Eis 10 carros que parecem velozes, mas são só faz-de-conta
Esses modelos, na aparência ou no nome, sugerem performance acima da média; mas, na realidade, só têm roupa esportiva
Esses modelos, na aparência ou no nome, sugerem performance acima da média; mas, na realidade, só têm roupa esportiva
Sabe aquele ditado de quem vê cara não vê coração? No mercado de automóveis isso é quase uma regra. Design ainda é fator determinante de compra no setor, ainda mais quando este desenho desperta o tal “aspiracional”. É o caso dos modelos que adotam um estilo com detalhes mais arrojados ou nome que invoca esportividade, mas que na prática são carros que parecem velozes, porém só na aparência.
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Exemplos não faltam no Brasil. Tem aqueles modelos “esportivados”, que dizer, iguais às demais versões da linha, sem qualquer acerto mecânico significativo, só que com roupa diferente e cheia de apliques escurecidos e rodas vistosas. Tem também automóveis cujo nome ou design, por si só, sugerem desempenho melhor, mas que na ficha técnica se revelam carros pacatos e citadinos.
Veja os carros que parecem velozes, mas que só entregam a grife esportiva.
Talvez o exemplo mais simbólico de carros que parecem velozes, mas que decepcionam na hora de conferir o motor. Além de trazer no nome a ideia de esportividade, o jeitão hatch-cupê do Veloster inspirava desempenho. E até mesmo a propaganda dava essa falsa ilusão.
Falsa mesmo. As peças publicitárias do lançamento em 2011 falavam que o carro usava motor de 140 cv. Não que fosse a potência de um bólido, só que o propulsor do Veloster que chegava ao Brasil era o 1.6 de 128 cv, o mesmo que passaria a equipar a linha HB20 no ano seguinte.
O 0 a 100 km/h era obtido em 12,8 segundos e a máxima chegava a 195 km/h, números normais de qualquer sedã médio e mesmo para alguns compactos. O “carro de três portas” sobreviveu apenas até 2014.
O Grupo Caoa, importador da marca coreana, até anunciou a venda do Veloster Turbo (chegou a registrar a patente no INPI), em 2018. Esse sim, um esportivo com propulsor de 204 cv, mas ficou só na promessa.
Aqui, exemplo entre os carros que parecem velozes no nome. A marca norte-americana batizou a versão sedã da terceira geração do seu médio de Fastback. Não só a carroceria pouco lembrava um fastback de verdade, como o desempenho emocionava tanto como um Toyota Corolla.
A propósito, essa derradeira geração do Focus, lançada em 2013, deixou claro uma corollização no comportamento do modelo – até mesmo no acerto da tradicional bem resolvida suspensão da linha. Nem assim conseguiu fazer frente à dupla Corolla e Civic.
Sobre o motor, o mais instigante era o 2.0 Duratec aspirado, agora com injeção direta e 178/175 cv. Mas até esse conjunto esbarrava no problemático câmbio automatizado Powershift, de dupla embreagem e seis marchas. O 0 a 100 km/h? Prometido em 9,8 segundos. A linha chegou ao fim em 2019.
O SP1, assim como o SP2, era um barato. O desenho esportivo ficava evidente no perfil baixo do modelo, com capô longo, cabine recuada e o caimento acentuado da terceira coluna. A tomadas de ar traseiras que lembram guelras não eram decorativas: foram adicionadas ao projeto para conter o superaquecimento do motor traseiro.
Pois é, mas esse propulsor denunciava mais um dos carros que parecem velozes, mas não são isso tudo. Lançado em 1972, o SP1 usava o mesmíssimo 1.6 resfriado a ar que equipava vários outros veículos Volkswagen da época. Rendia 65 cv, exatos 10 cv a menos que o SP2, que já não era maravilha alguma em termos de desempenho: precisava de 14,2 segundos para cumprir o 0 a 100 km/h.
Se o modelo mais potente já não era nada além do normal, mesmo para a época, o SP1 decepcionava.
A General Motors resolveu produzir aqui o Astra europeu de nova geração em 2007, enquanto ainda fabricava simultaneamente o velho hatch médio. Para distingui-lo, batizou o novo modelo de Vectra GT. Mas como resumiu o célebre título do caderno Carroetc, do jornal O Globo: “Nem Vectra, nem GT”.
Sim, o modelo não era uma coisa, nem outra. Para começo de conversa, na terceira geração, o Vectra nacional ficou diferente daquele fabricado pela europeia Opel (naqueles tempos, ainda pertencente à GM): no Brasil, o sedã era chamado de Astrão, pois usava como base o velho Astra.
E a sigla GT, de Gran Turismo, era uma ousada licença poética. O Vectra hatch era equipado com o mesmo (conhecido) motor 2.0 8V da Família II, que teve a potência aumentada para 140/133 cv no ano seguinte ao lançamento. Desta forma, fazia o 0-100 km/h em 10,2 segundos. Ainda tinha uma variante GT-X, mas tudo, mais uma vez, limitado ao visual.
Lançado recentemente, o sedã médio mais vendido do país ganhou uma variante assinada pela Gazoo Racing, a divisão de competições da Toyota. Apesar de aqui termos um acerto de suspensão mais firme do que nas demais opções do Corolla, trata-se de mais um dos carros que parecem velozes.
Entre os apliques, spoiler traseiro, para-choques e rodas diferenciadas, além de detalhes no acabamento e na coloração do quadro de instrumentos. O motor é o mesmo 2.0 aspirado com injeção direta e até 177 cv, com câmbio CVT de 10 marchas simuladas. O desempenho de 0 a 100 km/h é cumprido no mesmo tempo que as versões a combustão: 9,2 segundos.
Mais um com a sigla GT só para configurar o estilo invocado. Esta versão do hatch compacto da Renault tem faróis de neblina com molduras cromadas, capas dos retrovisores na cor cinza, lanternas escurecidas e spoiler traseiro, além de rodas de liga leve com aros de 15”. Só que, debaixo do capô, talvez seja o mais desanimador entre os carros que parecem velozes.
O Sandero GT Line é vendido com o motor 1.0… Isso mesmo, um “milzão” de até 82 cv de potência e 0 a 100 km/h na casa dos 13 segundos. A variante com o 1.6 de até 120 cv estava longe de ser esportiva, mas tinha mais a ver com a proposta.
A questão é que custava acima de R$ 75 mil e próximo ao preço da versão R.S., essa sim esportiva, com motor 2.0 de 150 cv e tratos na suspensão, direção e freios.
O hatch tenta enganar bem. Aparenta ser mais parrudinho com a grade diferenciada e com as saias dianteiras e traseiras, além do spoiler na parte de trás. Por dentro, o painel tem acabamento vermelho. Mas quando você aperta o botão start ele desperta o áspero e beberrão motor… E.torQ.
Com câmbio automático de seis marchas e 139/135 cv, é a versão mais potente da linha. Mas isso só significa que ele está entre os carros que parecem velozes, mas não são. São necessários 10,4 segundos para partir da inércia e atingir 100 km/h. Pelo menos, esse Argo tem acerto de suspensão mais firme do que o restante da gama.
Conjunto ótico com fachos de luzes verticais que lembram garras. Hatch com dimensões enxutas e que aparenta ser mais largo. Posição de dirigir baixa e volante com partes retas na base e na parte superior. Tudo leva a crer que é um modelo possante né? Nada, é a nova geração do 208 com um velho e conhecido conjunto.
O modelo é vendido sempre com o motor 1.6 16V aspirado de meros 118/115 cv – esta segunda geração sequer tem a opção do THP turbo de até 173 cv. Com câmbio manual de cinco marchas, cumpre o 0 a 10 km/h em 10,8 segundos, enquanto precisa de 12 s para fazer o mesmo com a transmissão automática de seis velocidades.
Boris Feldman dirigiu o Peugeot 208: assista ao vídeo!
Em 2011, o pacato modelo importado do México tentava emprestar jovialidade ao segmento de sedãs médios, sempre marcado pela tradição. A marca japonesa fez, então, uma versão SR como edição limitada do Sentra dentro da receita de bolo no que diz respeito a design.
Tascou saias laterais, para-choque traseiro mais robusto, spoiler com luz de freio de LED (algo diferente para a época) e lanternas e faróis com lentes escurecidas.
Mas este Sentra esportivado usava o mesmo motor 2.0 16V do restante da família e não provocava nenhuma sombrancelha eriçada em seu desempenho. Os 143 cv garantiam um 0 a 100 km/h em 9,5 segundos (com a caixa manual de seis marchas) e 10,3 segundos com o câmbio do tipo CVT.
Já é difícil fazer com que o Fit pareça veloz. Mas a Honda bem que tentou. E até deixou o desenho do monovolume com um quê ousado. Lançado em 2012, o Twist tinha lâmina da grade frontal em cromo acetinado, feito pela Acura, a marca de luxo da montadora japonesa.
Além disso, os faróis receberam máscara escurecida, as lanternas traseiras eram translúcidas e os para-choques tinham desenho distinto do resto da linha. As molduras das caixas de roda e o rack no teto acabavam emprestando a esta versão do Fit de segunda geração um jeito meio esportivo, meio aventureiro.
Porém não era nenhum dos dois. O motor continuava o comportadíssimo 1.5 16V de 116/115 cv com transmissão automática CVT. Fazia o 0 a 100 km/h em 13,5 segundos e obviamente é mais um entre os carros que parecem velozes… só na roupa.
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Parece que temos um revisor de texto aqui nos comentários. ?
Autor pisou feio na bola em colocar o Focus Fastback nesse balaio, concordo que não é nenhum esportivo (e nem era para ser), mas ele tinha uma máxima de 207 km/h, fazia de 0-100 em 9,2s, com torque de 21,5kgfm e uma respeitável cavalaria de 178, sem falar da invejável dirigibilidade que nenhum desses carros tem e até Golf invejava. Chamar de Corolla, só mostra que o Miragaya viajou na maionese, ahhh mas o câmbio powershift… Ei a matéria é sobre falsos esportivos não sobre defeitos crônicos.
Boris filtre melhor seus repórteres.
9,2 segundos no 0-100 com um motor de 178 cv e um torque de 21,5 e de fuder ne parceiro
Pra que carro esportivo no Brasil se aqui não tem estradas decentes e as que são um pouco melhores são cheias de caminhões e radares ? Quem compra esse tipo de carro aqui é porque tem pau pequeno e precisa compensar de alguma outra forma. Quem tem pau grande pode andar de Onyx que faz sucesso do mesmo jeito.
Para usar em um traço day, estrada não é pista…
Amigo, acho que a maioria que compra Onix tem síndrome do pau pequeno também, os caras não podem comprar um crossover altinho( detesto também ) e compram este altinho popular da Chevrolet… é um carro que nem fede, nem cheira,,,tanto o hatch como o sedan… não tem nenhum atributo, não é seguro, não é potente, não é econômico, não é espaçoso, não é bem acabado, e nem é barato pelo pouco que oferece… e ainda tem a pretensão de ficar no lugar do Cruze quando este sair de linha…kkkk é como comer pão com ovo e arrotar caviar. É a realidade brasileira do por que vende tanto… é um falso status. Fiquem na paz.
Esses carros demonstram uma falsidade assim como uma nota de 500 reais. kkkkkkkkkkk Me lembro do Gol GTI ano 1989 que quando lançado era uns dos carros mais rápidos do Brasil, sendo a sua sigla GTI genuína.
Em complemento, na minha opinião para ter uma sigla GT tem que ter melhor desempenho, logo o motor tem que ser no mínimo mais potente e a transmissão manual ou com troca das marchas na borboleta do volante. Esse Sandeiro quando vi achei que vooava, mas na ficha técnica me decepcionei. Mas eu quando comprou um carro meu requesito nº 1 é desempenho de 0 a 100 km/h, então nunca ficarei decepcionado com a minha compra ou com críticas alheias pois já sei do desempenho do meu carro antes de comprá-lo.
Nossa! Sabe de tudo, só não sabe usar vírgula….
Gol GTi outro lixo que se diz esportivo, cada uma jkjkjj
⚠️ Ter um carro custa muito caro, dá trabalho, preocupação e até estresse: é o combustível caro, IPVA caro, seguro caro, a manutenção sai cara, financiamento é caro, tem a depreciação do carro, gastos com estacionamento, o trânsito é estressante, tem as multas, o licenciamento, seguro obrigatório, pedágio, medo de assaltos, o trabalho pra lavar, secar, limpar, passar aspirador, encerar, polir, calibrar os pneus toda semana, a preocupação com a manutenção e com a forma de dirigir para economizar combustível, tem o estresse com os motoristas barbeiros e com os motoqueiros que buzinam e xingam por qualquer coisa… Ufa! Melhor não ter carro. Kkk Viajar só de Uber é bem melhor, mais econômico e sem neura. É outra vida.
Meus amigo, …se os próprios Ubers pensassem assim,… lascou…. comprariam um patinete elétrico. Que cenário pós- apocalíptico. Ainda há esperança.
O coreano recebeu alcunha de Lentoster ou Lerdoster na época, mas é um carro manco que mesmo assim chama a atenção, principalmente de algumas desavisadas mulheres. Talvez a não vinda do turbo por aqui deva-se ao fato de o produto já estar ‘queimado’, mas seria uma interessante proposta, a considerar que o HB 20 já o tem (turbo). Quanto ao nipônico Sentra, que não insiste em não atualizar o motor, poderia sofrer um ‘downsizing’, pois é um belíssimo e confortabilíssimo carro.