” se deve ao fato de o primeiro modelo não ter injeção eletrônica. Sim, ele ainda era equipado com carburador.
O emblema XR3 colado na traseira do Escort era sinônimo de status nas décadas de 80 e 90. Se o modelo fosse conversível, então, mais ainda! O modelo nasceu com o nada performático motor CHT 1.6, mas acelerou forte, literalmente, com a chegada do AP 1.8 de origem Volkswagen. A geração seguinte chegou ao ápice de desempenho com um 2.0 com injeção eletrônica. Mas, afinal, o que essa sigla significa?
As letras XR correspondem às palavras Experimental Research (Pesquisa Experimental, em português). O Escort foi o terceiro dos carros esportivos da marca a ser batizado desse modo, daí o número 3. Antes dele, vieram o Falcon XR e o Fiesta XR2, ambos vendidos somente no exterior. Com o tempo, a Ford deixou de fazer referência cronológica aos projetos. Por isso, a versão “quente” do Ka, lançada em 2000, chamava-se apenas XR.
O Sandero RS é o mais barato dos carros esportivos vendidos no Brasil: custa R$ 65,3 mil. A alcunha não poderia ter sido mais objetiva, pois significa simplesmente Renault Sport. Curiosamente, a marca francesa lançou uma série especial do hot-hatch cuja abreviatura também é RS. Nesse caso, porém, trata-se das iniciais das palavras Racing Spirit.
A Renault não é a única a batizar modelos de alto desempenho com as letras RS. Vários fabricantes já a utilizaram ao longo do tempo, com diferentes significados, entre os quais Rally Sport e Racing Sport. Esse último termo é o escolhido pela Audi para batizar sua linha de alto desempenho. Porém, a marca o traduz para sua Língua Mater, o alemão: RennSport.
A sigla GT é uma espécie de coringa da indústria automobilística: vários fabricantes já a adotaram em suas gamas. Inclusive no Brasil, onde Volkswagen, Ford e Renault a utilizaram para nomear versões performáticas de Gol, Corcel e Maverick e Fluence, respectivamente. Atualmente, a Peugeot a designou para batizar a configuração equipada com motor 1.6 turbo do 208.
Após ter visto algumas das siglas anteriores da lista do AutoPapo, você já deve ter deduzido que GT significa Gran Turismo. Convencionou-se que essa expressão é própria dos automóveis estradeiros, capazes de manter altas velocidades constantemente durante longas viagens.
Mais uma sigla que ganhou fama por meio dos carros esportivos da Volkswagen. Na década de 90, a nomenclatura voltou no Gol e na Saveiro, acrescida da letra i. Esses dois modelos, porém, não tinham modificações mecânicas extensas como o Passat TS, o primeiro a ser batizado desse modo no Brasil.
TS quer dizer Touring Sport (Turismo Esporte, em tradução para a língua portuguesa). Já deu para captar o que TSI quer dizer, certo? É Touring Sport injection, claro, termo utilizado em algumas configurações de Gol e Saveiro nos anos 90. Atualmente, ela designa os motores da marca, e não mais versões de automóveis. Nesse caso, o significado é Turbo Stratified Injection (Turbo com Injeção Direta).
Os japoneses sabem fazer carros esportivos empolgantes. Um bom exemplo é o Civic Si: enquanto nas demais versões destinam-se ao uso familiar, a configuração “brava” faz qualquer entusiasta sorrir. Na atual geração, ele tem carroceria cupê e recebeu, pela primeira vez, um motor sobrealimentado por turbocompressor. Porém, já há algum tempo o modelo não é mais produzido no Brasil, e sim importado.
A exemplo do que ocorre com outros veículos, a sigla Si tem um significado simples e objetivo: Sport injection. É, portanto, mais uma alusão ao sistema de alimentação do motor.
Atualmente, a sigla HGT é reservada ao Argo top de linha. Porém, o hatch compacto não é o primeiro produto nacional da Fiat a utilizá-la. Antes dele, existiu uma configuração homônima do Brava. Enquanto o modelo atual é equipado com o mesmo motor da versão Precision, diferenciando-se apenas por um acerto de suspensão mais firme, o mais antigo tinha toda a parte mecânica exclusiva.
Mas qual é o significado dessa sigla, afinal? Simples: High Grand Tourism. Parece um tanto exagerado classificar o Argo assim. Afinal, ele até anda bem, mas passa longe da performance dos carros esportivos autênticos. Já o Brava, na época em que foi lançado, parecia fazer mais jus a essa denominação.
Por muitos anos, a Fiat utilizou a letra R para batizar as versões nervosas de seus compactos. Tudo começou com o Uno 1.5 R, que depois sofreu um aumento de cilindrada e passou a se chamar 1.6 R. Mais recentemente, houve também um Palio 1.8 R. Todos esses carros esportivos andavam bem e não tinham preços proibitivos.
Outros veículos apimentados da marca foram batizados com nomes italianos. É o caso, por exemplo, do Tipo Sedicivalvole e do Tempra Stile. Porém, as versões R do Uno e do Palio vêm de uma palavra da língua inglesa: Racing. Ainda assim, trata-se de um termo bastante adequado para ser usado nesses hot-hatches.
Eis aqui uma sigla fácil. Quem gosta de corridas de automóveis sabe que GP significa Grand Prix. Essa é a origem da denominação da versão esportiva do Chevette, que homenageava o Grande Prêmio de Fórmula 1 do Brasil. O modelo teve três tiragens: a segunda adotou a identificação II, enquanto a terceira voltou a se chamar simplesmente de GP.
Não é o caso de dizer que o Chevette GP pertence à casta dos carros esportivos propriamente ditos. A primeira série trazia apenas um motor com taxa de compressão mais elevada, que aumentava a potência em míseros 3 cv. Ao menos o visual era caprichado, com direito às faixas pretas que eram moda na época. Além disso, a tração traseira permitia boas doses de diversão ao volante.
Outra sigla utilizada pela Chevrolet em seus carros esportivos é S/R. As duas letras são as iniciais das palavras Sport Racing. A marca de origem norte-americana utilizou essa alcunha em dois de seus produtos: no Chevette e no Monza. Ambos foram vendidos durante os anos 80, unicamente com carroceria hatch de duas portas.
O Monza S/R foi um dos automóveis nacionais mais velozes da segunda metade daquela década. Equipado inicialmente com um motor 1.8 preparado pela fabrica, e posteriormente com um 2.0 sem modificações em relação às demais versões, tinha suspensão, freios e até relações de marchas exclusivas. Já o Chevette S/R entregava desempenho mais modesto. De qualquer modo, foi a versão esportiva mais potente que o modelo já teve.
Muita gente nem conhece o Esplanada GTX. Injusto, pois ele foi um dos veículos nacionais mais interessantes da década de 60. Naquela época, a indústria automobilística começava a se consolidar. Tanto que a Chrysler havia acabado de se instalar por aqui, após adquirir a Simca.
Antes de lançar seus próprios produtos, a empresa estadunidense modernizou a linha da marca francesa: foi assim que o sedã Chambord mudou de nome e passou a se chamar Esplanada. Junto com a renomeação, veio uma reestilização na dianteira, na traseira e no interior.
O Chrysler Esplanada foi tão atualizado que ganhou até uma versão esportiva, batizada de GTX. Tinha faixas pretas nas laterais e um motor ligeiramente mais potente. GT, como sempre, é a abreviatura de Gran Turismo. Já o X, surpreendentemente, não tinha nenhum significado específico. Apenas soou bem e deu uma diferenciação identitária ao modelo diante de outros carros esportivos.
Esse é para quem gosta de motorzão. O Charger R/T foi o top de linha da Chrysler no Brasil durante a década de 70. Seu V8 5.2 tinha taxa de compressão mais elevada, que resultava em maior potência em relação ao Dart e aos outros modelos da marca. Na época, anunciava-se a potência bruta, e não a líquida como atualmente. De acordo com esse método de medição, o modelo tinha inflados 215 cv.
O fabricante aproveitava-se desse número e chegava a anunciar em peças publicitárias que carros esportivos com menos de 200 cv eram brincadeira. Nesse contexto, a sigla R/T não poderia ser mais apropriada: significa Road/Track (algo como Estrada e Pista). A Chrysler utilizou essa denominação também na América do Norte.
Fotos Divulgação
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Olá, sou Luciano Ribeiro, técnico mecânico Angolano, primeiro quero dar os meus parabéns por reunir todo esse conhecimento, e que de uma forma resumida poder tirar-nos dúvidas que muitos de nós ainda desconhecia.
Para dizer que: estou muito agradecido pelo conhecimento dado e adquirido. Tenho mais de 20 anos de experiência, juro que desconhecia o significado dessas siglas. Espero que continue assim…
Muito obrigado!
Conforme disse o amigo acima, e eu também já escrevi em outros posts. li a primeira página e cansei. Essa coisa de por um item por página cansa os leitores, nós sabemos que é para dar mais propaganda e lucrar mais, mas vocês vão acabar perdendo seus leitores….
Comecei a ler e já no primeiro texto fui obrigado a parar. Vocês tem a coragem de escrever que o Gol GTI usava esta sigla e atualmente é usada pelo Golf GTI… Tenham dó! O Golf GTi foi lançado na Alemanha na década de 70!
Caro Erley,
A matéria diz respeito a esportivos nacionais: isso é explicado já no título. E, no Brasil, o primeiro esportivo da Volkswagen a usar a sigla GTi foi o Gol. Em momento algum dissemos que esse modelo estreou tal nomenclatura em âmbito mundial.
LT é o contrário de TL (lembra aquele carro da VW?). TL = Touring luxo. LT = Luxury touring. LTZ = Luxury Touring + Z (última letra do alfabeto), querendo dizer que é a Última moda, o topo de linha.
Alguém pode informar o significado LT e LTZ nos carros da Chevrolet?
Bob Lutz
Não seria mais simples e objetivo colocar as siglas e seus significados em apenas uma página ? Não tive paciência para virar todas as páginas. Mas é provável que tenham lembrado do DODGE CHARGER RT. (quando eu era criança, tinha um vizinho que tinha um, e todos diziam que RT queria dizer: RICO TROUXA), porque aquele 8 cilindros bebia.
Faltou o Dodge SE. Já vi um desses no Sul de Minas na década de 90.