Direção hidráulica, elétrica e eletro-hidráulica: qual é a diferença?
Entenda como funciona cada sistema de assistência de direção e saiba como utilizá-los e mantê-los, de modo a assegurar longa vida útil aos componentes
Entenda como funciona cada sistema de assistência de direção e saiba como utilizá-los e mantê-los, de modo a assegurar longa vida útil aos componentes
Foi-se o tempo em que o motorista precisava fazer musculação para manobrar o carro. Há mais de uma década, o sistema de direção hidráulica dominou o mercado e passou a equipar inclusive os modelos de entrada. Nos últimos anos, as assistências elétrica e eletro-hidráulica para a direção também se tornaram comuns. E esses mecanismos, como todos os outros que compõem o automóvel, requerem alguns cuidados.
Os procedimentos de manutenção variam de acordo com cada sistema. Isso porque existem grandes diferenças entre eles, embora todos tenham o mesmo propósito: tornar o esterçamento do volante mais leve e confortável.
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Outro ponto em comum é a importância do bom funcionamento para assegurar boa dirigibilidade ao veículo. “Eu acredito que a direção é mais importante para a segurança do que o sistema de freios. Afinal, sem a direção, o motorista não consegue controlar o carro”, alerta Erwin Franieck, engenheiro mecânico da SAE Brasil. Consultado pelo AutoPapo, ele discorre sobre o funcionamento e os cuidados exigidos por cada mecanismo. Confira:
A assistência hidráulica da direção é a mais antiga utilizada pela indústria. “Esse sistema tem uma bomba hidráulica, movimentada pelo próprio motor do veículo”, explica Franieck. Tal componente pressuriza um circuito preenchido com fluido, reduzindo o esforço para movimentar a direção.
No caso desse tipo de sistema, o motorista precisa ficar atento aos prazos de troca do fluido. “Todo óleo oxida quando fica em contato com metal, e o da direção hidráulica não é exceção”, adverte Franieck. Quando isso ocorre, o óleo perde parte de suas propriedades. Consequentemente, os componentes ficarão expostos a maior desgaste.
Boris Feldman fala sobre troca de fluidos do carro. Assista:
A boa notícia é que, no caso do fluido da direção hidráulica, essa substituição não precisa ser feita com muita frequência. Todavia, isso acaba colaborando para que alguns proprietários simplesmente se esqueçam dela. Para conhecer os prazos de troca, basta consultar o manual do veículo.
O nível desse fluido pode ser monitorado diretamente no reservatório, localizado no cofre do motor, que é transparente e traz indicações de mínimo e máximo. Em condições normais, o nível não sofre grandes variações. Por isso, se o óleo estiver baixando, provavelmente há um vazamento no sistema.
Outra recomendação do especialista da SAE Brasil é que o motorista evite ficar forçando o volante no fim de seu curso. É que, nesse ponto, quando o sistema atinge o batente, a pressão do fluido do sistema hidráulico da direção chega ao nível máximo.
Franieck esclarece que, quando a direção atinge o batente, o sistema de assistência não tem mais efeito algum. “Existe uma válvula de alívio que faz o óleo retornar para dentro da bomba, para evitar vazamentos. Mas, de qualquer modo, o sistema sofre um esforço desnecessário”, pontua.
A direção eletro-hidráulica tem várias similaridades com a hidráulica convencional. Nesse sistema, também há um circuito fechado preenchido com fluido; a diferença é que a bomba de óleo é substituída por um motor elétrico.
Assim como ocorre no sistema de assistência hidráulica, o fluido da direção eletro-hidráulica deve ser substituído periodicamente, de acordo com as instruções do manual do proprietário. Segundo Franieck, a orientação para não forçar repetitivamente o volante contra o batente também continua valendo.
“Esse sistema é mais constante, porque não depende da rotação do motor. Por isso, ele alivia o consumo (de combustível) e é mais confortável para o motorista”, sintetiza o engenheiro da SAE Brasil.
A direção elétrica “é o sistema do futuro, ideal inclusive para carros elétricos e híbridos”, afirma Franieck. Nele, a assistência também é feita por um motor elétrico. Entretanto, não há fluido, e sim dois mancais que trabalham a seco. “Há toda uma rede de sensores, em separado, que envia informações para um módulo eletrônico. Então, esse módulo comanda o sistema de acordo com o giro do volante”, elucida.
Uma das vantagens desse sistema é justamente a de não existir necessidade de troca periódica de fluido. De acordo com o engenheiro, tampouco há sobrecarga ou pressão excessiva quando a direção atinge o batente.
Qual é a melhor: direção hidráulica ou elétrica? Veja a opinião de Boris Feldman:
Porém, isso não significa que a direção elétrica dispense qualquer tipo de cuidado. Franieck destaca que esse tipo de sistema faz com que o volante tenha menor sensibilidade a obstáculos como meio-fios ou valas. Por isso, o condutor pode nem perceber se o veículo atingir acidentalmente alguma dessas barreiras em manobras de estacionamento. E, caso fique forçando a roda contra a guia, os esforços internos tornam-se muito elevados.
Outra questão é que, apesar de dispensarem manutenções periódicas, os sistemas de assistência elétrica à direção não são completamente imunes a defeitos. Franieck salienta que esses mecanismos têm recursos de diagnose, que detectam falhas acionam uma luz no painel. Porém, quando isso ocorre, o motorista não pode ser negligente. “Quando esse alerta se acende, o motorista deve procurar logo uma oficina”, aconselha.
Independentemente de o veículo ter direção hidráulica, eletro-hidráulica elétrica, ou elétrica, ou mesmo se não tiver qualquer tipo de assistência, motorista deve tomar certos cuidados. Um deles é manter os pneus do carro sempre calibrados.
Esse procedimento assegura que o mecanismo trabalhe com menor força, o que permite maior vida útil, avisa o engenheiro da SAE Brasil. Vale lembrar que rodar com a pressão correta nos pneus traz ainda outras vantagens, como maior economia de combustível e melhor dirigibilidade para o veículo.
Franieck também condena práticas como mudar as dimensões dos pneus ou rebaixar a suspensão. “Os sistemas têm margens de segurança, mas, nesses casos, eles passam por grandes esforços repetitivamente”, conclui.
Fotos Shutterstock
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Perdi minha direção elétrica por ter rasgado uma das coifas e não perceber,andei no barro e estragou o sistema.
Não podemos esquecer que em matéria de segurança as “elétricas” são melhores, pois as hidráulicas quando o motor morre ficam muito pesadas e lentas.
Esse anúncio muito bem informado e explicado , gostei estão de parabéns
Quer sossego? Hidráulica nunca mais. ???
Elétrica toda vida ….poluem menos.
A que ponto chega a histeria ambiental… pelo amor!
Nos comentários não se leva em conta o custo de manutenção dos sistemas de direção, sem dúvida o elétrico é o mais eficiente porém, de longe, é o mais caro para se fazer uma manutenção ou a troca quando nescessário, tornando em alguns casos inviável a manutenção do veículo.
Os fabricantes não dispõe de peças de reposição e muito menos assistência técnica autorizada para manutenção dos componentes, fazendo com que se estimule o consumo de peças usadas de origem duvidosa.
No caso das direções hidráulicas, existem componentes e assistência com custos acessíveis.
Não se falou da calibragem de fábrica de cada sistema uma carreta de 45 tonelada tem uma direção hidráulica tão leve quanto a direção elétrica do Nissan March! É tudo relativo: tive um Chevette na década de 90 com a direção mecânica tão leve quanto a melhor elétrica de hoje! Isso pelo fato da tração ser traseira num carro leve! Tive um carro menor com a direção hidráulica e outro com eletro-hidráulica com os mesmos pesos! Agora tenho uma SUV com eletro-hidráulica do mesmo fabricante e é muito mais leve que as dos carros menores! É muito relativo! “Teste drive” é o melhor!